O período parlamentarista do governo João Goulart durou de 7 de setembro de 1961, quando o presidente tomou posse, até 6 de janeiro de 1963. Jango era apoiado por amplos setores da sociedade: nacionalistas, algumas entidades empresariais, sindicatos de trabalhadores, governadores de vários estados e setores militares que haviam manifestado apoio à legalidade constitucional.
Pelo sistema parlamentar, o Poder Executivo era exercido pelo presidente e mais um Conselho de Ministros, presidido por um primeiro-ministro. Por esse sistema, o presidente ficava com o poder enfraquecido, pois não tinha autoridade sobre a política externa, elaborações de leis etc. O governo era, na verdade, exercido pelo Conselho de Ministros.
Os dois governos anteriores legaram (deixar em herança) a João Goulart um país com um déficit na sua balança comercial (importação e exportação) de 1 bilhão e 200 milhões de dólares. A inflação já ameaçava atingir a casa dos 50%, pois vinha crescendo desde a época de JK. Os preços dos gêneros alimentícios subiam e estes faltavam no mercado. Se levarmos em conta que a população urbana cresceu rapidamente na década de 1950, pode-se imaginar que havia uma tendência a ocorrerem agitações sociais.
A presidência de Goulart: os caminhos para o golpe
A politização crescente das massas estendeu-se até o campo. No Nordeste consolidaram-se as Ligas Camponesas de Francisco Julião, lutando pela reforma agrária. Em fins de 1963, formou-se a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
O Plano Trienal
O governo Goulart tinha consciência de que estava sendo pressionado por dois lados: a direita, querendo impedir as reformas, e a esquerda, exigindo a sua execução.
Além das agitações sociais, Jango enfrentava profunda crise econômica e financeira. A saída que se apresentava era controlar a inflação e retomar o crescimento econômico.
Para isso, o ministro do Planejamento, o economista Celso Furtado, e o ministro da Fazenda, Santiago Dantas, elaboraram o Plano Trienal.
No entanto, os preços dos transportes e dos alimentos continuaram subindo. Por essa razão as organizações sindicais e de esquerda criticavam o governo.
A situação financeira piorava à medida que o Brasil se tornava cada vez mais dependente dos empréstimos estrangeiros, pois a remessa de lucros das empresas estrangeiras, principalmente americanas, para o exterior era quase o dobro do aplicado por elas no Brasil. O plano fracassara: nem crescimento econômico, nem controle da inflação.
PEDRO, Antônio. História da Civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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