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Transformações Pós-Guerra de Secessão

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A guerra havia criado condições para a expansão das ferrovias nos Estados Unidos. Era a forma mais rápida de transportar homens, munições e alimentos. A necessidade de armamentos e munições, somada ao surto das ferrovias, gerou um mercado que estimulou os investimentos nas indústrias siderúrgica e metalúrgica americanas.

Logo após a guerra civil, gigantescas fortunas se formaram à custa de negociatas, que envolviam elementos do governo e poderosas famílias de industriais do Leste. Os casos mais escandalosos de corrupção estão relacionados com a construção ferroviária. As tarifas dos serviços ferroviários eram altíssimas e os serviços, de baixa qualidade, o que permitia grandes ganhos com esse investimento. Essas negociatas favoreceram a concentração de capitais, dando origem a grandes grupos econômicos monopolistas, como o grupo Rockefeller e o grupo Morgan. Para se ter uma ideia, em 1913, esses dois grandes grupos detinham cerca de 20% do patrimônio nacional dos Estados Unidos.

A conquista do Oeste oferecia grandes oportunidades para a iniciativa individual e desviava grande parcela da mão-de-obra necessária à indústria do Norte. Essa era uma das razões que levavam os salários dos operários americanos a serem mais altos que os dos europeus. Por esses problemas, os industriais norte-americanos buscavam soluções técnicas para aumentar a produção. Ao mesmo tempo, atraídos pela perspectiva de melhores salários, verdadeiras massas de europeus buscavam o país. A população americana crescia rapidamente. Entre 1843 e 1876, ela passou de 23 milhões de habitantes para 50 milhões e meio. As cidades perdiam seu ar provinciano, ganhando características de grandes metrópoles.

Com o crescimento das cidades, a porcentagem de americanos ocupados na agricultura diminuía.

Apesar disso, a produção agrícola não parou de crescer. Entre 1840 e 1890, ela quadruplicou. Esses resultados ocorreram graças a maciça introdução de modernas técnicas agrícolas, como a ceifadeira de MacCorning e Whitney. Assim, a história da expansão agrícola nos Estados Unidos foi, concomitantemente, a história da sua urbanização.

A expansão da fronteira agrícola para o Oeste acentuou o processo de extermínio dos índios. Suas reservas eram constantemente invadidas por agricultores e criadores de gado. Quando reagiam, eram massacrados pelas milícias civis e pelo Exército norte-americano. Os que sobreviviam eram recambiados para novas reservas, criadas em territórios desérticos.

Se a agricultura demonstrava um avanço nunca visto antes na história, o mesmo acontecia com o processo de industrialização. A américa passava por uma revolução industrial muito mais radical que a européia.

O melhor exemplo dessa revolução foi a linha de montagem instalada por Henry Ford na sua fábrica de automóveis. Esse sistema de produção, já em 1908, permitia a fabricação de um automóvel em menos de 1 hora e 30 minutos. Era a "América sobre rodas", como se costumava dizer. O mundo inteiro começava a se espantar com o crescimento da jovem nação.

A situação no Sul e no Oeste

Depois da guerra, foi estabelecido um sistema altamente segregacionista, que buscava retirar os direitos que os negros haviam conquistado ao final da guerra civil. A violência das autoridades e o surgimento de sociedades secretas altamente racistas, como a Ku Klux Klan, mantiveram a população negra intimidada e marginalizada até a metade do século XX.

A agricultura policultora e de sobrevivência  do Oeste mudou com as facilidades de comércio. O lavrador especializou sua produção, dedicando-se à monocultura. Assim, precisava vender toda a produção para sustentar a família. Mas, para isso, era preciso se modernizar. Os novos equipamentos eram caros, e a solução era recorrer aos bancos. Em troca do dinheiro, empenhava sua terra. Porém, um ano de más colheitas era suficiente para arruiná-lo.

As lutas sociais

A revolução industrial americana multiplicou e concentrou o operariado nas grandes cidades industriais. Na década de 1870, várias greves foram deflagradas. Na década seguinte 1880, as reivindicações convergiram para a questão das oito horas de trabalho diário. No dia 1º de Maio de 1886, foi organizada uma greve geral em Chicago pela diminuição da jornada de trabalho. Na repressão a essa greve, a justiça americana condenou quatro dirigentes grevistas à forca. A partir desse fato, a organização socialista chamada II Internacional dos Trabalhadores declarou essa data como o Dia Internacional do Trabalho, que se mantém até hoje.

As lutas operárias da década de 1870 abriram caminho para que, em 1881, surgisse nos Estados Unidos a primeira grande central sindical: a American Federation of Labour  (AFL).

Depois da Guerra de Secessão, os Estados Unidos tornaram-se uma nação cuja presença na política internacional iria se impor. Mas não era só essa nação que despontava como potência. Também na Europa o panorama estava mudando. 

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único

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A Guerra Civil Americana

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Depois da independência, os contrastes entre a economia praticada nas diferentes regiões dos Estados Unidos se acentuaram. No Norte predominava a produção industrial, que utilizava mão-de-obra dos imigrantes europeus. A produção das indústrias levava vantagem na concorrência com os produtos importados. No Sul, a produção agrícola era feita em grandes latifúndios, por numerosa população de escravos africanos. O produto característico dessa agricultura era o algodão, vendido na Inglaterra, que por sua vez vendia produtos industriais para o Sul dos Estados Unidos. No oeste, a ocupação começou após a independência, através de duas correntes migratórias: os latifundiários do Sul, que estendiam seus algodoais para o interior; e os pioneiros do Norte, que estabeleciam pequenas propriedades, onde trabalhavam com suas famílias. O Oeste passou a fornecer produtos primários para a Costa Leste, e as indústrias desta região forneciam manufaturados. O mercado interno americano se expandia.

Havia um intenso comércio entre as diferentes regiões dos Estados Unidos. O Leste, o Oeste e o Sul se comunicavam entre si através de uma rede de transportes fluviais e marítimos que já utilizava o barco a vapor, desenvolvido desde 1807. As estradas de ferro, que se espalhavam numa velocidade espantosa, completavam o sistema de ligação entre as regiões. A expansão para o Oeste aumentava o território do novo país. Em 1803, a França de Napoleão já havia vendido a Louisiana para os Estados Unidos. Na década de 1840, a contínua expansão fez com que colonos entrassem no Texas, território mexicano. Não demorou para que se iniciasse a guerra entre os dois países: os Estados Unidos saíram vencedores e anexaram não só o Texas, mas também as regiões que hoje correspondem aos Estados de Nevada, Califórnia, Utah, Arizona e Novo México. O país possuía, em 1860, um território de quase 8 milhões de quilômetros, e mais de 30 milhões de habitantes.

A expansão das estradas de ferro e a conquista do Oeste deixavam mais claras as diferenças e os antagonismos entre os estados da república norte-americana.

Do Antagonismo à guerra

As diferenças entre o Norte e o Sul geraram conflitos quanto à tributação dos produtos importados. O Sul queria impostos baixos para tornar mais baratos os produtos importados de que necessitava. Já o Norte, pelo contrário, desejava impostos altos para impedir a concorrência dos produtos estrangeiros, em especial os ingleses. Outro problema que aumentou o antagonismo entre as duas regiões foi a discussão em torno do destino político dos novos estados que iam surgindo na conquista do Oeste. Os políticos do Norte não se opunham à escravidão, mas não a queriam nos novos estados, porque isso reforçaria o já poderoso grupo dos políticos da aristocracia sulista. Quando Abraham Lincoln foi eleito presidente pelo recém-fundado Partido Republicano, essa questão provocou sérias disputas entre o Norte e o Sul.

Lincoln não era exatamente um abolicionista. Ele costumava dizer que a questão do escravismo era problema de cada estado. No entanto, seguindo o programa de seu partido, ele proibiu a instituição da escravidão nos novos estados. A Carolina do Sul formou, com outros estados escravistas, Os Estados Confederados da América, uma Confederação dos Estados do Sul, separando-se da União. O presidente Lincoln exigiu que os estados confederados continuassem na União. A resposta foi um ataque dos confederados ao forte Sumter na Carolina do Sul, em abril de 1861. Esse fato provocou a guerra civil entre os estados escravistas do Sul e os estados abolicionistas do Norte, que ficou conhecida como Guerra de Secessão.

A guerra durou de 1861 a 1865, quando, em Appomatox, foi assinada a capitulação do Sul. A vitória do Norte deu um grande poder aos donos das indústrias, dos bancos e dos grandes negócios. Os Estados Unidos cresceram como nunca aconteceu a nenhuma outra nação do mundo.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único

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O imperialismo

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No século XIX, as nações mais ricas entraram numa disputa pela conquista da Ásia, África e Oceania.

Foram vários os motivos dessa corrida colonialista. Com as inovações tecnológicas, as nações industrializadas passaram a produzir muitas mercadorias num tempo cada vez menor, mas não tinham a quem vender toda essa produção.

Inicialmente cada país buscou se proteger, dificultando a entrada de produtos estrangeiros e reservando o mercado interno para seus próprios produtos (medidas protecionistas). Mas, ainda assim, a quantidade de mercadorias era muito maior que o número de consumidores. Então as nações ricas partiram para a conquista de regiões onde pudessem vender seu excedente e fazer investimentos mais lucrativos.

Essas nações precisavam também de matérias-primas para suas industrias. Um exemplo: com o advento da energia elétrica, tornou-se cada vez mais necessário o uso de fios de cobre. Onde buscar o cobre? Uma das respostas possíveis era: na  África central, antigo Congo, onde havia minas de cobre.

Esses fatores explicam a enorme atração que a África e a Ásia exerciam sobre os países capitalistas.

Essa corrida por colônias iniciada no século XIX é chamada de imperialismo ou neocolonialismo (para diferenciar do antigo sistema colonial do século XVI ao XVIII). Segundo uma historiadora.

O imperialismo caracteriza-se pela dominação política e econômica, direta ou indireta, de uma nação mais rica e poderosa sobre outra mais pobre e fraca.

(MESGRAVIS, Laima. A colonização da África e da Ásia, p.4.)

Os europeus do século XIX desenvolveram também um conjunto de ideias racistas que os ajudaram a justificar essas conquistas. Uma delas era de que existiam raças; outra era a de que a "raça branca" era superior à "raça negra". ´"à raça amarela" e aos mestiços. Defendiam também que somente a "raça branca" tinha capacidade para criar uma civilização! Os europeus conseguiram fazer com que essas ideias fossem consideradas científicas, alegando que era possível comprová-las.

Alguns europeus acreditavam também que deviam levar a civilização (o progresso e os "bons costumes") aos povos da África e da Ásia considerados como povos "bárbaros" e primitivos". Eles diziam ter uma missão civilizadora para com os povos "atrasados". Essas ideias serviram para justificar a violência dos europeus e norte-americanos contra os africanos e asiáticos.

O ministro francês Jules Ferry (1832-1893) falou ao parlamento francês sobre esse assunto.

As raças superiores têm um direito perante as raças inferiores. Há para elas um direito porque há um dever para elas. As raças superiores têm o dever de civilizar as inferiores.

(MESGRAVIS, Laima. A colonização da África e da Ásia, p. 14.)

BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção: História Sociedade & Cidadania. ensino fundamental.

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A Revolução Tecnológica na Revolução Industrial

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Na primeira fase da Revolução Industrial, as descobertas que revolucionaram a maneira de produzir não estavam ligadas à pesquisa científica, mas nasciam do contato direto com o trabalho. Nessa segunda fase da Revolução Industrial, entretanto, as máquinas mais complexas e as novas matérias-primas, como a borracha, o petróleo etc., exigiam um novo tipo de pesquisa ligada à ciência moderna.

No final do século XIX já estava ocorrendo uma verdadeira revolução tecnológica: a construção dos primeiros motores elétricos, a transmissão de energia elétrica a longas distâncias através de cabos, o surgimento das primeiras lâmpadas elétricas, o aperfeiçoamento do telefone, o telégrafo sem fio e o uso do petróleo como combustível. Essa nova revolução deveu-se à crescente interação entre ciência e tecnologia.

Outra grande mudança na indústria, nas últimas décadas do século XIX, foi a produção em massa. Isso correspondeu à produção, em grandes quantidades, de mercadorias padronizadas, feitas em série. Nessa nova forma de produzir, cada unidade de uma mercadoria é exatamente igual à outra, o que não ocorria na produção artesanal.

Na segunda fase da Revolução Industrial, praticamente desapareceu a pequena empresa do pioneiro capitalista, dando lugar à gigantesca indústria, com seus magnatas e banqueiros, que controlavam a economia mundial. Mas algo de surpreendente estava acontecendo: a ex-colônia inglesa na América do Norte começava a se tornar tão industrializada quanto os países europeus, provocando uma revolução maior do que aquela que estava acontecendo no velho continente. Estava nascendo um país que disputava mercados: os Estados Unidos da América do Norte.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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A Segunda Revolução Industrial

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Na primeira fase da Revolução Industrial (1780-1840), a indústria do algodão representou a principal fonte de divisas para os cofres ingleses. Entretanto, nos primeiros anos da década de 40 do século XIX, o esgotamento das possibilidades de crescimento dessa indústria levou a Inglaterra a uma séria crise econômica. Os mercados estavam abarrotados e a margem de lucro dos investimentos caiu vertiginosamente. Essas dificuldades se refletiram nas outras indústrias, que dependiam da continuidade do processo de industrialização iniciado com a manufatura.

Era preciso descobrir novas alternativas de investimento que representassem aplicação lucrativa para os excedentes de capital gerados na indústria do algodão. Com o aperfeiçoamento das locomotivas a vapor, inventadas na década de 1820, essas alternativas surgiram.

A construção de uma ferrovia consumia muito capital e suas possibilidades de lucro eram enormes. Então, uma "febre de construção ferroviária" ocorreu na Inglaterra, a partir de 1840.

Iniciava-se uma nova fase para o processo de industrialização nesse e em outros países: nas indústrias de bens de capital, no carvão, no ferro e no aço. A construção de ferrovias se espalhou pelo mundo até cerca de 1885. E, em toda parte, novas ferrovias eram construídas com capitais, equipamentos e até mesmo técnicos britânicos. Foi exatamente esse negócio que deu ao capital inglês as primeiras bases sólidas para investimentos no exterior.

Iniciava-se a fase de neocolonialismo ou imperialismo.

Crise e concentração

A euforia de desenvolvimento nessa segunda fase da Revolução Industrial durou até 1873, quando uma crise econômica surgiu no panorama mundial. As razões dessa crise ainda não estão completamente explicadas, mas ela está associada à queda de consumo e ao aumento da concorrência entre os setores da economia industrializada. Todos os países do mundo sentiram essa crise.

Em meados do século XIX, o capitalismo de livre concorrência - pequenas empresas lutando pelo lucro - foi sendo superado pela concentração econômica. Empresas do mesmo ramo de produção fundiam-se em uma só. Assim surgiram os primeiros trustes: as empresas maiores e mais sólidas venciam as menores que vitimadas pelas crises econômicas passavam para o controle das grandes empresas.

A concentração da produção em empresas gigantescas conduziu à organização do monopólio, já que, entre poucas empresas, era fácil chegar a um acordo, evitando a concorrência. Nesse momento, surgiram os cartéis: associações de empresas do mesmo ramo que estabeleciam normas sobre as condições de venda, prazo de pagamento, qualidade de produtos etc. Também com o capital bancário ocorria essa concentração. As atividades bancárias ganharam nova dimensão. Se as indústrias precisavam do crédito bancário para financiar a produção de mercadorias em larga escala, os bancos precisavam investir seu capital na indústria como forma de movimentá-lo. Dessa fusão do capital bancário surgiu o capital financeiro, controlado por uma oligarquia de grandes homens de negócio.

O desenvolvimento desigual do capitalismo fez com que o capital se concentrasse em algumas nações, como França, Inglaterra e Estados Unidos, que controlavam cerca de 80% do capital mundial. Essa concentração provocou um excedente de capital que não encontrava aplicação lucrativa nos países de origem. Daí a tendência de se exportar esse excedente para os países menos desenvolvidos. Os empréstimos eram feitos aos países pobres para que esses comprassem dos países industrializados. Dessa forma, a exportação de capitais estimulou também a exportação de mercadorias.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único

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As máquinas simplificando o trabalho humano

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A invenção de máquinas capazes de simplificar o trabalho humano foi um fator importantíssimo para o advento da Revolução Industrial.

Os teares manuais só permitiam ao artesão fazer um tecido da largura de seus braços. Em 1733, John Kay inventou a lançadeira volante, que consistia num aperfeiçoamento do antigo tear e possibilitava a produção de tecidos mais largos.

A primeira máquina de fiar foi inventada em 1764 por James Hargreaves. Chamada de spinning jenny, substituía a roca e produzia vários fios ao mesmo tempo. Porém, os fios eram finos e se partiam com facilidade.

 

Spinning jenny, fiandeira mecânica criada em 1764 por James Hargreaves.

Em 1768, Richard Arkwright desenvolveu a water frame, uma máquina de fiar que produzia oito fios ao mesmo tempo muito mais resistentes e grossos. Em compensação, os fios grossos serviam para produzir apenas tecidos de baixa qualidade. Em 1779, Samuel Crompton aperfeiçoou a spinning jenny e a water frame, criando uma máquina que produzia fios finos e resistentes. Crompton batizou sua criação de mule - mula em português. em referência à ideia da mistura de duas coisas.

A invenção das máquinas de fiar provocou um desequilíbrio na indústria têxtil. A produção de fios aumentou bastante, mas a de tecidos ainda continuava artesanal e lenta. Em 1860, a lançadeira volante de John Kay ainda não conseguia produzir tecidos tão rápido quanto era possível produzir fios. O equilíbrio na produção foi estabelecido apenas em 1785, com a invenção do tear mecânico por Edmund Cartwrigt. A máquina de Cartwrigt produzia o equivalente ao trabalho de duzentas pessoas. Em 1825, Richard Roberts conectou um vapor nesse tear, o que permitiu aumentar ainda mais a produção de tecidos.

Mule (mula) máquina de fiar hidráulica inventada por Samuel Crompton em 1779.

Os teares mecânicos promoveram a substituição das manufaturas pelas indústrias. Enquanto nas manufaturas o ritmo de trabalho era ditado por um funcionário que fiscalizava os empregados durante a produção, nas fábricas esse ritmo era controlado pela velocidade das próprias máquinas. Os operários das indústrias produziam mais do que os trabalhadores das manufaturas, mas recebiam salários menores, pois seu trabalho exigia uma especialização menor ainda.

Ilustração representa o interior de uma tecelagem de linho na Inglaterra de 1860

Enquanto os artesãos trabalhavam em sua própria casa e produziam um fio de cada vez, os donos das manufaturas contratavam pessoas para produzir vários fios ao mesmo tempo, dentro de uma fábrica.

Além de aumentar a produtividade, o surgimento das manufaturas também simplificou as tarefas realizadas pelos trabalhadores. Como executavam tarefas cada vez mais simples, esses trabalhadores sem especialização passaram a receber salários cada vez mais baixos.

Pagando menos aos trabalhadores, os proprietários das manufaturas podiam vender seus produtos por um preço mais baixo do que o dos artesãos. Como não conseguiam competir com as manufaturas, os artesãos ficavam sem trabalho e acabavam sendo rapidamente absorvidos por elas.

Ainda  existem artesãos, mas não como forma de produção de mercadorias, essa prática passou a ser um passatempo para as pessoas que vivem nas cidades, uma forma de subsistência para populações rurais que não foram absorvidas como trabalhadores pelas indústrias, ou ainda como a melhor forma para a elaboração de mercadorias que exigem grande habilidade manual, como os instrumentos musicais. Hoje em dia, os melhores violões não são produzidos nas fábricas, mas feitos à mão por artesãos chamados luthiers.

CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental.

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Os cercamentos

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Cercamentos eram terras cercadas para a criação de ovelhas, cuja lã era usada na fabricação de tecido, principal  produto inglês na época. Os cercamentos foram criados a partir do século XVI. Antes disso, muitos camponeses estavam submetidos a uma relação de servidão. Seu senhor lhes  dava proteção militar e, em troca eles eram obrigados a trabalhar em suas terras. Por mais explorados que fossem, os servos tinham onde morar, plantar e criar alguns animais.

O senhor que cercava suas terras rompia esse laço de dever e libertava os servos de qualquer obrigação. Livres, porém expulsos das terras, os servos perdiam suas condições de sobrevivência e não tinham para onde ir. Assim, os cercamentos provocaram intensa migração do campo para a cidade. Nas cidades, os trabalhadores tinham como principal opção se submeterem aos baixos salários oferecidos nas fábricas. Estava constituída, assim uma massa de trabalhadores capaz de se sujeitar aos míseros salários pagos pelos donos das indústrias que surgiam nas cidades. 

 

Minas de Carvão

A escassez de lenha e a necessidade de carvão para aquecer as casas no inverno também foram fatores que estimularam a Revolução Industrial inglesa. A exploração do carvão mineral, desencadeada por essa necessidade, era dificultada pela presença de lençóis de água no interior das minas.

Em 1708, Thomas Newcomen inventou um sistema para solucionar o problema: por meio de caldeiras colocadas no interior das minas, a água era aquecida, transformando-se em vapor, o que liberava o trabalhos dos escavadores. No entanto, eram comuns acidentes provocados pela explosão das caldeiras.

Para evitar esses acidentes, eram escavados buracos ao lado das caldeiras, onde ficavam crianças que abriam uma tampa para o vapor sair. Submetidas a uma longa jornada de trabalho, muitas crianças dormiam e não abriam a tampa para impedir o aumento da pressão no interior das caldeiras. Por volta de 1711, Newcomen inventou uma tampa automática que se abria com a própria força exercida pelo vapor. O princípio do uso da força do vapor para executar um trabalho, como impulsionar um pistão e mover uma engrenagem, foi aperfeiçoado em 1765 por James Watt. Nascia a máquina a vapor.

A exploração das minas também estimulou a invenção de meios adequados ao transporte do carvão. A melhor solução encontrada foi o uso de trilhos de metal, sobre os quais deslizavam vagões carregados. Esse princípio foi utilizado em 1825 por George Stephenson para a invenção da locomotiva, que melhorou o sistema de transporte terrestre e impulsionou o fornecimento de matérias-primas e a distribuição dos produtos industrializados.

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.

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A Revolução Industrial - cronologia

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(Séculos XVIII-XIX)

Dois  milhões de anos de existência dos seres humanos na Terra, apenas nos últimos duzentos anos houve a presença marcante das industrias.

 

  • 1711  Invenção da primeira máquina a vapor por Thomas Newcomen.
  • 1733  Invenção da lançadeira volante (flying shuttle) por John Kay.
  • 1764  Invenção da fiandeira mecânica (spinning jenny) por James Hergreaves 
  • 1765  Aperfeiçoamento da máquina a vapor por James Watt.
  • 1768  Invenção da máquina de fiar hidráulica (water frame) por Richard Arkwright.
  • 1779  Invenção da mula (mule) por Samuel Crompton, que combinou a spinning jenny com water frame.
  • 1785  Invenção do tear mecânico por Edmund Cartwrigt.
  • 1825  Invenção do tear mecânico movido a vapor por Richard Roberts.

 

O processo de industrialização começou na Inglaterra do século XVIII.

 

 

A Revolução Industrial Inglesa

A expressão Revolução Industrial indica um conjunto de transformações iniciadas na Inglaterra no século XVIII, com o aparecimento das primeiras industrias. Dentre essas transformações podemos destacar o surgimento de um grande número de operários, o crescimento das cidades, o desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação e a valorização das ciências. O termo revolução foi utilizado para descrever a rapidez das transformações e a profundidade de suas conseqüências.

A Revolução Industrial não implicou um aumento na produção de mercadorias, mas, principalmente, a supervalorização desses produtos. Quando hoje vemos alguém ser valorizado apenas pelos bens que possui (roupas, carro, casa), podemos dizer que estamos observando uma das conseqüências da Revolução Industrial.

Na Inglaterra, a Revolução Industrial antecedeu em muito a de outros países. Não podemos afirmar que seu sucesso tenha sido resultado de um planejamento. Pelo contrário, vários acontecimentos e circunstâncias permitiram que ela ocorresse sem que as pessoas tivessem consciência exata das transformações que aconteciam.

O primeiro desses acontecimentos foi o controle do Estado inglês pela burguesia na segunda metade do século XVII. Naquele momento, em outras potências européias, sobretudo na França, Portugal e Espanha, o Estado era controlado pela nobreza e por um rei absolutista , com interesses muito diferentes.

O Estado inglês, ao contrário, que era controlado pela burguesia, começou a incentivar a industrialização, por exemplo, combatendo a escravidão e os monopólios comerciais e estimulando a navegação. Esse estímulo à navegação levou os ingleses a colonizar diversos territórios da Ásia e da África, direcionando para a Inglaterra riquezas vindas de várias partes do mundo. A concentração de riquezas forneceu à Inglaterra condições favoráveis ao desenvolvimento das industrias.

CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental

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A cultura no Brasil Império

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A nossa cultura também sofria as conseqüências de economia dependente. Essa dependência provocava algumas contradições: enquanto na Europa a cultura era resultado de um sistema liberal, baseado no trabalho assalariado no Brasil ainda prevalecia a mão-de-obra escrava. Por isso, nossa cultura, apesar de imitar a européia, mantinha diferenças marcantes.

O Romantismo

O Romantismo surgiu como reação ao Arcadismo. Foi o gênero literário que mais adequou à realidade brasileira da época.

Enquanto o europeu buscava inspiração no medievalismo, os românticos brasileiros e encontravam no indianismo. Por isso podemos dizer que, com o Romantismo, começou a nascer a literatura brasileira, surgindo o romance e o teatro. Diferentemente do período colonial, a literatura desse período tinha um pequeno público consumidor.

Os poetas românticos

O primeiro poeta romântico brasileiro autêntico foi, sem dúvida, Gonçalves Dias, que, nos famosos I-Juca Pirama e Os Timbiras, mostrava as marcas tão típicas do Romantismo brasileiro: o indiano e a brasilidade.

Outro importante poeta romântico foi Fagundes Varela, que, diferentemente de outros, produzia uma poesia em que apareciam as tensões de uma sociedade escravocrata e a própria exploração do trabalho escravo.

Mas foi Castro Alves o romântico  que denunciou com maior fervor a oposição entre escravo e senhor, num momento em que o Império já se encontrava em processo de decadência. Com Castro Alves, a poesia adquire o caráter de denúncia social, ao mesmo tempo que sugere a participação política e social do autor como no poema O Navio Negreiro:

(...)

Ontem plena liberdade

A vontade de poder

Hoje... cum' lo de maldade

Nem são livres p'ra... morrer...

Prende-os a mesma corrente -

Férrea, lúgubre serpente -

Nas roscas da escravidão.

O romance

O romance surgiu no Brasil inicialmente como folhetim, conquistando um público relativamente mais amplo. Um dos primeiros romances, apresentado  em série, foi O filho do pescador, de Teixeira e Sousa. Em 1844, Joaquim Manoel de Macedo, um dos mais importantes romancistas da época, publicou A moreninha  e O moço loiro.

Manuel Antônio de Almeida, com seu único livro publicado em forma de folhetim, em 1852, Memórias de um sargento de milícias, mostrou as tensões da sociedade da época. De forma irônica, o herói-personagem usa de malandragem para safar-se das enrascadas.

Os romances passaram a expressar uma realidade bem mais brasileira, e esta marca vamos encontrar talvez no mais expressivo autor do gênero, José de Alencar, introdutor de uma nova forma de escrita, rompendo na prática com as influências portuguesas.  O nacionalismo de Alencar era marcado por um forte indianismo, mas não é somente por essa razão que foi considerado "o mais brasileiro", e sim por causa da sua forma literária. Construiu seus romances através da observação direta e, a partir dali, criava uma realidade imaginária.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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A Questão Religiosa no reinado de D. Pedro II

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Na época do Império, a Igreja católica era subordinada à autoridade do Estado. Essa subordinação era efetiva pelo sistema do Padroado, que dava ao imperador do direito de indicar todos os candidatos a cargos eclesiásticos no Brasil. Ao mesmo tempo, o clero recebia seus salários do Estado, transformando-se literalmente numa classe de funcionários públicos.

Outra instituição que marcava a submissão da Igreja ao Estado era Beneplácito: todas as bulas e documentos papais vindos para o país eram obrigados a obter a autorização do imperador.

Poucos padres tinham uma formação intelectual adequada para a função de orientadores dos fiéis e alguns chegavam a constituir família.

O quadro se complicava ainda mais por causa das relações entre a Igreja e a maçonaria. A maçonaria tem origens obscuras e pouco conhecidas, mas como confraria surgiu no século XVI e se difundiu nos séculos XVII e XVIII em toda a Europa, ligada ao ideal burguês do Iluminismo. A maçonaria adquiriu caráter político na luta contra o absolutismo e a Igreja, os dois pilares do Antigo Regime.

Se na Europa a tradição maçônica era de um profundo anticlericalismo, no Brasil isso não acontecia.  Desde fins do século XVIII, vários padres que lutavam pela independência do Brasil pertenciam às lojas maçônicas, e esse vínculo continuou mesmo depois da independência. Entre os membros do governo acontecia o mesmo: grande parte dos conselheiros e ministros do Império eram maçons. Isso se dava num país oficialmente católico.

Na Europa. o Vaticano começava a organizar um movimento conservador chamado ultramontanismo cujo objetivo era lutar contra as tendências revolucionárias e contra a maçonaria.

No Brasil o monge capuchino Antônio Gonçalves de Oliveira, ou  frei  Vital, depois que voltou de uma viagem à Itália e tornou-se bispo de Olinda, em 1782, quis cumprir as ordens papais que condenavam a maçonaria. Este foi o início do conflito entre o Estado e a Igreja: o imperador D. Pedro II não acatou a ordem do papa. A reação do bispo de Olinda foi radical: cassou  o direito dos padres maçons, deixando Recife praticamente sem religiosos.

Os mesmos atritos se repetiram em Belém, onde o bispo D. Antônio de Macedo Costa apoiou a atitude de D. Vital em Recife e Olinda.

D. Pedro II ainda tentou uma solução conciliatória, mandando um representante ao Vaticano, mas foi em vão. A Igreja se mostrou intransigente. O conflito foi, então, submetido ao julgamento do Conselho de Estado, que acabou condenando, em 1873, os dois bispos a quatro anos de trabalhos forçados. Dois anos depois foram anistiados pelo duque de Caxias, então primeiro-ministro.

O significado da questão religiosa

Se analisada isoladamente, a Questão Religiosa não teria maior importância, pois seria um simples incidente entre o Estado e a Igreja. No entanto, por ter ocorrido no mesmo período em que o movimento abolicionista estava em curso e que os conflitos entre o Império e o Exército afloravam, esse conflito adquiriu importância.

Ainda que em escala muito menor do que o abolicionismo e do que a subseqüente Questão Militar, a Questão Religiosa deixou à mostra as fraquezas do Império.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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Meu ídolo morre em Los Angeles

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Michael Jackson

É com muito pesar que escrevo este post, sempre gostei muito do trabalho desse ícone da música pop.

Michael Jackson sempre foi meu ídolo, nunca fui muito de me ligar nessas coisas, nunca fui muito fã de ninguém, mas o Michael sempre me fascinou, com sua música, sua dança e também sua história de vida, cheia de altos e baixos.  Este astro da música despertava  as mais diferentes emoções nas pessoas, amor e ódio, falar de Michael Jackson pra mim é falar de sucesso. Muito sucesso e pouco amor, muito dinheiro e pouca paz, muito assédio e uma vida reclusa e misteriosa.

Michael Jackson será sempre lembrado  não apenas por sua música contagiante, pela dança sensual, mas também pelos escândalos e por sua excentricidade, mas há uma coisa que ninguém pode tirar dele,  o talento e o carisma.

Sempre amei ouvir suas músicas, ver seus clips, e tenho orgulho disso. Meu único ídolo.

Deus que o receba de braços abertos. Tenho certeza que há milhões de pessoas fazendo orações e desejando que a recepção seja tranqüila, esteja ele onde estiver.

Esta é uma pequena homenagem do HISTOBLOG ao maior ídolo do Pop, o Rei do Pop.

Meu único  ídolo Michael Jackson. Que Deus o tenha em bom lugar, e que finalmente ele encontre a paz.

 

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Mais alguns títulos para sua pesquisa

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Na época da Independência do Brasil, de Eleno Ogliari e Ceres Brum, FTD, 1999. O cotidiano de uma criança do século XIX, tendo como cenário a realidade histórica e o momento em que ela se deu.

O fracasso do Imperador - A abdicação de D. Pedro I, de Luís Henrique Dias Tavares, Ática, 2003. Os principais acontecimentos que resultaram na abdicação de D. Pedro I.

Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, Ática, 1998. Publicado originalmente (1852-1853) em forma de folhetins, o romance faz uma crônica bem-humorada do cotidiano carioca na época do Primeiro Reinado.

Por hoje é só, semana que vem mais sugestões. Leia, a leitura é o caminho da cultura e sabedoria.

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O significado da Abolição

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A abolição dos escravos negros  foi  pensada e promovida principalmente pelos brancos mais ilustrados, que viam nela uma forma de se libertarem do peso que a escravidão representava para as atividades econômicas mais dinâmicas. Alguns negros ou mulatos, participantes do movimento abolicionista, também estavam envolvidos de uma forma ou de outra com os interesses do mundo do homem branco modernizado.

Na década em que se deu a abolição, abriram-se várias oportunidades para investimentos mais dinâmicos. O capital dos fazendeiros podia encontrar aplicações mais rentáveis nas industrias, mesmo que incipientes, nas ferrovias e nas atividades bancárias. Investir em escravo tornara-se antilucrativo.

A região açucareira do Nordeste se modificou totalmente depois da quase paralisação da produção de seus engenhos. Inovações técnicas na produção açucareira transformavam o velho engenho em modernas usinas.

No Sudeste cafeeiro, somente a região do Rio de Janeiro e do Vale do Paraíba empregava maçiçamente a mão-de-obra escrava em suas lavouras. Essas regiões entravam rapidamente em decadência diante do dinamismo da região do Oeste Paulista, que empregava métodos modernos e, quase na sua totalidade, mão-de-obra assalariada na lavoura cafeeira.

O processo da abolição era irreversível, pois a escravidão era um pesado obstáculo às novas condições dinâmicas do capitalismo internacional. E, quando ela se deu, os negros "foram atirados a sua própria sorte".

Na região do Nordeste, por exemplo, os negros não encontraram nem mesmo um pedaço de terra para iniciar uma cultura de subsistência. Ao procurar as cidades encontraram um excedente populacional que deixava para eles pouco espaço para sobreviver. Por essa razão, ficaram marginalizados. No Sudeste, num primeiro momento, os negros conseguiram sobreviver graças a uma economia de subsistência.

De modo geral, os antigos escravos não foram integrados no mundo do consumo para dinamizar o mercado, como pensam alguns historiadores. Quando se empregavam, trabalhavam durante alguns dias, apenas o suficiente para a sobrevivência. Nada mais lógico, pois para eles o trabalho significava a lembrança de séculos de submissão e desgraça. Preferiam o ócio. Isso dificultou ainda mais sua integração social, pois ficaram à margem dos bens que a sociedade produzia.

O Império estava, portanto, condenado. As contradições se manifestavam em vários setores da sociedade. Além do movimento abolicionista, que era sem dúvida o mais importante sinal de crise, O Império entrou em choque com a Igreja, uma de suas bases de apoio.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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Lei do Ventre Livre, Sexagenário e Lei Áurea

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A primeira lei, a do Ventre Livre, sancionada  pelo visconde do Rio Branco, em setembro de 1871, rezava que:

"Art. 1º Os filhos da mulher escrava que nascerem no Império, desde a data desta lei, serão considerados livre.

Parágrafo 1º Os ditos filhos menores ficarão em poder e sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão a obrigação de criá-los até a idade de 8 anos completos.

Parágrafo 2º Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá a opção ou de receber do Estado a indenização de 600 mil-réis ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos".

De acordo com essa lei, somente em meados do século XX estariam livres todos os escravos do Brasil.

Por um certo tempo, a campanha abolicionista ficou paralisada sob o efeito da lei do Ventre Livre. O ressurgimento da campanha tendeu a radicalizar as posições. Surgiram duas correntes dentro do movimento abolicionista: a moderada que propunha a abolição lenta, gradual e de forma pacífica, e a radical, que propunha a luta violenta contra os senhores de escravos. A corrente moderada era representada por Joaquim Nabuco, Pereira Barreto (ligado ao jornal A Província de São Paulo), José do Patrocínio e Campos Sales. A corrente radical era representada por Silva Jardim, o ex-escravo Luís Gama, Antônio Bento e Raul Pompéia, entre outros.

Várias associações abolicionistas surgiram no Rio de Janeiro e em São Paulo. Quase todas possuíam jornais próprios e desenvolviam intensas campanhas de conscientização da população. Os escravos, assim, viam-se encorajados a fugir das senzalas e buscar proteção dos grupos abolicionistas.

Enquanto na região Centro-Sul associações como a Sociedade Brasileira contra a Escravidão do Rio de Janeiro e a Confederação Abolicionista atacavam pelos jornais o escravismo, no Nordeste a luta abolicionista tomara outros rumos.

O jangadeiro cearense Francisco do Nascimento recusou-se a transportar escravos para os navios que faziam o tráfico interno do norte para o sul.

Os engenhos produtores de açúcar no Nordeste estavam em franca decadência. O preço dos escravos na região tornava praticamente impossível a adoção desse tipo de mão-de-obra. A escravidão tornara-se antieconômica para os senhores de engenho. Por isso muitos deles aderiram ao abolicionismo. No Ceará, por exemplo, a escravidão foi abolida em 1884.

Em São Paulo surgiu um dos grupos mais importantes do movimento antiescravista: o chamado grupo dos caifases, liderado por Antônio Bento. Os caifases atuavam, muitas vezes, de forma violenta: iam diretamente às fazendas e ajudavam os negros a fugir. A campanha abolicionista tomou conta de todo o país. E isso, de certa forma, deixava o governo de D. Pedro II atemorizado. Por essa razão, o imperador tentou, mais uma vez, fazer algumas reformas no sentido de adiar a solução efetiva do problema.

Lei do Sexagenário

Depois de intensos debates parlamentares, foi aprovada, em setembro de 1885, a Lei Saraiva-Cotegipe, mais conhecida como Lei dos Sexagenários. De modo geral, essa lei previa a libertação dos escravos negros que tivessem mais de 60 anos e que esse trabalhador deveria dar mais três anos de trabalho gratuito ao senhor, como forma de indenização.

A Lei Saraiva-Cotegipe não mudava praticamente nada no panorama da escravidão no Brasil. Era uma lei retrógrada, que visava tão-somente diminuir a atuação da campanha abolicionista sem tocar nos privilégios dos grandes latifundiários escravocratas. Mas, ao contrário do que se pensou, o movimento abolicionista não se convenceu e partiu para uma campanha de caráter mais agressivo.

Em 1887, Joaquim Nabuco pedia que o Exército recusasse definitivamente o papel de capitão-do-mato, isto é, de perseguidor de negros fugidos das fazendas. O marechal Deodoro da Fonseca liberou o Exército dessa função, deixando clara sua posição contra a escravidão.

Lei Áurea

Os grandes fazendeiros do Oeste Paulista provavam a cada dia o caráter antieconômico da escravidão. Isso ajudava o movimento abolicionista a demonstrar a falência e a desumanidade do trabalho escravo.

Mesmo numericamente, a população escrava diminuía depressa: dos 13,5 milhões de habitantes do Brasil, pouco mais de 700 mil eram escravos.

Os grandes latifundiários escravistas ainda tentaram formar grupos paramilitares no intuito de impedir a fuga de escravos e a atuação das sociedades abolicionistas. Pouco a pouco vários fazendeiros compreenderam que não conseguiriam impedir a fuga dos seus trabalhadores e começaram, por conta própria, a dar liberdade para os negros, como forma de reter os trabalhadores em suas fazendas.

O governo,  acatando o projeto do ministro João Alfredo, decretou a abolição definitiva da escravidão. O ato foi assinado pela princesa Isabel, que ocupava interinamente o cargo de D. Pedro II, pois na ocasião ele se encontrava na Europa. O dia 13 de maio de 1888 passou para a história oficial como o dia em que a princesa Isabel deu a liberdade para os escravos do Brasil. Atualmente essa data é posta em questão pelos movimentos dos afrodescendentes.

Na verdade, não havia outra saída. Sabemos que o trabalho escravo era a base de sustentação política econômica do Império. Terminada a escravidão, o Império perdia a base e, portanto, se condenava à extinção. O diálogo entre a princesa Isabel e o barão de Cotegipe serve para ilustrar o fim da base político-econômica que acabou por derrubar o Império.

Princesa: "Então, senhor barão, ganhei ou não ganhei a partida?"

Barão: " Ganhou a partida, mas perdeu o trono".

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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Final do Império no Brasil

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A estrutura agroexportadora do Brasil, tinha por base a mão-de-obra escrava. As transformações provocadas pela modernização dos mercados internacionais tornavam essa forma de trabalho improdutiva e pouco lucrativa para um mercado mais dinâmico.

Muitas vezes, a escravidão já havia sido criticada. A abolição era um dos objetivos da Revolução dos Alfaiates de Salvador, em 1798. No entanto, no interior das classes dominantes havia considerável resistência à ideia de por fim a essa forma de trabalho.

No início da década de 1850, diante das pressões inglesas, efetuou-se a extinção do tráfico negreiro. Em longo prazo, tonava-se impossível repor os trabalhadores negros. Em outras palavras, a escravidão tendia a morrer.

A dificuldade de conseguir novos escravos teve como conseqüência o aumento dos preços dos trabalhadores negros no mercado. A ideia da implantação do trabalho livre aumentou, principalmente na década de 1870, entre os cafeicultores da região Centro-Sul.

A implantação da mão-de-obra livre significava, para os modernos setores da cafeicultura paulista, a dinamização de suas atividades e o conseqüente aumento dos lucros. Ao mesmo tempo, se comparada ao trabalho livre, a escravidão tornava-se cada vez menos produtiva e lucrativa.

Ainda assim, os grandes cafeicultores da região fluminense e do Vale do Paraíba mantinham-se intransigentes diante das novas formas de mão-de-obra. Essa velha aristocracia do café sustentava a política imperial de D. Pedro II.

A modernização do país não refletia na vida dos escravos, que continuava a mesma. Duras jornadas de trabalho exauriam as forças dos negros. O sistema repressivo continuava a sobreviver para manter os escravos em estado de terror e impedir rebeliões e fugas. Os escravos resistiam como podiam. Revoltas estouravam, mas eram controladas.

Ocorriam fugas, mas nunca de forma a destruir a escravidão como um todo, Foi sob essas condições que o movimento contra a escravidão tomou impulso.

A luta pela abolição

Por volta de 1870, já se falava abertamente no fim  da escravidão. Intelectuais, profissionais liberais, funcionários e comerciantes organizavam-se para discutir as formas de se pressionar o Estado com uma campanha abolicionista.

No entanto, foi no interior da baixa oficialidade do Exército que o movimento abolicionista ganhou mais força depois da Guerra do Paraguai.

Os soldados brasileiros lutaram lado a lado com os soldados argentinos e uruguaios, que eram republicanos e seus países haviam abolido a escravidão. Defender essa forma de trabalho e o sistema imperial tornava-se difícil para os soldados do Exército brasileiro.

O Exército tornava-se, assim, uma das principais bases na luta contra a escravidão. Os soldados negros que haviam lutado na guerra tinham recebido a promessa de ser alforriados depois do conflito. Quando voltaram, encontraram muitos de seus parentes submetidos aos castigos e humilhações, próprios da escravidão.

As tensões entre o Exército e os políticos aumentaram porque muitos fazendeiros retrógrados (antiquados) queriam que os soldados negros voltassem à condição de escravos. Os oficiais se recusaram a desempenhar o papel de capitão-do-mato na captura dos negros fugidos. Esses atritos entre o Exército e o Império acabaram desencadeando, as chamadas "questões militares".

Nos meios intelectuais do país, crescia o sentimento abolicionista. Organizavam-se grupos para discutir a questão. Enquanto o movimento ganhava certa força, a crise política se acentuava, pois havia um violento conflito entre conservadores e liberais que causava a instabilidade dos gabinetes (ministérios).

Com o claro objetivo de diminuir as tensões e desviar as atenções, o governo imperial iniciou pálidas reformas para diminuir gradativamente a escravidão.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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Transformações urbanas e sociais no Brasil de D. Pedro II

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Apesar de a economia brasileira ser dependente e controlada pelos banqueiros ingleses, as exportações dos produtos agrícolas proporcionavam certas atividades paralelas e subsidiárias, concentradas nos centros urbanos.

Os centros urbanos mais notáveis eram o Rio de Janeiro, capital do Império, e São Paulo, capital do café, o produto que contribuía com a maior parte das nossas exportações. Mesmo assim, somente a cidade do Rio de Janeiro poderia ser comparada, de longe, com alguma capital européia. Possuía, desde 1854, iluminação a gás nas ruas. Havia na capital do Império uma população de profissionais liberais, comerciários e militares que davam uma vida mais dinâmica à cidade. Em 1883, a população do Rio de Janeiro era de cerca de 400 mil pessoas.

São Paulo não possuía o mesmo brilhantismo da capital do Império, mas também tinha uma vida dinâmica, ligada ao surto do café. Apesar de não ter rede de esgotos e só em 1872 possuir iluminação a gás, em algumas ruas, São Paulo cresceu e se modernizou. A cidade era atendida por serviços de carruagem e de bonde à tração animal.

Um grande incremento às atividades culturais aconteceu em 1883, com a inauguração do Teatro São José, onde a burguesia paulista podia apreciar espetáculos com artistas internacionais.

Novas atividades econômicas surgiam nas cidades, criando novas camadas sociais, independentes da sociedade agrária. Operários de uma incipiente (iniciante) industrialização, comerciantes, uma burocracia ligada ao Estado e artesãos. Surgia aos poucos uma pequena burguesia nos centros urbanos do país.

Essa nova camada fazia concorrência aos filhos da aristocracia do café: a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na cidade de São Paulo, por exemplo, já era freqüentada por jovens das novas camadas urbanas. O mesmo pode-se dizer das escolas militares, principalmente depois da guerra contra o Paraguai. Os sinais de mudança tornavam-se cada vez mais evidentes.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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A borracha e o cacau na economia do século XIX

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A segunda metade do século XIX foi um período de grandes transformações para a história do Brasil. O crescimento das cidades e o surgimento de novas camadas na sociedade eram provas de que as modificações começavam a atingir as estruturas antiquadas do Império. O crescimento do comércio internacional e o surgimento de novos produtos de exportação na economia brasileira só  fizeram aumentar as contradições do Império.

Até 1840, aproximadamente, o látex, produto retirado de uma árvore nativa da região amazônica, não tinha muita utilidade. Somente depois que o americano Goodyear inventou uma forma de industrializá-lo e torná-lo mais resistente é que passou a ter um consumo industrial.

Foi a partir daí que o Brasil começou a exportar a borracha, promovendo uma euforia de rápido enriquecimento em uma pequena camada de nossa sociedade.

Na década de 1860, o surto da borracha tomou conta, primeiro, da região do Pará e, depois, da do Amazonas. O fato de a demanda mundial ser muito grande principalmente depois do desenvolvimento do automóvel, fez com que a economia da região se transformasse. Em 1878, o Brasil já dominava mais de 90% do comércio mundial do produto.

extração do látex

A extração era feita utilizando-se da mão-de-obra de migrantes nordestinos que fugiam da seca. o seringueiro, nome pelo qual era conhecido o trabalhador que extraía o látex, era superexplorado pelo seringalista (dono dos seringais), numa condição análoga (semelhante) à escravidão.

Porém, os altos ganhos dos seringalistas e exportadores tiveram breve duração. No começo do século XX, os ingleses, levando mudas e sementes da Amazônia as selvas da Malásia e do Ceilão (atual Sri Lanka), iniciaram uma exploração mais racional dos seringais. A produção brasileira caiu, então, a níveis insignificantes.

Cacau

O cacau teve uma trajetória semelhante à do látex. Cultivado no sul da Bahia, atendeu à demanda do mercado internacional, que cresceu nos finais do século  passado. O cacau representou, juntamente com a borracha, importante item de nossa balança de exportações. A economia do cacau também utilizava a mão-de-obra dos nordestinos, na qual a presença feminina era notável.

O volume das exportações brasileiras era muito maior do que o das importações. No entanto, O Brasil exportava produtos agrícolas baratos e importava manufaturados caros. Por essa razão, apesar de exportarmos um volume muito grande de produtos, continuávamos com dívida externa.

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De escravo a trabalhador livre -Segundo Reinado

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A Lei Eusébio Queirós,   proibiu o tráfico de escravos e as pressões exercidas pela Inglaterra trouxeram problemas para a crescente lavoura de café no Brasil.

Uma das saídas tentadas pelos grandes fazendeiros de café da região fluminense, do Vale do Paraíba e principalmente de São Paulo foi o tráfico interno de escravos. Mas muitos fazendeiros paulistas, mais progressistas e imbuídos de um espírito empreendedor, já sentiam que o trabalho assalariado era mais rentável do que o trabalho escravo. De modo geral, essa opinião não era compartilhada pelos fazendeiros do Vale do Paraíba, que permaneciam refratários às novas relações capitalistas que se impunham nas atividades econômicas.

Parcerias na cafeicultura

Um poderoso fazendeiro da região de Limeira, em São Paulo, o senador Vergueiro, foi pioneiro ao tentar estabelecer novas relações de produção no campo. Em 1847, ele conseguiu trazer da Suíça e da Alemanha 364 famílias de imigrantes para trabalhar em suas fazendas. Inicia-se assim, no Brasil,  o sistema de parceria: o fazendeiro pagava as despesas de viagem dos imigrantes que, por sua vez, se comprometiam a pagar o fazendeiro com trabalho. O colono tinha o direito de plantar nas terras do fazendeiro, dando-lhe em troca parcela das vendas. Ao mesmo tempo, o colono tinha direito de participar dos lucros de venda do café. Mas os cálculos eram feitos de forma a favorecer os fazendeiros, que procuravam obter o máximo de ganho nessas transações. Na verdade, os colonos imigrantes sentiam-se como servos. Esses imigrantes vinham de uma Europa fervilhante do liberalismo revolucionário de 1848. Por essa razão, não admitiam ser tratados como escravos.

O primeiro e mais importante sinal do fracasso do sistema de parceria foi a revolta dos colonos da fazenda Ibicaba, de Vergueiro,  no ano de 1857. O líder dos colonos, Thomas Datavz, foi ameaçado pelo senador e isso fez com que quase todos os imigrantes que trabalhavam na fazenda se armassem e cercassem a casa. O senador foi obrigado a recuar, e os imigrantes instauraram uma sindicância com a mediação do cônsul da Suíça. Desde então, o sistema de parceria que começava a ser implantado em outras fazendas, foi praticamente  abandonado.

O trabalho livre na cafeicultura

O trabalho escravo era o mais empregado, mas os fazendeiros de visão comercial mais ampla sabiam que ele estava prestes a acabar. Muitos faziam cálculos do custo de um trabalhador escravo, comparando-o com os custos de um trabalhador livre, e concluíam que o trabalho assalariado era mais vantajoso. Para o primeiro era necessário desembolsar um grande  capital antecipadamente. Além do mais a cafeicultura não podia mais  contar com o trabalho escravo, pois o aumento da procura do produto exigia formas mais modernas de produção.

O trabalho livre era a única solução viável. Não se poderiam reutilizar os homens livres que viviam pelo sertão, pois estes se dedicavam a uma economia de subsistência e não se adaptariam a novas formas de vida. A imigração seria a melhor alternativa, mas sem cair nos erros do senador Vergueiro.

As lutas pela unificação da Itália facilitaram a vinda de imigrantes italianos para o Brasil. As subvenções dadas pelo governo imperial ou provincial também foram fatores de importância fundamental para essa segunda experiência de imigração.

De modo geral, o colono tinha sua passagem paga pelo governo, o que diminuía as despesas do trabalhador.

A formação da Associação Auxiliadora da Colonização sistematizou a vinda dos imigrantes, providenciando alojamento, alimentação etc. A partir daí, a imigração cresceu rapidamente, facilitando a abolição dos escravos, em 1888, e se multiplicou depois dessa data.

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Modernização e contradições no Segundo Reinado

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Na segunda metade do século XIX, os grandes cafezais da região do vale do rio Paraíba começaram a entrar em decadência. O solo estava esgotado pela exploração indiscriminada. Além disso, a proibição do tráfico negreiro provocou a alta do preço do escravo, transformando-o numa mão-de-obra pouco acessível para as fazendas decadentes das duas regiões, onde praticamente não se usava inovações técnicas.

O contrário ocorria com o Oeste Paulista (região de Jundiaí e Campinas). Além  do solo fértil e clima favorável, a região contou com outros fatores que impulsionaram a moderna cafeicultura. Os fazendeiros paulistas, diferentemente dos fluminenses, procuravam meios de modernizar suas fazendas com o capital acumulado em outras atividades, em especial nos negócios com animais de tração na região de Sorocaba. Assim, na segunda metade do século XIX, a região já contava com oficinas metalúrgicas que ofereciam máquinas de beneficiar, arados e outras ferramentas, que incrementaram a tecnologia nas fazendas. A introdução da ferrovia deu o toque final na modernização e expansão da cafeicultura paulista.

Ferrovia e café

A ideia de instalar estradas de ferro no Brasil não era nova. Em 1854, fora inaugurada no Rio de Janeiro a primeira estrada de ferro. Com apenas 18 quilômetros de extensão, era uma via de pouca utilidade econômica.

O primeiro projeto de estrada de ferro de grande envergadura começou a viabilizar-se em 1855 e pretendia ligar o Rio de Janeiro a São Paulo. O traçado, que recebeu o nome de D. Pedro II, contou com grande participação de capital inglês. O trecho paulista só foi inaugurado em 1875, quando a produção de café da região do Vale do Paraíba já começava a diminuir.

A implantação e a expansão da estrada de ferro no Brasil estavam intimamente ligadas à expansão a lavoura de café. Daí a razão de desenvolver-se mais em São Paulo do que em outras regiões.

Com grande participação de capital e engenheiros ingleses e parte do capital do visconde de Mauá, em 1867 foi inaugurada a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, ligando uma região produtora de café com o porto exportador. Quatro meses depois da inauguração, sua receita já era quatro vezes maior que as despesas.

A expansão do café no Oeste Paulista e a concomitante expansão das ferrovias eram demonstrativos de que o Brasil se modernizava e modificava seu perfil econômico. Essas transformações manifestavam-se em todos os setores da vida e da economia.

A mão-de-obra escrava, que era a fonte de riqueza para os grandes proprietários, começou a entrar em decadência desde a primeira metade do século XIX. A questão da mão-de-obra foi mais uma demonstração de que o Império não suportava essas rápidas e profundas mudanças.

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