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O Congresso de Viena (1814)

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Para restaurar a antiga ordem nos países da Europa, representantes das grandes potências se reuniram em Viena, Áustria, no ano de 1814. A França, derrotada, teve de aceitar uma série de imposições: seus limites retornaram a suas antigas fronteiras; pagou uma indenização de 700 milhões de francos aos vencedores; várias fortalezas do país ficaram nas mãos dos austríacos e prussianos: teve de restaurar a monarquia, cujo trono foi ocupado por Luís XVIII.

Talleyrand, diplomata francês, exerceu importante papel durante as negociações. Sem sua participação, a França teria sido ainda mais prejudicada.

A Europa foi novamente dividida, e os grandes favorecidos foram a Rússia, a Prússia, a Inglaterra e a Áustria. O Congresso de Viena encerrou seus trabalhos em 1815. Essa época da história européia ficou conhecida como Período de Restauração, pois o objetivo do Congresso era restaurar as antigas famílias nobres que reinavam no continente antes da Revolução Francesa.

 

Reunião do Congresso de Viena 

Para impedir qualquer movimento revolucionário que pretendesse questionar a ordem conservadora que se estabelecia na Europa, o imperador da Rússia propôs que se formasse um exército com forças de todas as potências vitoriosas. A Prússia e a Áustria aceitaram imediatamente, seguidas pela Espanha, que tentava, dessa forma, deter o processo de independência de suas colônias. Esse exército recebeu o nome de Santa Aliança, pois, para as forças conservadores e a Igreja, a luta contra a revolução social chegava a ter um caráter sagrado.

Apenas a Inglaterra não fez parte dessa aliança, pois estava interessada em incentivar os movimentos de independência da América Latina.

Apesar de toda a repressão montada pela Santa Aliança, os movimentos revolucionários renasceram. Depois de 1820, ocorreram em vários pontos da Europa movimentos de características liberais ligados à burguesia e muitas vezes populares. No entanto, quase todos os movimentos foram, mais cedo ou mais tarde, sufocados. Em dois ponto do mundo, porém, a revolução estava dando certo: na Grécia, que se tornou independente da Turquia, e na América Latina, que estava em plena luta pela independência.

A breve volta de Napoleão

Depois da derrota, Napoleão foi banido para a ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo. Entretanto, os reveses do novo governo de Luís XVIII animaram-no a tentar uma volta ao poder. Assim em março de 1815, desembarcou em Canes e conseguiu montar um exército a caminho de Paris. Ao saber de sua volta, Luís XVIII fugiu, deixando o poder nas mãos do general Bonaparte.

Entretanto, os aliados se reorganizaram e, em julho de 1815, Napoleão foi derrotado pelos exércitos ingleses e prussiano, na famosa batalha de Waterloo. O governo de Napoleão durou apenas 100 dias. Luís XVIII voltou ao trono francês e Napoleão retornou a seu exílio, desta vez na ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde permaneceu até sua morte em 1821.

PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

Napoleão Bonaparte - ascensão e queda

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Para acalmar as nações que viam em Napoleão um revolucionário, e também para atrair a simpatia da nobreza emigrada no período da revolução e consolidar sua autoridade, Napoleão instituiu o império. Não era uma monarquia, pois não havia hereditariedade, mas se assemelhava a ela.

No entanto, para afastar qualquer suspeita de absolutismo, Napoleão deveria receber o cetro do povo. Por isso, espalhou-se o velho boato de que uma conspiração de extrema-esquerda pretendia dar um golpe de Estado. Após um gigantesco plebiscito, Napoleão foi coroado imperador com uma esmagadora maioria de votos.

Em 1807, colocou à venda os títulos de nobreza, formando, assim, uma nova aristocracia, oriunda da alta burguesia que passou a deter os mais altos cargos do governo. O exército, reformado e modernizado, era o grande respaldo do governo, e o recrutamento obrigatório tornou-os o maior da Europa, com mais de um milhão de soldados.

 

 Napoleão Bonaparte transpõe o monte Branco em maio de 1800. Óleo sobre tela de Jacques-Louis David

A Inglaterra se preocupava com o crescente poderio francês, principalmente após a ocupação de Hanôver (Alemanha) por tropas francesas. Suspeitando que a França se preparava para invadi-la, a Inglaterra restabeleceu a aliança com a Rússia e, com a adesão da Áustria, Suécia e Nápoles, formou-se a Terceira Coligação.

Os franceses conseguiram derrotar os austríacos e ocuparam Viena. Nessa ocasião a Espanha aliou-se à França, mas suas esquadras foram derrotadas pela poderosa marinha britânica na batalha de Trafalgar, em 1805.

No dia 2 de dezembro de 1805, Napoleão venceu a Prússia em Austerlitz, e ela passou para o sistema de defesa francês. Em julho de 1806 formou-se a Confederação do Reno, extinguindo o Sacro Império com a renúncia de Francisco II ao trono e a submissão do Estado alemão à liderança francesa.

Entre 1806 e 1807, formou-se a Quarta Coligação, entre a Rússia, a Prússia e a Saxônia, que queria a dissolução da Confederação do Reno.

Sabendo que não poderia derrotar a Inglaterra num confronto militar, Napoleão resolveu atingi-la em sua economia. Para isso, decretou o Bloqueio Continental, em 1806, proibindo todas as nações européias de comprarem produtos ingleses. Os países ocupados, os protetorados (apoio dado a um país a outro menos poderoso) e os aliados da França tiveram de aderir ao bloqueio. Isso beneficiava a burguesia francesa, que, com reserva de mercado no continente, ampliou suas vendas e aumentou seus lucros.

Os efeitos do Bloqueio Continental se faziam sentir. Em julho de 1807, a Rússia assinou a paz de Tilsit com a França, aderindo ao bloqueio. As industrias inglesas começavam a sentir o efeito da falta de mercado.

Alguns aliados da Inglaterra, como Portugal, por exemplo, tentaram resistir às pressões francesas para que aderissem ao bloqueio. Por essa razão, Napoleão invadiu Portugal, e seu governo teve de fugir para a colônia do Brasil em 1807.  A mudança da Coroa portuguesa para o continente americano facilitou, as atividades econômicas da Inglaterra, que podia negociar diretamente com o Brasil.

A Espanha, que atravessava uma crise política, foi ocupada pelas tropas  francesas e passou a ser governada por José I, irmão de Napoleão. Mas o povo espanhol resistia, por meio da guerrilha, ao domínio estrangeiro. Napoleão começou a sentir os primeiros sinais de enfraquecimento e as dificuldades para manter todas as conquistas.

Em 1809, formou-se uma Quinta Coligação, liderada pela Áustria, que, animada pela resistência espanhola, pretendia libertar-se do domínio francês. Essa tentativa resultou em fracasso, pois o poderio do exército francês e do Império Napoleônico atingia seu ponto mais alto. Mas esse apogeu não durou muito.

Na França, o recrutamento obrigatório e as constantes guerras criavam um clima de insatisfação geral. As péssimas colheitas de 1811 aliadas ao Bloqueio Continental e à constante vigilância da marinha inglesa geraram falta de alimentos no país. Por outro lado, as industrias francesas não conseguiam suprir todos os mercados da Europa, impedidos de comerciar com a Inglaterra por causa do bloqueio. A escassez de gêneros de consumo ameaçava a estabilidade dos governos aliados da França.

Internamente, as conspirações  aumentavam: alguns realistas fundaram a organização Cavaleiros da Fé para para combater o império. Externamente, a Rússia, pressionada pela crise econômica, abandonou o bloqueio em dezembro de 1810, provocando graves tensões com a França.

Em junho de 1812, inesperadamente, Napoleão começou a invasão da Rússia. Entre agosto e setembro de 1812, o avanço francês foi tão rápido que as tropas chegaram a tomar Moscou. Mas a tática de retirada do general russo Kutuzov deixou a tropa inimiga sem abastecimento. Ao mesmo tempo, o rigoroso inverno das estepes russas ajudou a dilacerar o exército napoleônico, que, de um contingente inicial de 600 mil soldados, viu-se reduzido a 30 mil homens famintos, doentes e sem munição, em novembro de 1812. A Prússia e a Áustria, animadas com a derrota de Napoleão, aliaram-se a Rússia e moveram guerra à França.

Os países ibéricos resistiam crescentemente à presença dos franceses e contavam, ainda, com o auxílio do exército inglês. Em março de 1813, Frederico Guilherme III, rei da Prússia, declarou guerra à França. Valendo-se das técnicas militares introduzidas por Napoleão e com a adesão da Inglaterra, Suécia e Áustria, conseguiu derrotar as tropas francesas em outubro de 1813. Os soldados prussianos e os aliados perseguiram os franceses até Paris e, em março de 1814, marcharam nas ruas da cidade. Napoleão foi deposto.

PEDRO, Antonio. História de civilização ocidental. ensino médio. volume único

 

O Primeiro governo dirigido por Napoleão Bonaparte

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Após o golpe de 18 Brumário, o poder do Diretório foi substituído pelo governo do Consulado. Este, que consolidou o poder da alta burguesia, tinha no Executivo três cônsules, eleitos pelo Senado. Entretanto, essa aparente democracia mascarava o poder que detinha o primeiro cônsul: Napoleão Bonaparte.

Napoleão sabia que seu governo, para ter continuidade, precisava tanto do apoio da alta como da pequena burguesia francesa. Por isso, preocupava-se em garantir a segurança interna, necessária ao bom andamento dos negócios. Mas era preciso conseguir a paz externa e afastar o perigo de uma invasão na França. E essa foi uma das principais preocupações de Napoleão nos seus primeiros anos de governo.

As primeiras campanhas militares do novo governo

Os franceses começaram a ser derrotados na Itália por uma coligação de grandes nações. Em 1799, com a saída da Rússia da coligação, o exército revolucionário retomou a iniciativa. Em julho de 1800, Napoleão, já como cônsul e chefe do governo, derrotou os austríacos em Marengo. Em 1801, a Áustria assinou a paz de Luneville, onde eram reafirmados os acordos de Campofórmio, garantindo a hegemonia (supremacia) sobre a Itália. Era o primeiro passo para o estabelecimento da paz na Europa.

Após essa vitória, a Rússia assinou um tratado de paz com a França, e a Segunda Coligação  se desfez. A Inglaterra estava isolada no cenário político europeu, pois tanto a Rússia como a Suécia, a Dinamarca e a Prússia rejeitavam suas propostas de isolar comercialmente a França. Assim, em março de 1802, a Inglaterra e a França assinaram o Tratado de Amiens, pelo qual a Inglaterra reconhecia as conquistas francesas. A partir de então. Napoleão pôde de dedicar à reconstrução interna da França.

A reconstrução da França e a transformação da República em Império

Para garantir a estabilidade econômica, vital ao desenvolvimento dos negócios da burguesia, Napoleão centralizou a administração pública e criou o Banco da França, facilitando o acesso da burguesia aos capitais necessários para seus empreendimentos. Ganhou grande popularidade no interior do país, tomando uma série de medidas para legalizar as propriedades conseguidas pelos camponeses durante o governo jacobino.

Napoleão também se preocupava com a educação popular, pois sabia que o desenvolvimento industrial do país dependia da formação de mão-de-obra especializada. Além disso, achava que a escola era um bom lugar para o controle moral e político da vontade popular. Na mesma linha de raciocínio, conseguiu estabelecer um acordo com o papado, que teve de reconhecer a autoridade do estado sobre o clero francês.

Para governar a França, Napoleão usou o plebiscito, ou seja, as suas decisões importantes eram submetidas à apreciação popular pelo voto universal. Esse mecanismo dava-lhe o apoio do homem comum, mas para isso era preciso garantir a boa imagem do governo diante do povo, silenciando as vozes discordantes. Por isso, criou uma forte censura a todos os jornais e uma polícia política destinada a reprimir qualquer oposição a seu governo. Ao mesmo tempo, ganhava popularidade e fidelidade de seus soldados por meio de bem estudada propaganda, especialmente veiculada em jornais militares.

A fim de impressionar a opinião pública, Napoleão construiu grandes obras públicas e modernizou o exército, criando um clima de euforia que beneficiou o desenvolvimento da indústria e do comércio.

Juridicamente, uma de suas maiores obras foi o Código Napoleônico, que  refletia os anseios da burguesia francesa: grande parte de seus artigos dizia respeito dos direitos e garantias da propriedade privada. Nesse código a legislação trabalhista constava principalmente de restrições: eram proibidas as associações de empregados, as greves etc. A instituição familiar era também abordada: as leis garantiam o divórcio e submetiam a mulher à autoridade do marido, denominado "a cabeça pensante do casal".

PEDRO,Antonio. História de civilização ocidental. ensino médio. volume único.

 

O Fim do Terror

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Em julho de 1794, um golpe de Estado pôs fim ao período do Terror e trouxe de volta ao poder os grupos mais conservadores da Revolução. No ano seguinte, foi criado o Diretório, órgão composto de cinco pessoas escolhidas pelo Senado para governar a França. Entretanto, ao contrário do que esperavam os conservadores, o país não entrou em um período de estabilidade.

Em 1795 foi aprovada a terceira Constituição desde o início da Revolução Francesa. Ela substitui a Constituição republicana de 1793, que por sua vez já substituíra a Constituição monarquista de 1791. A existência de três Constituições num prazo de apenas cinco anos indica a instabilidade do governo francês.

Além disso, a economia encontrava-se em condições difíceis. Estradas e portos haviam sido danificados pelas disputas internas.

A produção industrial encontrava-se estagnada e o preço dos produtos aumentava constantemente. Para piorar, em 1799 diversos governos europeus formaram uma nova coligação para combater a Revolução.

Nessas circunstâncias, o Estado francês passou a depender cada vez mais de seu exército, o que aumentou a influência dos militares na política. Conscientes de sua importância naquele momento, o general Napoleão Bonaparte e outros militares se aliaram à burguesia e desfecharam um golpe de Estado que acabou com o Diretório e estabeleceu um governo forte e autoritário: o Consulado.

O golpe ocorreu no dia 9 de novembro de 1799, ou melhor, no dia 18 do mês Brumário, de acordo com o calendário republicano francês. Por isso, ele ficou conhecido como "18 Brumário"

 

 Pintura à óleo de François Bouchot (1840)  Conselhos dos 500

Napoleão Bonaparte no Conselho dos 500. A cena acima representa o momento em que Napoleão anuncia aos deputados a extinção do Diretório, o fim da Constituição de 1795, a dissolução do próprio Conselho dos 500 e a instalação do Consulado. Era a consumação do golpe de Estado de 18 Brumário (9 de novembro) de 1799.

O que levou Napoleão ao topo?

Napoleão, cujo apelido era Grande Corso, pelo fato de ter nascido na Córsega, ilha que na época pertencia à França, nasceu em 15 de agosto de 1769. Ingressou numa escola militar com 10 anos de idade e aos 16 já havia sido promovido a segundo-tenente. Aos 24 anos, quando os jacobinos estavam no comando da Revolução Francesa, Napoleão já ocupava o posto de capitão do exército. Por seu brilhante desempenho na luta para libertar dos ingleses o porto de Toulon, Napoleão foi promovido a major. Dias depois, novas vitórias contra os ingleses e a reconquista do porto de Toulon renderam-lhe a patente de coronel depois a de general-de-brigada. Em quatro meses um militar havia passado de capitão a general.

Com 27 anos, Napoleão foi nomeado comandante do exército francês na Itália, onde obteve novas vitórias. Dois anos depois entrou vitorioso no Cairo, capital do Egito. Com 30 anos, retornou à França secretamente, participou de um golpe de Estado e tornou-se primeiro-cônsul. Quatro anos depois, chegava ao cargo mais alto que um francês poderia ambicionar: o de imperador da França. Mais alguns anos e Napoleão Bonaparte era senhor de um império com 50 milhões de pessoas, quase um terço da população da Europa.

  Napoleão  em seu trono, óleo sobre tela  de Jean-Auguste-Dominique Ingres (1806)

 

De primeiro-Cônsul a imperador

A principal figura do Consulado era o primeiro-cônsul, que tomava todas as decisões políticas. O cargo de primeiro-cônsul era ocupado pelo general Napoleão Bonaparte.

Para garantir o apoio dos camponeses, o governo de Napoleão manteve a distribuição de terras realizada durante o período da Convenção Nacional (1793-1794), agradando a milhões de pequenos proprietários que temiam ter de devolver suas terras aos antigos proprietários.

Durante seu governo, Napoleão Bonaparte ordenou a publicação de diversas leis que consolidaram a maior parte das conquistas sociais alcançadas com a Revolução de 1789. Esse conjunto de leis ficou conhecido como Código Civil ou Código Napoleônico.

As principais leis do Código Napoleônico regulamentavam os direitos individuais (liberdade de religião e de trabalho) e os direitos sobre a propriedade. O casamento foi definido como um contrato para o qual deveria ser redigido e assinado um documento. O divórcio foi legalizado e todos os filhos de um matrimônio passaram a ter direito sobre a herança do pai, o que acabou com o direito de primogenitura típico do Antigo Regime.

Em 1802, um plebiscito declarou Napoleão cônsul único e vitalício. Em 1804, outra consulta popular aprovou a decisão do Senado de nomear Napoleão Bonaparte imperador da França, com o título de Napoleão I.

BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção: História Sociedade & Cidadania. ensino fundamental. CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental.

 

A era napoleônica - cronologia

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(1798-1815)

Dizem que a rapidez com que Bonaparte chegou ao governo da França e o enorme poder que teve no Ocidente devem-se a sua inteligência, eficiência e capacidade de liderança. Outros dizem que a ascensão meteórica do general francês deve-se às circunstâncias em que a França se encontrava na época em que ele fez sua estréia.

Mas afinal, quem era Napoleão Bonaparte? Como se tornou um mito? Como chegou ao poder?

Bonaparte, de Jacques-Louis Davis, 1798 

 

  • 1795  É aprovada a terceira Constituição da França.
  • 1799 Napoleão Bonaparte chefia um golpe de Estado que dissolve o Diretório e cria o Consulado.
  • 1800 Os franceses vencem os austríacos na batalha de Marengo.
  • 1802 Bonaparte é nomeado cônsul único e vitalício.
  • 1803  A Inglaterra alia-se à Rússia, à Áustria e a Suécia contra a França.
  • 1804  Napoleão Bonaparte torna-se imperador da França
  • 1805  Os ingleses vencem os franceses na batalha naval de Trafalgar.
  • 1806 Napoleão decreta o bloqueio Continental contra a Inglaterra.
  • 1807  Portugal é invadido por tropas francesas. A família real portuguesa foge para o Rio de Janeiro.
  • 1812  Tropas francesas invadem a Rússia.
  • 1814  A coligação formada por Áustria, Prússia, Rússia, Suécia e Inglaterra invade a França. Napoleão é exilado na ilha de Elba.
  • 1815  Napoleão foge de Elba e reassume o poder em Paris.
  • 1815  Derrotado na batalha de Waterloo, Napoleão é enviado para a ilha de Santa Helena.
  • 1821  Morre Napoleão Bonaparte.

A expansão militar francesa

Entre 1789 e 1799, os franceses aboliram o absolutismo e as relações feudais no campo, proclamaram os Direitos do homem e do cidadão como fundamento da nova sociedade e se envolveram em intensas lutas políticas. Nessa década, a França sofreu sucessivas agressões externas e sua população teve de enfrentar inimigos poderosos para assegurar as conquistas da Revolução.

Em 1799, a indústria e o comércio estavam organizados, os portos destruídos e o governo enfraquecido. Nessas circunstâncias, os grupos dominantes passaram a procurar um líder capaz de estabelecer um governo forte e estável. Esse líder era um jovem general que se destacara nas guerras contra as monarquias européias. Um chefe militar comparado a Júlio Cesar e a Alexandre, o Grande. Seu nome era Napoleão Bonaparte.

Do Consulado ao Império

Napoleão Bonaparte chegou ao poder em 1799 por meio de um golpe e, para isso contou com o apoio de políticos burgueses e do exército.

Napoleão contou também com circunstâncias favoráveis. Ele só chegou a ser general do exército, mesmo não sendo nobre, porque a Revolução Francesa havia abolido os privilégios que reservavam à nobreza todos os altos postos do exército e da Igreja. Além disso, os franceses desejavam um governo capaz de estabelecer a paz e de por fim à corrupção.

De sua parte, a burguesia desejava um governo forte o suficiente para impedir que os jacobinos ou os monarquistas reconquistassem o poder. Tudo isso facilitou o golpe de Napoleão Bonaparte.

Napoleão governou a França por quase quinze anos, Seu governo pode ser dividido em dois grandes períodos. o consulado (1799-1804) e o império (1804-1815).

BOULOS JUNIOR, Alfredo.coleção: História Sociedade & Cidadania. ensino fundamental. CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental.

Technorati Marcas:

Vamos aos livros

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Ciência Hoje na Escola. v. 9, Evolução, de Plínio Marcos ed. Global. Coletânea com textos de pesquisadores brasileiros, alguns de caráter informativo, outros com proposta de atividades.

 

O Primeiro homem e outros mitos dos índios brasileiros, de Betty Mindlin, Cosac & Naify, 2001. Reúne histórias e mitos criados por povos indígenas que viveram ou ainda vivem na territórios brasileiro.

 

O homem na Pré-História, de Rosicler Martins Rodrigues, Moderna, 2003. Escrito por uma bióloga, oferece respostas científicas a perguntas sobre as origens do ser humano

Estes são mais alguns títulos sugeridos por Oldimar Cardoso que podem ser usados como fontes de pesquisas e enriquecimento no saber.



"A Marselhesa"

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Em abril de 1792, diante dos preparativos para a guerra contra a Áustria e a Prússia, Claude Joseph Rouget de Lisle, um oficial francês, compôs a "Canção de guerra para o exército do Reno". Originalmente, a canção tinha seis estrofes, mas alguém ( não se sabe se o abade Pessonneaux ou Louis Duboisais) acrescentou a ela mais uma estrofe.

Em agosto de 1792, quando os exércitos da  Áustria  e da Prússia invadiram  a França  e a Revolução corria perigo, tropas francesas provenientes de Marselha entraram em Paris cantando a canção e convocando o povo parisiense para a resistência contra os invasores: Aux armes, citoyens / Formes vous bataillons... (Às armas, cidadãos ? Formai vossos batalhões...).

A partir de então, o hino passou a ser conhecido como " A Marselhesa".

Em 1789, a "Marselhesa" foi declarada hino da França.

Partitura da época de "A Marselhesa", hino da Revolução Francesa e atual Hino Nacional da França 

 

Ecos da Revolução

Até 1789, as escolas e universidades francesas eram controladas pela Igreja Católica. Com a Revolução Francesa, teve início o processo de separação da entre a Igreja e o Estado. Assim, as escolas foram laicizadas, ou seja, deixaram de ser religiosas. Essa separação seguia a orientação do pensamento iluminista, que se opunha à influência da Igreja sobre o Estado e a seu controle sobre a educação.

Em 2003, o governo francês do presidente Jacques Chirac invocou essa tradição para justificar uma lei que proibiu o uso de símbolos religiosos nas escolas públicas, como o véu das mulheres muçulmanas, o solidéu (barrete que cobre parte do alto da cabeça) dos judeus e o crucifixo dos cristãos. A lei gerou uma grande polêmica na França. Alguns de seus contestadores afirmam que ela se opõe a outro direito consagrado pelo iluminismo e pela Revolução Francesa: a liberdade religiosa e o direito individual de manifestar a própria crença.

A Revolução Francesa marcou o fim do absolutismo na França e a subida definitiva da burguesia ao poder, preparando a consolidação do modo capitalista de produção. Mas essa revolução não ficou restrita à França: suas idéias espalharam-se pelo resto da Europa e atingiram a América Latina, que, inspirada nos ideais revolucionários franceses, iniciou um período de longas lutas contra a dominação dos países ibéricos.

PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único. CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.

Technorati Marcas:

Monarquia Parlamentar francesa

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Em 3 de setembro de 1791, a Assembléia Constituinte promulgou a nova Constituição, que tirava das mãos do rei Luís XVI o poder de decretar leis, que agora seriam elaboradas e aprovadas pela Assembléia Legislativa. Essa Assembléia controlava a política exterior, as forças armadas, a Guarda Nacional, os ministros nomeados pelo rei e a atividade do poder Judiciário.

Os deputados da Assembléia eram eleitos por todos os franceses do sexo masculino que comprovassem alguma forma de propriedade; essas eleitores também elegiam os funcionários das comunas (municípios) e dos departamentos (estados).

Essa Constituição garantia à burguesia moderada o controle da vida política do país: as restrições do direito de voto davam-lhe folgada maioria de representantes na Assembléia legislativa, que agora detinha o poder. Dessa forma, na Assembléia  que governou a França até 1792, os grupos políticos se dividiam assim: à direita, representando a grande burguesia, 264 deputados se dividiam em dois clubes: Feuillants e girondinos; no centro, 345 deputados independentes, sem programa definido, que votavam junto com os girondinos; à esquerda, francamente minoritários, os 136 deputados jacobinos e dordelliers. se na Assembléia sua influência era escassa, sua penetração nas massas populares (cordelliers) e na pequena burguesia (jacobinos) era muito forte.

As leis aprovadas pela Assembléia controlada pelos girondinos favoreciam, evidentemente, os ganhos de capital da alta burguesia e excluíram as massas populares de participação na política institucional. Por isso a Constituição não satisfazia os anseios da população pobre, os sans culottes (quer dizer "sem culotes, sendo que os culotes eram trajados pelos mais ricos). "Liberdade, igualdade, fraternidade" havia sido o lema que todo o povo gritou nas ruas durante a revolução. Marat e Hébert lideravam a organização desses homens em milícias populares.

A guerra contra a Europa

Os regimes absolutistas da Europa não viam com bons olhos os acontecimentos de Paris e se preparavam para intervir e sufocar a revolução.

Na França, a guerra  interessava a todos, por diferentes motivos. Para Luís XVI, a derrota da nação poria fim à revolução e restabeleceria seu poder absoluto. Por outro lado, a vitória interessava à alta burguesia, pois garantiria suas conquistas, propiciaria lucros (comércio de armas, pilhagens etc) e afastaria a atenção do povo dos problemas nacionais. Para a pequena burguesia e para as massas populares significava a salvação da revolução.

Em abril de 1792, Luís XVI propôs a Assembléia uma declaração de guerra à Áustria, Prússia, Boêmia e outros principados do Sacro Império. Quando os combates começaram, o exército francês passou a ser sucessivamente derrotado. Na Assembléia, Robespierre denunciava a atitude do rei como traição e clamava por justiça. As evidências contra o rei ficaram claras, e na noite de 9 de agosto de 1792, o povo de Paris e a Guarda Nacional tomaram o Palácio das Tulherias e prenderam o rei e sua família. A monarquia na França havia acabado. A Assembléia destituiu o rei e passou a chamar-se Convenção Nacional, a qual passou a ser eleita por voto universal.

A ameaça de invasão estrangeira punha em perigo as conquistas populares. A comuna Revolucionária de Paris organizou um exército popular, que marchou contra as forças inimigas. O ardor revolucionário do povo de Paris fez com que esse exército, inexperiente e destreinado, derrotasse o exército invasor em Valmy, a 100 km da capital, no dia 20 de setembro de 1792, quando foi proclamada a república da França.

A Convenção Nacional

Em setembro de 1792, foram eleitos por sufrágio (voto, apoio,adesão) universal masculino  749 deputados para a Convenção Nacional. Ao contrário da Assembléia Legislativa anterior, a Convenção tinha também o poder de executar as leis, o que antes cabia ao rei e seus ministros. Além disso, elaborou uma nova Constituição, que ficou pronta em junho de 1793.

Ao mesmo tempo, foi criado um novo calendário, pelo qual os meses receberam novos nomes, ligados ao clima e aos trabalhos agrícolas, como Germinal (mês das sementes), Floreal (das flores), Termidor (mês do calor), etc.

Os deputados dividiram-se em três grupos os de direita (girondinos) os de esquerda (jacobinos) e os deputados sem perfil político definido compunham o centro, chamado também de Pântano.

PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

Revolução: os primeiros passos

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Os Estados Gerais haviam sido convocados para o dia 5 de maio de 1789. Sabia-se de antemão que a situação não mudaria se não se mudasse o sistema de votação. O rei tentou, usando a força, impedir que se discutisse a questão da proporcionalidade dos votos. Mas o terceiro estado, com o apoio de alguns nobres e clérigos mais cultos, tentaram mudar o sistema de votação.

Na sessão de abertura, no palácio de Versalhes, o rei frisou que a discussão deveria se ater a questões financeiras e não a problemas políticos. Os deputados do terceiro estado, apoiados por elementos das outras ordens e principalmente por populares que tomavam conta das ruas de Paris, forçavam o debate de temas políticos. Em 16 de junho, declararam-se em Assembléia Nacional Constituinte, exigindo uma constituição para a França.

Sessão de abertura da Assembléia dos Estados Gerais em 05 de maio de 1789. Óleo sobre tela de 1839, de Louis Charles Auguste Couder (1789-1873)

 

Como o rei e a nobreza tentaram impedir o prosseguimento da rebeldia do terceiro estado, eles juraram não se separar até que "se tenha redigido e estabelecido uma constituição na França". Esse juramento ficou conhecido como Juramento do Jogo da Péla.

A notícia de que o rei reunia tropas para reprimir as manifestações de liberdade chegou à capital. Em Paris, no dia 14 de Julho de 1789, a população pobre (artesãos, operários, pequenos comerciantes, lavadeiras e costureiras) tomou de assalto a Bastilha, antiga prisão do Estado e símbolo do poder absoluto do rei. As armas encontradas foram destruídas entre os populares, que passaram a participar ativamente das lutas políticas. O exército real foi dissolvido e formaram-se milícias de cidadãos burgueses, que tentavam controlar o movimento popular das cidades.

Os camponeses, por seu lado, invadiam propriedades e queimavam documentos de servidão, rebelando-se contra séculos de opressão e miséria. Reivindicavam a distribuição das terras entre aqueles que nelas trabalhavam.

Os proprietários se atemorizaram, com medo de pagar com a própria vida a exploração que sempre exerceram sobre os camponeses.

Em 4 de agosto de 1789, a Assembléia Constituinte aprovou a lei que abolia os direitos feudais na França. Os ânimos se arrefeceram entre a população.

O centro da revolução voltou então para a Assembléia Constituinte, que, em 26 de agosto, aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, um dos documentos mais importantes da Revolução Francesa. Essa Declaração era a síntese da concepção burguesa da sociedade: instituía-se a igualdade jurídica entre os homens, em oposição à concepção  feudal de sociedade, e privada, contrapondo-se à concepção comunitária da propriedade, que persistia entre os camponeses.

As notícias de que o rei hesitava em assinar os decretos de agosto, o agravamento da inflação e a escassez de pão levaram o povo a novas rebeliões, conhecidas como "jornadas de outubro". Sob pressão popular, o rei assinou os decretos.

Em julho de 1790, a Assembléia divulgou a Constituição Civil do Clero, que transformava os membros do clero em funcionários do governo e confiscava os bens das ordens religiosas. As novas leis assustaram a aristocracia, que emigrou para os países vizinhos, principalmente Holanda e Sacro Império (Alemanha). Nesses países, as forças conservadoras preparavam a contra-revolução.

Na Assembléia, as diferenças de posições políticas deram origem a vários grupos: à direita da sala ficavam os aristocratas, que pretendiam a volta do Antigo Regime; no centro, os deputados, que defendiam uma monarquia parlamentar e tinham como líderes La Fayette, Sièyes e Talleyrand; à esquerda os grupos republicanos de tendência democrática, que defendiam inclusive o voto universal e tinham como expoentes Danton, Marat, Hébert, Robespierre e Desmoulins. É dessa época as denominações direita, centro e esquerda para definir as posições políticas de grupos, partidos ou pessoas.

Os deputados de cada tendência reuniam-se após as sessões para discutir e deliberar as formas de se posicionar. Os deputados mais radicais organizavam reuniões públicas, que deram origem aos clubes políticos. Esses clubes organizavam a massa de pequenos burgueses e faziam propaganda dos ideais revolucionários, além de levar aos deputados as reivindicações da população. Os dois clubes mais importantes para a história da Revolução Francesa foram: Sociedade dos Amigos dos Direitos do Homem, liderada por Danton, Marat e Hébert, que originou o Clube dos Cordelliers e defendia o voto universal; Clube dos Jacobinos, ligado aos interesses da pequena burguesia, defendendo a ideia republicana e liderado por Robespierre.

Os trabalhos da Assembléia Constituinte estavam quase terminados, quando o rei tentou fugir para a Prússia (Alemanha) para se reunir ao exército de emigrados e comandar a invasão da França. O rei foi preso na cidade de Varennes e enviado de volta a Paris. Ainda assim, a alta burguesia, temendo novo período de agitação popular, manteve a monarquia parlamentar.

PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

Os Três "Estados" da França

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Em 1789, a sociedade francesa estava dividida em três Estados. O Primeiro Estado, ou clero, era composto de aproximadamente 100 mil clérigos (padres, bispos, etc.). O Segundo Estado, ou nobreza, era formado por cerca de 400 mil pessoas. Todo o restante da sociedade francesa, mais de 22 milhões  de pessoas, pertencia ao Terceiro Estado.

O clero não era obrigado a pagar impostos e era sustentado principalmente com o dízimo pago pelos integrantes do Terceiro Estado. A nobreza também estava dispensada do pagamento de alguns impostos. Já o Terceiro Estado não tinha privilégios: o peso dos impostos recaía quase que exclusivamente sobre seus integrantes.

O Terceiro Estado, portanto era o que hoje chamamos de "POVO". Nele estavam incluídos os comerciantes e a burguesia em geral, os trabalhadores urbanos, conhecidos como sans-culottes, os artesãos e os camponeses. Essas pessoas trabalhavam para viver e pagavam para que o clero e a nobreza vivessem sem trabalhar.

Os Estados Gerais

Em 1788, o Estado francês previa gastar 629 milhões de libras, mas conseguiu arrecadar somente 503 milhões. Para tentar superar as dificuldades com as finanças do reino, o rei Luís XVI convocou os Estados Gerais, uma assembléia composta de representantes dos três Estados.

Foram eleitos 292 representantes do clero, 270 da nobreza e 578 do Terceiro Estado, num total de 1 140 deputados, que se apresentaram para a reunião em maio de 1789. Assim, o Terceiro Estado tinha maioria numérica (578 votos contra 562 da nobreza e do clero).

A convocação dos Estados Gerais trouxe para os integrantes do Terceiro Estado grandes expectativas de mudanças sociais. Essas expectativas se expressaram na forma de textos que condenavam o absolutismo  do rei e os privilégios da nobreza e do clero. Um desses textos, foi escrito pelo abade Emmanuel Sièyes, que participou dos Estados Gerais e de outras assembléias e tribunais criados após a Revolução.

 

Trecho de Texto do abade Emmanuel Sièyes, 1789

O abade Emmanuel Sièyes fazia parte do Primeiro Estado e não do Terceiro. Como se explica, então, que Sièyes defendesse os interesses do Terceiro Estado? A resposta a essa pergunta está na divisão existente entre o alto clero, formado por bispos e outros integrantes da alta hierarquia da Igreja católica, e o baixo clero, constituído por padres, monges e alguns abades. O baixo clero estava em estreito contato com a massa da população e conhecia seus problemas.

Que é o Terceiro Estado? Tudo. Que tem sido até agora na ordem política? Nada. Que deseja? Vir a ser alguma coisa [...]

O Terceiro Estado forma em todos os setores os dezenove/vinte avos [ou seja a grande maioria da população francesa], com a diferença de que ele é encarregado de tudo o que existe de verdadeiramente penoso, de todos os trabalhos que a ordem privilegiada se recusa a cumprir. Os lugares lucrativos e honoríficos são ocupados pelos membros da ordem privilegiada[...]

Quem portanto, ousaria dizer que Terceiro Estado não tem em si tudo o que é necessário para formar uma nação completa? Ele é o homem forte e robusto que tem um dos braços ainda acorrentados. [...] Assim que é o Terceiro Estado? [...] Nada pode caminhar sem ele, tudo iria infinitamente sem os outros.

SIÈYES, Emmanuel Joseph. O que é o Terceiro Estado? In: Adhemar;BERUTTI, Flávio & FARIA, Ricardo. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 1994, p. 18-9.

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.

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Revolução Francesa

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A Revolução Francesa deve ser estudada levando-se em conta as condições de profundas mudanças que a Europa estava passando. A Revolução Industrial, que começou na Inglaterra abalou a estrutura tradicional, não só na Inglaterra como também nas metrópoles européias e em suas colônias. A revolução intelectual que atingiu a Europa e a América foi importante no plano do pensamento, por formular críticas ao Antigo Regime e novas propostas culturais, sociais e políticas.

A Revolução Francesa foi possível graças a uma conjugação de fatores que demonstrou que o Antigo Regime, o sistema colonial, o mercantilismo protecionista e as corporações de ofícios eram fortes obstáculos para a expansão das novas atividades econômicas que tiveram uma forte expansão com a Revolução Industrial. Esses obstáculos foram removidos quase sempre pela força.

A situação da França antes da Revolução

As novas formas de produção industrial nasceram e se desenvolveram nos quadros do Antigo Regime existente na França. Por isso, a sua natural expansão, como ocorreu na Inglaterra, encontrava obstáculos nas altas taxas cobradas pela nobreza, nos impostos cobrados pelo Estado absolutista e nas restrições estabelecidas pela política mercantilista.

Para burguesia francesa era vital destruir o governo absolutista que sustentava todos os privilégios das corporações e da nobreza feudal. Mesmo porque, foi na França que eclodiu o Iluminismo, que como um movimento intelectual, soube detectar as contradições e denuncia-las com clareza.

A França, às vésperas da Revolução, contava com uma população de 16 milhões de habitantes, cuja maioria vivia no campo. Entre essa população rural havia diferenças sociais consideráveis: de camponeses proprietários ( pequenos ou grandes fazendeiros) a trabalhadores servis, explorados segundo os moldes feudais. Impostos e domínio da nobreza nas maiorias das propriedades dificultavam a expansão da agricultura capitalista.

Mas era nas cidades que se encontrava a camada mais dinâmica da sociedade francesa: a burguesia, cujo sucesso estava intimamente ligado ao desenvolvimento de seus negócios e empreendimentos e que, por isso, estava atenta a todas as oportunidades de ganhar dinheiro. Os grandes banqueiros e comerciantes eram a camada mais rica dessa classe e viviam dos grandes negócios; os advogados, médicos e outros profissionais formavam a camada intermediária; finalmente, os usuários, pequenos lojistas e pequenos industriais formavam a pequena burguesia. Apesar de ricos e de controlar a produção e os negócios da nação, os burgueses não gozavam de nenhum privilégio político social.

Ainda nas cidades, encontrava-se outro importante setor da sociedade: as camadas populares urbanas, os jornaleiros (trabalhadores por jornadas) das oficinas artesanais, empregados do comércio, operários, pequenos artesãos etc. Essas pessoas viviam de seu trabalho e suas condições de vida variavam de acordo com seus ganhos.

Uma minoria da população formava a camada privilegiada da época: a aristocracia, que incluía, além da nobreza, o alto clero (bispos, cardeais etc). Para essas pessoas, a riqueza e a boa vida não dependiam nem da sorte nos negócios nem do trabalho pessoal, mas unicamente do seu nome, do nascimento nobre. Apesar de já gozar da autonomia e do poder político de seus antepassados, tinham imensos privilégios: não pagavam impostos, cobravam taxas dos camponeses, além de receber algum tipo de pensão ou renda do Estado. Mas também nesse grupo de privilegiados havia diferenças: a pequena nobreza do interior era sustentada pelas taxas cobradas dos camponeses; a nobreza cortesã vivia faustosamente na corte do rei e recebia pensões do tesouro real: e a nobreza judiciária, ou togada, ocupava importantes cargos nas magistraturas da monarquia. Os indivíduos dessa parcela da nobreza provinham da alta burguesia, que comprava títulos de nobreza.

A organização financeira do reino exerceu papel fundamental no desencadear dos acontecimentos revolucionários. A monarquia absoluta precisava ter um sistema de arrecadação de impostos para satisfazer suas necessidades. Mas os gastos eram sempre maiores que a receita, e essa tendência se acentuou no século XVIII, quando o déficit do Estado atingiu altas  taxas. Os impostos cobrados pela Coroa não atendiam às suas necessidades, o que fazia recorrer a empréstimos da burguesia financeira para evitar a bancarrota.

As guerras, a diplomacia, a dívida pública (empréstimos) e gastos com a corte eram responsáveis por mais de 75% das despesas da monarquia. A  intervenção da França na Guerra de Independência dos Estados Unidos onerou ainda mais os cofres franceses. Ao mesmo tempo, o comércio interno francês não crescia, pois as alfândegas internas, herança feudal, impediam seu livre desenvolvimento.

PEDRO, Antonio, História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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A grande Revolução Francesa - Cronologia

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(1789-1795)

"Às armas, cidadãos! Ás armas!"

Esse foi o grito de guerra que se ouviu por toda Paris em 14 de Julho de 1789.

Às cinco horas da tarde, a multidão incitada por Desmoulins derrubou os portões da Bastilha, invadiu a antiga fortaleza, libertou os presos que lá se encontravam e pôs fogo no edifício.

À noite, o rei Luís XVI recebeu em seu palácio o duque de La Rochefoucault-Liancourt. Ao ouvir dele o relato dos acontecimentos, exclamou:    "É uma revolta!".

"Não majestade" - corrigiu Liancourt -, "é uma revolução".

  • 1788  O rei da França, Luís XVI, convoca os Estados Gerais.
  • 1789 O Terceiro Estado lidera a formação de uma Assembléia Constituinte. O povo de Paris promove a queda da bastilha.
  • 1791 É promulgada a primeira Constituição francesa. Luís XVI e sua família tentam fugir para o exterior.
  • 1792  A França entra em guerra contra a Áustria e a Prússia. É proclamada a República francesa.
  • 1793 Luís XVI e sua mulher, Maria Antonieta, são executados. É promulgada uma nova Constituição. A França entra em guerra com a Áustria, a Prússia, a Holanda, a Espanha e a Inglaterra. É criado o Comitê de Salvação Pública.
  • 1794 Com o golpe de Termidor, Robespierre, líder do Comitê de Salvação Pública, é preso e executado.
  • 1795 É criado o Diretório. 

Luís XVI (1754-1793). Rei da França entre 1774 e 1792. Apoiou a guerra de independência das colônias norte-americanas, o que contribuiu para que a situação econômica da França se deteriorasse. Não conseguiu evitar o início da Revolução Francesa e tornou-se muito impopular. Tentou fugir do país com a família em 1791, porém foi capturado e, mais tarde, guilhotinado.

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.

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Declaração de Independência dos Estados Unidos da América

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Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno às  opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação.

Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura pela felicidade. Que afim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de altera-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objetivo indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhe o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança. Tal tem sido o sofrimento paciente destas colônias e tal agora a necessidade que as força a alterar os sistemas anteriores de governo. A história do atual rei da Grã-Bretanha  compõe-se de repetidas injúrias e usurpações, tendo todos por objetivo direto o estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados. (...)

Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. In: O Portal da História - Teoria Política.http://www.arqnet.pt/portal/universal/teoria/declaração_vport.html

O significado da Independência dos Estados Unidos

Pela primeira vez estava rompido o cordão umbilical que prendia a colônia à metrópole, representado pelo pacto colonial. A essência do absolutismo era o mercantilismo, e a essência do mercantilismo era o pacto colonial. A ruptura de um desses elos significou que existia uma crise profunda no ar, iniciada na própria Inglaterra com as revoluções do século XVII e continuada no século seguinte com a Revolução  Industrial e a revolução intelectual dos iluministas. Todos esses acontecimentos foram elementos de um mesmo processo: a crise do absolutismo e do mercantilismo, que teve seu ponto culminante na Revolução Francesa.

PEDRO, Antonio. História da Civilização ocidental. ensino fundamental. volume único

 

Os primeiros passos para a independência (EUA)

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Alguns intelectuais de pensamento liberal, inspirados pelas novas ideias do Iluminismo, defendiam a independência das colônias. Entre eles destacavam-se Thomas Jefferson, Samuel Adams, Richard Lee, Benjamim Franklin. Essa ideia uniu todas as colônias inglesas, que, em 1774, organizaram na Filadélfia o Primeiro Congresso Continental. Nesse Congresso foi aprovada a declaração de direitos e decidiu-se suspender o comércio com a Inglaterra. Logo depois, em 10 de abril de 1775, ocorreram os primeiros choques armados entre as milícias americanas e as tropas reais, em Lexington. Novos choques ocorreram em Concord e em Bunker Hill. Os ingleses perderam cerca de mil soldados. Foi um duro golpe para a potência colonialista.

A independência de direito e de fato

O Segundo Congresso Continental reuniu-se em 1775, decidindo a criação de um exército colonial. dirigido por George Washington, um rico plantador de algodão do Sul. Em 4 de Julho de 1776, o Congresso assinou a famosa Declaração de Independência das 13 colônias, a partir de então chamadas de Estados. A redação dessa Declaração foi feita por Thomas Jefferson e dela constava os direitos naturais do homem - direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade, inspirados em alguns pensadores iluministas - e o direito de rebelião de um povo contra um governo que não garantisse tais direitos. A independência estava proclamada legalmente, mas ainda não fora conquistada. Foram necessários anos de lutas sangrentas para que ela se efetivasse.

O exército americano não possuía uma estrutura  suficientemente organizada e tampouco recursos financeiros para enfrentar o exército inglês, que era apoiado por parte da população colonial e por algumas tribos indígenas. Apesar de tais dificuldades a situação  favorecia os norte-americanos, que conheciam o território onde lutavam e contavam com o apoio de colonos, que, mesmo não pertencendo ao exército regular, praticavam  constantes  atos de sabotagem contra a tropa real.

Contudo, as forças norte-americanas tinham problemas para manter os territórios conquistados, o que dificultava a vitória definitiva sobre a Inglaterra. Benjamim Franklin, então, embarcou para Paris, a fim de conseguir o apoio da França à causa americana. O governo absolutista da França, ao qual não interessava a independência dos Estados Unidos, mas sim a oportunidade de derrotar o seu tradicional inimigo, não deixou escapar a chance.

A aliança com a França, e logo depois com a Espanha, foi decisiva para apressar o fim da guerra. O aparato militar francês ajudou muito as forças rebeldes. A batalha decisiva deu-se em Yorktown, quando os soldados ingleses foram cercados pelas forças francesas e americanas. Após a derrota, os ingleses se retiraram da América. No entanto, a paz definitiva só foi assinada em 1783, quando a Inglaterra reconheceu legalmente a existência de um novo país no mundo: os Estados Unidos da América.

A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América é um marco na história da sociedade ocidental. Ela representa a afirmação no campo político dos ideais iluministas. Essa declaração antecede em mais de uma década a Revolução Francesa e a sua famosa Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Podemos dizer que a revolução Americana, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial estão nos fundamentos da sociedade contemporânea.

PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único

 

Outra Pausa... Minha primeira parceria

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Bem, hoje estou muito contente, pois finalmente depois de longa negociação (rs) foi concretizada uma parceria amiga.

Meu novo e único (por enquanto) parceiro é o Sr. Empregador do blog Emprego Virtual, um blog muito bom para quem está desempregado ou à procura de um emprego melhor. Existem muitas dicas de como elaborar currículo, como se comportar em uma entrevista, como se vestir, sobre o uso de acessórios exagerados, enfim, o melhor mesmo é visitar e aprender com o Sr. Empregador.

É isso aí, aproveitem senhores desempregados e estudantes, existem dicas sobre estágios também.

Como diria meu parceiro Queridos desempregados e desempregadas deste Brasil, dêem uma passada por lá e confiram.

Abraços a todos e boa sorte em seus futuros empregos.

Fazendo uma pausa...

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Oi Pessoal,

De hoje em diante vou colocar algumas sugestões de livros que podem ajudar no entendimento da História.

Vou postar pelo menos duas vezes por semana, alguns títulos, e se possível a imagem das capas para não haver dúvidas.

 

No tempo de Michelangelo, de Antony Mason, Callis, 2004. Um panorama dos autores e das obras do Renascimento, movimento que começou na Itália e se espalhou pela Europa no século XVI.

 

 

 

Galileu e o Universo, de Steve Parker, Scipione, 1996. A vida de Galileu e suas descobertas mais importantes.

 

 

Quem  vai decifrar o Código de Leonardo?, de Thomas Brezina, Ática, 2005. Uma viagem a um tempo distante para conhecer a vida, a obra e as descobertas de Leonardo da Vinci - um italiano que revolucionou o mundo.

 

 

Por hoje são esses o livros sugeridos. Obrigado por acessar o Histoblog.

O processo de Independência dos Estados Unidos

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A colonização efetiva da América do Norte começou no século XVII, quando a Europa passava por um período de agitação social resultante da reforma protestante. A colonização dessa região foi feita por grupos protestantes que buscavam novos lugares para praticar livremente sua religião.

Os peregrinos, como  os primeiros colonos eram chamados, estabeleceram-se, a partir de 1620, na costa leste da América do Norte, formando comunidades que se dedicavam à manufatura, pecuária e pequena lavoura. O trabalho era executado pelo próprio colono e sua família, não havendo latifúndio e escravidão.

Alguns colonos que vinham da Inglaterra estabeleciam-se nas terras dos grandes proprietários do sul da América do Norte, onde trabalhavam em troca de comida, até que sua passagem e estadia, adiantadas pelo fazendeiro, estivessem pagas: era servidão temporária.

Após saldar suas dívidas, o trabalhador partia em direção ao Oeste, para conseguir sua própria terra. Esse tipo de colônia não interessava à Inglaterra, que buscava colônias ricas em produtos primários, que seriam vendidos a bom preço na Europa. Tais produtos só eram encontrados no sul da América do Norte, onde havia grandes plantações de algodão (necessário às manufaturas inglesas) que utilizavam o trabalho escravo.

Assim, enquanto no Sul as relações entre colônia e metrópole se estreitavam, no Norte, o trabalho livre feito por pequenos proprietários, tornava as colônias independentes da metrópole.

Essa relativa independência econômica também se estendia à política: cada núcleo de povoamento tinha um governador nomeado pelo governo inglês. Porém, havia também uma assembléia, eleita pelos colonos, que fazia as leis e votava os impostos, sendo que o rei podia vetar uma decisão da assembléia, mas não podia impor leis sem a aprovação dela. Dessa forma, o pacto colonial quase vigorava na parte norte do território inglês na América.

Atritos entre metrópole e colônia

Durante o século XVIII, as relações entre as colônias do Norte e a metrópole tornaram-se mais tensas. Os colonos norte-americanos disputavam com os comerciantes ingleses o comércio de escravos, as pilhagens aos navios espanhóis e a produção de manufaturados. Uma das mais dinâmicas atividades dos colonos era o chamado comércio comércio triangular: compravam melado dos engenhos do Caribe, transformavam-no em rum e trocavam a bebida por escravos na África, os quais eram vendidos aos grandes proprietários da região sul das Treze Colônias.

A Revolução Industrial, em curso na Inglaterra, exigia que tal concorrência fosse eliminada, para que os  lucros ficassem nas mãos da burguesia da metrópole. Para isso, o governo inglês tomou algumas medidas em 1733, o Parlamento inglês aprovou a Lei do Melado, que taxava pesadamente a importação de açúcar e melado pelas colônias prejudicando a fabricação do rum, um dos principais  produtos do "comércio triangular"; em 1750, uma lei proibiu a produção de ferro nas colônias e, em 1754, outra lei proibia a fabricação de tecidos.

Porém, essas leis não puseram fim às manufaturas da colônia. O melado era contrabandeado para o Norte e o rum continuava a ser fabricado clandestinamente. Mesmo assim, essas leis atrapalhavam o desenvolvimento da indústria colonial.

Guerra dos Sete Anos

As colônias inglesas na América ficavam todas próximas ao oceano Atlântico. Atrás dos montes Apalaches, havia uma extensa região pertencente à França, habitada por tribos de índios. Nessa região, alguns colonos franceses dedicavam-se ao rendoso comércio de peles com os índios. Tais peles eram enviadas à Europa e vendidas por um preço muito alto.

O crescimento da população nas colônias inglesas exigia uma expansão territorial, impedida pelos colonos franceses que controlavam a região situada além dos Apalaches. Com a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), envolvendo a França e a Inglaterra, a tensão entre os colonos franceses e ingleses aumentou. Em 1758, as colônias inglesas declararam guerra às colônias francesas. Os colonos ingleses eram auxiliados pelos soldados britânicos e os colonos franceses contavam com o apoio de algumas tribos indígenas, temerosas de perder suas terras para os ingleses.

Em 1763, a França se rendeu à Inglaterra, pondo fim à guerra, inclusive nas colônias. Os ingleses anexaram o Canadá às suas colônias na América e as terras que iam dos Apalaches ao Mississipi. Os colonos finalmente tinham a terra e poderiam avançar para o Oeste. Mas a Inglaterra pretendia, ela mesma, colonizar as terras recém-conquistadas e proibiu a incursão de colonos nos novos territórios. Essa medida causou profunda revolta em todas as colônias. 

Consequências da Guerra dos Sete Anos

Para compensar seus gastos militares com a guerra, os ingleses adotaram rigorosas medidas destinadas a arrecadar mais recursos de suas Treze Colônias da América do Norte. Entre essas medidas adotadas estavam a Lei do Açúcar (1764), que obrigou os colonos a comprar das Antilhas inglesas todo açúcar que consumissem; a Lei do Selo (1765), pela qual os colonos ficavam obrigados a comprar e afixar seus jornais, anúncios e documentos legais um selo vendido pelos ingleses; e a Lei do Chá (1773). Esta última determinava que os colonos norte-americanos só podiam consumir o chá comercializado pela Companhia inglesa das Índias Orientais.

Em resposta, ainda em 1765 a assembléia de Massachusetts convocou uma reunião de representantes de todas as colônias para protestar contra a Lei do Selo. Realizado em Nova York, em outubro de 1765, o Congresso da Lei do Selo, contou com a presença de nove das Treze Colônias que redigiram a Declaração de Direitos e Agravos.

O descontentamento se transformou em revolta generalizada dos colonos contra os ingleses em 1770, quando um incidente de rua em Boston provocou uma tragédia. O episódio começou com um grupo de garotos que atiravam pedras em um prédio onde se reuniam autoridades britânicas. Soldados ingleses saíram à rua para reprimir as crianças. A notícia se espalhou rapidamente pela cidade, levando os colonos a também saírem às ruas em apoio aos meninos. A tropa abriu fogo contra a multidão, matando cinco pessoas e ferindo várias outras.

Em 1773, revoltados com a Lei do Chá, colonos disfarçados de indígenas penetraram em navios ingleses ancorados no porto de Boston, capital de Massachusetts, e lançaram ao mar centenas de caixas de chá. Em represália, em 1774 o governo da Inglaterra interditou o porto de Boston, impôs um novo governador à colônia de Massachusetts e reforçou as tropas inglesas na região. No mesmo ano, pelo "Ato de Quebec", a Inglaterra proibiu que as colônias de Massachusetts, Virgínia, Connecticut e Pensilvânia ocupassem terras a oeste conquistadas dos franceses na Guerra dos Sete Anos. Todas essas medidas repressivas ficaram conhecidas como Leis Intoleráveis

Assembléia de Massachusetts
Uma das grandes diferenças entre a colonização inglesa na América do Norte e a praticada por espanhóis e portugueses no continente americano foi a relativa liberdade que algumas colônias da América do Norte tiveram para organizar sua própria administração.
De modo geral, em todas as Treze Colônias inglesas havia assembléia de representantes eleitos pelos colonos. Essas assembléias desempenhavam o papel de Poder Legislativo. Nas colônias do sul, como Virgínia, por exemplo. o governo era escolhido pelo rei da Inglaterra. Mais ao norte estava uma região conhecida como Nova Inglaterra, formada por quatro colônias: Massachusetts, Connecticut, Rhode Island e Nova Hampshire. Nessa região predominavam pequenas propriedades rurais e em alguns momentos os governadores foram eleitos pelos próprios colonos.

 

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino Fundamental. PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

A independência da América Inglesa - Cronologia

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(1756-1789)

Sustentamos essas verdades por serem evidentes por si mesmas: que todos os homens nascem  iguais; que eles são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Que, para garantir tais direitos, são instituídos governos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados. Que, todas as vezes que qualquer forma de governo se torne destrutiva desses objetivos, é do direito do povo altera-la ou aboli-la [...]

MORRIS, Richard. Documentos básicos da história dos Estados Unidos. Rio de Janeiro/São Paulo/Lisboa: Fundo de Cultura, 1964, P. 37

Em 1776 os iluministas passaram das ideias para a prática. Em nome delas, os habitantes da América do Norte tomaram as armas e se libertaram do domínio da Inglaterra.

Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, impressa em 1776 por Hugh Gaine 

Cronologia

  • 1756  Tem início a Guerra dos Sete Anos, entre a França e a Inglaterra
  • 1764  O governo inglês impõe às suas colônias a Lei do Açúcar. Seguem-se a Lei do Selo (1765) e a Lei do Chá .
  • 1773  Colonos disfarçados de índios protestam em Boston contra a Lei do Chá.
  • 1774  O Parlamento inglês aprova as Leis Intoleráveis; representantes dos colonos se reúnem no Primeiro Congresso Continental da Filadélfia e pedem a revogação das Leis Intoleráveis.
  • 1775  Eclodem conflitos armados entre colonos e ingleses.
  • 1776  Reunidos no Segundo Congresso Continental da Filadélfia, os colonos aprovam a Declaração de Independência dos Estados Unidos.
  • 1781  Apoiados por forças francesas e espanholas, os colonos vencem as tropas inglesas na batalha de Yorktown.
  • 1783   É assinado o Tratado de Versalhes, pelo qual o governo da Inglaterra reconhece a independência dos Estados Unidos.
  • 1787   É aprovada a Constituição dos Estados Unidos da América.
  • 1789  George Washington é eleito presidente dos Estados Unidos.

O processo de independência

Entre 1756 e 1763, ingleses e franceses se envolveram na Guerra dos Sete Anos, iniciada por causa da disputa de fronteiras entre suas colônias na América do Norte e na Índia. A Inglaterra aliou-se à Prússia para combater a França e seus aliados: Áustria, Rússia, Espanha e Saxônia.

Diversas batalhas foram travadas na Europa, na Ásia. Nas colônias inglesas da América do Norte, os indígenas se aliaram tanto aos franceses quanto aos ingleses e tiveram papel ativo nos combates.

Cartaz referente à Independência dos Estados Unidos

Derrotada, a França cedeu aos ingleses o Canadá, o vale do Ohio e parte das Antilhas. Os espanhóis, que auxiliares os franceses na América, receberam deles o oeste do Mississipi, mas tiveram de ceder a Flórida à Inglaterra.

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.

O despotismo esclarecido

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Alguns países da Europa encontravam-se ainda sob o sistema feudal e procuraram, com a ajuda dos filósofos iluministas, alcançar os países mais desenvolvidos. Os projetos de modernização propostos pelos filósofos do Século das Luzes foram adotados por monarcas e dirigentes dessas regiões, que chegaram a nomear intelectuais como conselheiros reais. Por essa razão, tais monarcas foram chamados de déspotas esclarecidos, e seus governos, nos quais foram implementadas reformas econômicas e políticas, ficaram conhecidos como absolutismo ilustrado.

Jantar dos enciclopedistas, gravura de Jean Huber (1721-1786). Pensadores ligados ao Iluminismo

Fazendo um paralelo entre as monarquias absolutas da Inglaterra e da França e as monarquias absolutas da Inglaterra e da França e as monarquias dos déspotas esclarecidos. As primeiras atingiram uma posição econômica e política predominante no cenário europeu, graças ao seu desenvolvimento histórico, com o poder real se firmando paulatinamente e promovendo a expansão de atividades econômicas modernas e dinâmicas que fortaleceram novas classes de mercadores e negociantes. Já as monarquias sob o chamado despotismo esclarecido foram o resultado de uma política reformista, com modificações impostas pelos monarcas aos seus súditos, numa desesperada tentativa de "queimar etapas" e alcançar as monarquias de países como a França e a Inglaterra.  Países que passaram por essa experiência foram a Rússia, a  Áustria, a Prússia, a Espanha e Portugal. Seus monarcas e classes dirigentes esperavam, com algumas medidas baseadas em teorias dos pensadores iluministas, resolver o problema do "subdesenvolvimento".

A maioria desses países era fundamentalmente agrária com uma população de servos. Este, pelo menos era o caso do Império Russo e do Sacro Império, entre os séculos XVII e XVIII. A primeira tentativa de modernização da Rússia foi feita por Pedro I, o Grande (1682-1725), da dinastia Romanov. Esse tipo de modernização sem mudar a estrutura resultou em situações contraditórias. Por exemplo, a seguidora de Pedro, Catarina a Grande, tornou a lei da servidão ainda mais severa, buscando aumentar a produção. Uma contradição na política de modernização.

A  Áustria, suprimiu a servidão e realizou uma espécie de reforma agrária, além de decretar a liberdade de imprensa e a tolerância religiosa, a fim de submeter a Igreja católica ao Estado.

A Prússia realizou importantes reformas. Amigo de Voltaire, o rei Frederico II (1740-1786), chamado de o "rei filósofo", incentivou a educação popular, abrindo escolas e tornando-as obrigatórias para todos. Aboliu a tortura e modificou a Justiça. Incentivou as manufaturas estatais e a industrialização, favorecendo também o comércio. Entretanto, a estrutura social permaneceu a mesma: nobreza, burguesia, uma pequena classe operária e servos.

Na Espanha, o exército e as universidades foram reorganizados. O governo  controlou a Inquisição e expulsou os jesuítas, que tinham grande influência no Estado espanhol.

Em Portugal, o despotismo esclarecido foi marcado pela ascensão ao trono de José I (1750-1777), que se  serviu dos préstimos do marquês de Pombal, iluminista português. Pombal foi designado ministro de Estado e tomou uma série de medidas modernizadoras: fundou a Companhia Vinícola do Alto Douro, para romper o monopólio inglês, pelo mesmo motivo que  o governo espanhol, expulsou os jesuítas de Portugal, rompendo com a Santa Sé.

Brasil na política de Pombal

Pombal criou companhias de comércio, esperando aumentar a produção geral da colônia.

O ministro D. José iniciou sua política reforçando o tráfico de escravos negros para regiões carentes de  mão-de-obra. Incentivou, ao mesmo tempo, a produção do açúcar pernambucano, para fazer frente à crescente concorrência das Antilhas.

Marques de Pombal, governou Portugal como ministro de D. José I, de 1750 a 1777.

Foi no período de Pombal que se restaurou o poder das casas de fundição e foi instituída uma taxa anual de 100 arrobas de ouro, que a colônia era obrigada a pagar independentemente da quantidade de minério extraída.

Em 1763, Pombal transferiu a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. Um de seus objetivos tinha o caráter militar de aproximar a administração do local de conflito com os espanhóis: a Colônia do Sacramento, na região do rio Prata. Porém, a razão mais importante que levou o ministro a mudar a capital para o Rio  foi a proximidade com o centro econômico, que era a região mineradora.

PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único

 

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