As relações entre o Brasil e os Estados Unidos eram boas, mas, a cada passo dado pela política econômica nacionalizante de Getúlio Vargas, os americanos mostravam-se desconfiados. Internacionalmente, o clima da Guerra Fria mantinha o mundo em constante tensão, pela ameaça de um confronto nuclear entre a União Soviética e os Estados Unidos. A situação internacional ficou mais tensa ainda em 1950, quando começou a Guerra da Coréia, conflito entre a Coréia do Norte, socialista, e a Coréia do Sul, apoiada pelos Estados Unidos.
Em várias ocasiões, os funcionários do Departamento de Estado norte-americano insinuaram que o Brasil deveria enviar tropas para lutar ao lado dos norte-americanos na Coréia. Projetos econômicos que precisassem de ajuda do dinheiro americano eram condicionados à entrada do Brasil na Guerra da Coréia. Os Estados Unidos faziam promessas de empréstimos, mas Getúlio se esquivava, mantendo as suas posições nacionalistas.
O projeto de criação de uma empresa estatal de energia elétrica, a Eletrobrás, foi criticada pela Light, pois representava o fim do monopólio dessa empresa estrangeira.
No Clube Militar, os oficiais nacionalistas, liderados pelos generais Estilac Leal e Horta Barbosa, fizeram ampla campanha contra os generais Juarez Távora e Cordeiro de Farias, que queriam a participação do Brasil na Guerra da Coréia.
Os militares nacionalistas saíram vencedores, mas os oficiais conservadores, ligados à UDN, passaram a conspirar contra Getúlio.
Em dezembro de 1951, Getúlio Vargas formalizou a negativa ao pedido dos americanos: o Brasil não se envolveria na Guerra da Coréia.
Os oficiais conservadores do exército brasileiro reagiram. Organizaram a chamada Cruzada Democrática, associação político-militar antiesquerdista e antinacionalista. A Cruzada, contando com o velado apoio dos Estados Unidos, exigiu que Vargas demitisse o ministro da Guerra, Estilac Leal. Além disso, os militantes da Cruzada conseguiram derrotar os nacionalistas do Clube Militar.
O governo de Vargas, foi pouco a pouco sendo minado pela ação dos militares conservadores, apoiados discretamente pelos Estados Unidos. Nisso, eram apoiados pelos jornais Tribuna da Imprensa, O Estado de São Paulo e O Globo, além de todas as empresas jornalísticas e de rádio da chamada rede dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. O único jornal que tomava o partido do governo era o Última Hora, sob a direção de Samuel Weiner.
Os militares conservadores e a UDN achavam que a política de Vargas era perigosa, pois atendia muitas das reivindicações dos operários e trabalhadores em geral, dando oportunidade de ação para o Partido Comunista.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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