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Os conflitos no Oriente Médio

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O Oriente Médio está localizado geograficamente na região onde se encontram a Europa, África e Ásia. O termo é usado no Ocidente para descrever a região que vai do Golfo Pérsico ao Sudeste Asiático. Em geral se refere às terras ao redor da costa sul e oeste do mar Mediterrâneo: Egito, Jordânia, Israel, Líbano e Síria, Irã, Iraque e os países da península Arábica. Às vezes inclui também Afeganistão e Turquia.

(1945)

Do século XV até 1918, grande parte da população do Oriente Médio viveu sob o domínio do Império otomano. No fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918),  esse Império desintegrou-se, pois era aliado dos alemães e terminou derrotado e ocupado pelos franceses e ingleses. Com a extinção desse Império emergiram vários conflitos entre grupos que habitavam a região, e deles com governos de outras regiões.

Os conflitos se intensificaram depois da Segunda Guerra Mundial, com a exploração de petróleo na região. A situação se complicou ainda mais a partir de 1948, com a criação de Israel, um país não muçulmano no interior do Oriente Médio.

Depois de derrotados na Primeira Guerra Mundial, o Império otomano teve seu território dividido de acordo com os interesses dos vencedores, ingleses e franceses. Foi essa divisão que definiu as fronteiras dos países existentes hoje na região, como a Síria, o Líbano e a Jordânia.

 

Império Otomano: sete séculos de poder 

No século XIII, o príncipe turco Otman (1259-1326) conquistou regiões dominadas pela dinastia seljúcida e fundou um Império muçulmano. Os sultões otomanos tinham  também o título de califa, o chefe espiritual do Islã. Em 1345, os otomanos invadiram a Europa, atacando os Balcãs. Chefiados por Maomé II, o conquistador (1429-1481), destruíram o Império  bizantino em 1453 e tomaram sua capital, Constantinopla (hoje Istambul). A partir de 1520, com Solimão I, o Magnífico (1494?-1566), conquistaram parte da Pérsia, a maior parte da Arábia e vastas porções da Hungria e dos Balcãs. No início do século XVI, tinham dominado também a Síria e o Egito.

O Império otomano sofreu sua primeira grande derrota no fim do século  XVI, quando sua frota naval foi destruída por forças cristãs européias na batalha de Lepanto (1571). Em 1683, falhou a derradeira tentativa de tomar Viena, a capital austríaca. Essa derrota e perdas subseqüentes levaram os otomanos a renunciar à Hungria em 1699.

No século XVIII, guerras contra a Rússia, Áustria e Polônia enfraqueceram ainda mais o Império. A maior parte de seu território europeu foi perdido nas guerras dos Balcãs (1912- 1913). Na Primeira Guerra Mundial, o Império otomano aliou-se à Alemanha; a derrota que se seguiu resultou na perda de seus domínios na Arábia, Síria, África e Iraque. Em 1922, o sultanato foi abolido por Mustafá Kemal Ataturk, que proclamou a República da Turquia e, 1923.

 

Divisão do Oriente Médio

No fim da Primeira Guerra Mundial, a maior parte do Oriente Médio foi dividida em protetorados. A Palestina, a Transjordânia (atual Jordânia), o Egito, o Iraque e a Pérsia (atual Irã) ficaram sob domínio da Inglaterra. A Síria e o Líbano tornaram-se protetorados franceses.

Essa divisão obedeceu aos interesses dos ingleses e franceses, que  não levaram em conta os problemas específicos do Oriente Médio. Os curdos, por exemplo até hoje não adquiriram o direito de constituir um país. Parte desse povo vive no Iraque e, a maioria, na  Turquia. Nesses dois países, os curdos lutam pela criação do Curdistão, enfrentando a oposição tanto do governo turco quanto do governo iraquiano.

Após a queda do regime de Saddam Hussein, iraquianos de origem curda começaram a expulsar iraquianos árabes que vivem no norte do Iraque.

Os curdos afirmam estar exercendo seus direitos. Durante seu governo, Saddam, de origem árabe, iniciou nos anos 80 um processo de "arabização" em cidades dessa região que produzem petróleo. Em Kirkuk, cerca de 400 mil curdos perderam suas propriedades, transferidas para árabes de outras partes do pais.

Agora, os ocupantes da cidade tentam retomar essas propriedades e enfrentam resistência da população árabe.

"Nenhum curdo foi expulso dessa vizinhança", afirmou Sayed Musawi, morador e líder árabe no bairro de Qadasia, um dos cenários do conflito. "Isto aqui era terra de ninguém", completou Sayed, um dos muitos funcionários públicos que receberam incentivos do governo para mudar para a região na década de 1980.

"Viramos sem teto", queixou-se Wader Munhammad, cuja família foi expulsa de uma casa com quatro quartos. Como todos os árabes na região, ele diz que nunca foi informado de que as terras pertenciam a outras pessoas.

Sua casa foi ocupada por Rushed Rah, um comerciante que planeja morar no local com sua mulher e seus sete filhos. "Essa terra nos pertence. Anos atrás, três dos meus irmãos foram mortos pelo governo de Saddam, que tirou tudo o que tínhamos e nos expulsou", contou o comerciante.

 Curdos expulsam árabes no norte do Iraque após queda do regime. Folha de São Paulo, 18/4/2003.

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino Fundamental.

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