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A mão-de-obra no Segundo Reinado

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O desenvolvimento capitalista, consolidado com a Revolução Industrial Inglesa, ampliou o mercado consumidor de gêneros industrializados , multiplicando as pressões para se pôr fim à escravidão, considerada um entrave ao crescimento capitalista. A sua extinção poderia significar o redirecionamento de capitais gastos com a compra de cativos para a de produtos industrializados, como também o mercado consumidor poderia ser ampliado pela substituição da mão-de-obra escrava pela assalariada. Ao condenar o tráfico de africanos, os britânicos desejavam, também, preservar, na África, a mão-de-obra necessária aos empreendimentos  que então estavam iniciando nesse continente.

Até o início do século XIX, não se questionavam as más condições de vida dos escravos em toda América, tampouco se criticava a ordem escravista. Para os brancos, era natural que os negros não tivessem liberdade ou que fossem submetidos ao trabalho excessivo e até a maus tratos. Essa visão foi alterada pela Revolução Industrial, que, detonando irreversível processo de aumento da produtividade, despertou os interesses econômicos dos empresários.

Logo após a independência, D.Pedro I, assumiu o compromisso de extinguir o tráfico negreiro até 1830, em troca do reconhecimento da emancipação do Brasil pela Inglaterra. Tal, acordo, ratificado pela Regência, em 1831, no entanto não saiu do papel.

gráfico  - Queda do tráfico escravo para o Brasil

Em 1845, em resposta à não-renovação dos tratados de 1810, que garantiam amplas vantagens para a Inglaterra no comércio com o Brasil, foi decretada pelo governo britânico a Bill Aberdeen. Por essa lei ficava proibido o tráfico de cativos no Atlântico e prevista a apreensão de qualquer navio que transportasse escravos, assim como a prisão e o julgamento dos traficantes segundo as leis inglesas.

Graças à existência de empresas inglesas no Brasil, que controlavam mais da metade das exportações nacionais, e sob ameaças  militares e políticas, o governo brasileiro cedeu aos interesses britânicos. Assinou a Lei Eusébio de Queirós, em 1850, que interrompeu o abastecimento de escravos africanos, embora os senhores de engenho continuassem a praticar o tráfico ilegalmente.

Igualmente decisivas para o fim do tráfico foram as pressões e resistências internas  (fugas e rebeliões de escravos, atuação de novas forças sociais contrárias à escravidão, entre outros) e o estímulo à imigração para fornecer novos trabalhadores.

Cláudio Vicentino. Gianpaolo Dorigo. História para o Ensino Médio. História Geral e do Brasil.

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