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A revolução do Iluminismo na França

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O absolutismo e as condições de produção do período mercantilista já não atendiam às exigências provocadas pelas novas forças produtivas da Revolução Industrial. O Iluminismo (ou Ilustração) vinha ao encontro dos novos anseios, criticando o absolutismo, a religião e o mercantilismo como elementos limitadores do avanço da sociedade como um todo. Teve intensa repercussão em toda Europa e nas Américas, inspirando a independência das colônias inglesas na América do Norte (os Estados Unidos) e as rebeliões anti-coloniais no Brasil (Inconfidência Mineira, Revolta dos Alfaiates), como veremos mais adiante. Por essas razões o período do Iluminismo também ficou conhecido como o Século das Luzes.

O Iluminismo era fundamentalmente racionalista. Os filósofos iluministas acreditavam que a razão era a única forma de atingir o conhecimento: as informações coletadas pelos sentidos eram a matéria-prima a ser trabalhada pela razão. Os Iluministas receberam grande influência de Descartes e John Locke.

Para os iluministas, o universo era regido por leis físicas, que podiam ser determinadas e estudadas, afastando qualquer possibilidade de intervenção divina sobre a ordem natural. Criticavam a Igreja, mas não eram ateus. Achavam que as sociedades deviam ser organizadas objetivando a felicidade e o prazer dos homens.

Os autores e suas obras

O maior veículo de difusão das ideias iluministas na França foi a Enciclopédia, obra que pretendia abranger todo o conhecimento filosófico e científico da época. Com cerca de trezentos colaboradores, reunia a elite intelectual francesa do século XVIII, destacando-se Denis Diderot, Jean D'Alembert, o barão D'Holbach, Claude Helvetius, Voltaire. Diderot e D'Alembert foram os maiores incentivadores da obra. A Diderot deve-se a frase que resume o caráter anticlerical, racionalista e liberal do Iluminismo "Os homens só serão livres quando o último rei for enforcado nas tripas do último do  padre".

Helvetius e D'Holbach foram os grandes materialistas da Enciclopédia. Para Helvetius, o fundamento da moral humana estava na constante busca do prazer e na fuga do sofrimento, posição filosófica denominada hedoísmo. D'Holbach, por sua vez, aprofundou a concepção mecanicista do universo.

Voltaire (1694-1778) foi um dos mais importantes filósofos do século XVIII. Era um escritor panfletário, que atacava a nobreza e a administração francesa, tendo, por isso, que se exilar na Inglaterra, onde  entrou em contato com a política liberal inglesa e as ideias de John Locke e Isaac Newton.

Voltaire era um incansável lutador pela liberdade individual e grande inimigo da Igreja e seus membros, aos quais chamava de hipócritas, sem escrúpulos, parasitas da sociedade. Suas teorias foram bem aceitas pela burguesia francesa, mas, embora radicais , não atingiram as camadas populares, que Voltaire desprezava. Politicamente, achava que cada país deveria adotar um tipo de governo: os mais atrasados deveriam assumir o absolutismo esclarecido; os mias evoluídos, como a França, deveriam instaurar um governo liberal, republicano, apoiado na classe média (burguesia).

Outro grande pensador político do Iluminismo foi Montesquieu (1689-1755), que, em sua obra O Espírito das Leis, defendia novas concepções sobre o Estado. Cada país, segundo esse pensador, dependendo de seu estágio de  desenvolvimento sócioeconômico deveria adotar uma forma de governo. Também o tamanho do país influenciava na escolha do governo: para os grandes países, o despotismo (poder absoluto); para os médios, a monarquia constitucional; para os pequenos a República. Mas a sua maior contribuição à ciência política foi a doutrina dos três poderes. Por essa doutrina, Montesquieu dividia a autoridade governamental em três ramos fundamentais, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que deveriam ser independentes entre si para garantir a liberdade individual dos cidadãos.

Como Voltaire, Montesquieu não levava em conta as camadas populares.

As teorias políticas desses pensadores podem ser consideradas liberais, pois defendiam a participação da burguesia no governo, mas não democráticas, pois não eram defensoras da soberania popular.

 

 

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