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A colonização do Sul

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No sul da colônia, a pecuária foi introduzida por jesuítas espanhóis nas missões construídas às margens do rio Uruguai. Com a destruição das missões pelos bandeirantes, o gado se dispersou, passando a viver e a se reproduzir livremente.

Temendo perder essa região para os espanhóis, o governo português estimulou sua colonização. Surgiram aí grandes propriedades rurais, chamadas estâncias, onde se criava gado principalmente para a produção  de carne-seca e couro, destinada a outras regiões da colônia. Essa movimentação deu origem a vilas, como Curitiba (no atual estado do Paraná), em 1654, e Desterro (atual Florianópolis, Santa Catarina), em 1676.

Para garantir a posse da atual região sul do Brasil, os colonos portugueses fundaram, em 1680, a Colônia do Sacramento, às margens do rio da Prata, no atual Uruguai. Mas, no mesmo ano, a Colônia do Sacramento foi tomada por tropas do Vice-Reino do Prata, que consideravam a região parte da América espanhola. No ano seguinte, os portugueses retomaram a Colônia Sacramento.

Após longa disputa, os espanhóis reconheceram a posse dos portugueses sobre as terras colonizadas além dos limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas. Em 1750, pelo Tratado de Madri, os portugueses cederam a Colônia do Sacramento aos espanhóis e receberam em troca a região Sete Povos das Missões.

Essa ampliação da América portuguesa em direção ao sul, aliada à descoberta de ouro na Minas Gerais, estimulou a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro, o que ocorreu em 1763.

A Guerra Guaranítica (1754-1756)

A região de Sete Povos das Missões, cedida pelos espanhóis aos portugueses, abrigava em 1750 aproximadamente 30 mil indígenas que viviam em missões jesuíticas espanholas. Depois do Tratado de Madri, os jesuítas tentaram convencer os indígenas a se mudarem para a América espanhola, do outro lado do rio Uruguai.

Mas os indígenas se recusaram a abandonar sua terra, decidindo ficar e enfrentar os portugueses. Com o apoio de vários jesuítas e liderados pelos indígenas Sepé Tiaraju, Nicolau Languiru, Cristóforo Acatu, Bartolomeu Candiú e Tiago Pindó, os habitantes de Sete Povos das Missões travaram com tropas portuguesas e espanholas o que ficou conhecido como Guerra Guaranítica.

Derrotados em 1756, os indígenas permaneceram atacando os portugueses com guerrilhas até 1767, quando passaram a habitar regiões próximas. No ano seguinte, os jesuítas foram expulsos da região pelo governo espanhol. Em 1777, o Tratado de Santo Idelfonso devolveu a região de Sete Povos das Missões aos espanhóis, mas em 1801 ela retornou definitivamente aos portugueses, pelo Tratado de Badajoz.

Ruínas da Igreja de São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul

Bandeirantes e indígenas

A partir do século XIX, muitos pintores e escritores passaram a retratar os bandeirantes como indivíduos heróicos, que desbravaram o interior do território brasileiro vestidos com belas roupas e longas botas de couro. Em seu livro Populações meridionais do Brasil (1920), o escritor Oliveira Viana chegou a descrever os bandeirantes como “muito finos de maneiras, opulentos e cultos, vivendo a lei da nobreza numa atmosfera de elegância”.

Entretanto, pessoas que conviveram com os bandeirantes tinham deles impressão bem diferente. O padre Antônio Vieira, ao ver um grupo sair do mato, observou que “mais pareciam desenterrados que vivos”. O bispo de Pernambuco, Francisco Lima, descreveu Domingos Jorge Velho como “um dos maiores selvagens com que tenho topado”.

É pouco provável que os bandeirantes andassem bem vestidos, como aparecem em imagens produzidas nos séculos XIX e XX. No entanto, muita gente ainda acredita nessa versão heróica.

Essas representações que glorificam os bandeirantes surgiram no século XIX, quando a cidade de São Paulo começou a enriquecer com a produção de café para exportação. Nessa época, era importante que uma das cidades mais ricas do país mostrasse com orgulho os feitos de seus antepassados. Sem levar em conta que a São Paulo do século XVII não passava de uma pobre vila, a elite paulista inventou para os bandeirantes um passado bem mais glorioso do que ele foi.

 A Muralha. Direção: Denise Saraceni e Eduardo Figueira, 2002, 810 min. Minissérie em cinco DVDs produzida e exibida pela TV Globo, mergulha nos primórdios do século XVI e leva o espectador a São Paulo de Piratininga, a capital dos bandeirantes.

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.

Veja artigo da revista Super Interessante sobre os Bandeirantes. clique aqui

 

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