A História é uma disciplina largamente cultivada entre as nações e raças. É avidamente procurada. O homem da rua e o povo vulgar aspiram conhece-la. Os reis e os chefes disputam-na.
Tanto os doutos (sábios) como os ignorantes são capazes de a compreender, porque à superfície a história não é mais do que a informação acerca de acontecimentos políticos, dinastias e ocorrências do passado remoto, elegantemente apresentada e temperada com provérbios. Serve para entreter grandes assembléias e traz-nos uma compreensão dos negócios humanos; (mostra) como a mudança de certas condições afetou a (a humanidade), como certas dinastias vieram ocupar um lugar cada vez mais importante no mundo e como dominaram a terra até ouvirem o chamamento e o seu tempo ter terminado.
O sentido profundo da História, contudo, envolve a especulação e uma tentativa de alcançar a verdadeira e sutil explicação das causas e origens das coisas existentes e um conhecimento profundo do como e do porquê dos eventos. Por isso a História está firmemente enraizada na Filosofia. Merece ser considerada um ramo dela.
Ibn Khaldün (1332-1404). In PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média – Textos e testemunhas. São Paulo, Editora da Unesp, 2000.p. 67.
0 :
Postar um comentário