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As missões jesuíticas

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Os missionários jesuítas eram contra a escravização dos indígenas promovida pelos bandeirantes. Sob a justificativa de defende-los, os jesuítas passaram a reunir os indígenas que viviam no interior do território em agrupamentos conhecidos como missões, aldeamentos ou reduções.

Nas missões ficou mais fácil converter os indígenas à fé cristã. Acreditando que as culturas européias eram superiores às indígenas, os jesuítas obrigavam os indígenas a abandonar seus costumes, como a prática da poligamia e da antropofagia, e a substituir suas línguas pela língua geral.

No século XVII, várias missões foram destruídas. Calcula-se que entre 1614 e 1639, os bandeirantes paulistas aprisionaram e escravizaram cerca de 300 mil indígenas. Em uma única bandeira, comandada por Manuel Preto e Antônio Raposo Tavares, foram aprisionados cerca de 30 mil indígenas que viviam nos aldeamentos do Guairá, no atual estado do Paraná. Por causa da morte e do apresamento de milhares de indígenas que ali viviam, a região que vai do atual Mato Grosso ao atual Rio Grande do Sul ficou praticamente desabitada por várias décadas.

Na década de 1640, os jesuítas e os indígenas das missões passaram a resistir aos bandeirantes. A partir desse momento, as expedições dos paulistas sofreram suas primeiras derrotas.

As missões sobreviveram até meados do século XVIII. Em 1759, por ordem do marquês de Pombal, os jesuítas foram expulsos da colônia e tiveram suas propriedades confiscadas. Isso porque para Pombal, eles agiam na colônia segundo seus projetos, sem se submeter à autoridade do governo português.

Algumas missões deram origem a cidades, como São Borja, no atual estado do Rio Grande do Sul; de outras, só restaram ruínas.

Opiniões diferentes

No século XVII, nem todas as pessoas que viviam na colônia portuguesa tinham a mesma opinião sobre os bandeirantes paulistas. Isso fica claro nos textos a seguir. O primeiro deles, escrito pelo jesuíta Antonio Ruiz de Montoya, descreve a tomada da missão de Jesus Maria, no Guairá (hoje oeste do Paraná). No segundo, o funcionário Manuel Barreto de Sampaio descreve para o rei de Portugal a vida dos paulistas.

 

Texto do Jesuíta Antonio Ruiz de Montoya, 1636

[…] aqueles tigres ferozes [os paulistas] começaram, com espadas, facões e alfanjes, a derrubar cabeças, truncar braços, despedaçar pernas e atravessar corpos, matando com a maior brutalidade ou barbaridade já vista no mundo.

[…] Provaram eles o fio de aço dos seus sabres em cortarem os meninos em duas partes, em lhes abrirem as cabeças e despedaçarem os seus membros fracos. […] Não mostraram qualquer compaixão com os feridos, sendo que em vez disso ou de preferência, os meteram numa prisão, defendida com boa guarda. […] Com respeito a seus próprios índios, que tinham consigo a título de ajuda, mostraram-se tão cruéis que, achando-se estes feridos pelos nossos, mandavam arrasta-los numa lagoa, para que ali se afogassem

CIMI- Conselho Indigenista Missionário. Outros 500: construindo uma nova história. São Paulo: Salesiana, 2001, p. 43

 

Texto de Manuel Barreto de Sampaio, 1674

Os moradores […] de [São Paulo] vivem conforme as leis do Reino e muito obedientes às ordens da Sua Alteza. As famílias estão unidas por casamentos umas às outras, dedicando-se ao descobrimento do sertão e à lavoura dos frutos da terra, de que é abundante. Fornece ao Rio de Janeiro e mais capitanias, farinhas, carnes, algodões, legumes e outros gêneros. Têm fundado vilas e muitas povoações, sem ajuda […] [financeira] de Sua Alteza.

Esses moradores são aqueles que por várias vezes vieram à Bahia combater o gentio Tapuia, que destruía o recôncavo. Estes mesmos desbarataram todo o gentio que existia na parte sul, para poderem os portugueses viver seguramente em suas fazendas e casas.

Ultimamente passou […] [uma bandeira] com 200 brancos, 200 mestiços e 400 [nativos] desta vila, cortando imensidade de caminhos e vindo parar nas cabeceiras do Rio Tocantins. Aí, tem-se notícia que descobriram minerais por terem formado casas e aberto estradas para a vila de São Paulo.

JANOTTI, Maria de Lourdes Mônaco; MESGRAVIS, Laima e LIMA, Enezila de. Coletânea de documentos históricos para o primeiro grau- São Paulo: SE/ CENP, 1985, p 19-20

A expansão pecuária

Ao longo dos séculos XVI e XVII, a criação de gado bovino na América portuguesa era praticada principalmente nas terras dos engenhos de açúcar. Bois e vacas eram utilizados para transportar a cana, movimentar as moendas e alimentar os moradores do engenho.

Com o crescimento dos rebanhos, o gado começou a invadir os canaviais em busca de pasto. Em 1701, para evitar que a pecuária atrapalhasse a produção de açúcar, o governo português proibiu a criação de gado a menos de 10 léguas (cerca de 66 quilômetros) do litoral, na região onde se concentravam os engenhos. Assim, a pecuária passou a ocupar mais e mais o interior do território.

Como os proprietários de terra não queriam viver longe do litoral, confiavam a criação de gado aos vaqueiros. Estes eram auxiliados por outros trabalhadores que recebiam um salário anual. Além de fornecer o gado necessário aos engenhos, os criadores do interior também produziam carne-seca e couro, utilizado para a confecção de roupas, calçados e bolsas.

Em troca de cinco anos de trabalho, os vaqueiros recebiam um quarto das crias nascidas nesse período. Com o passar do tempo, os vaqueiros conseguiam se tornar proprietários de seu próprio rebanho, com o qual avançavam cada vez mais para o sertão. Esse movimento foi responsável pela colonização da região a oeste do rio São Francisco, sobretudo nas capitanias da Bahia e de Pernambuco.

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