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Revolução: os primeiros passos

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Os Estados Gerais haviam sido convocados para o dia 5 de maio de 1789. Sabia-se de antemão que a situação não mudaria se não se mudasse o sistema de votação. O rei tentou, usando a força, impedir que se discutisse a questão da proporcionalidade dos votos. Mas o terceiro estado, com o apoio de alguns nobres e clérigos mais cultos, tentaram mudar o sistema de votação.

Na sessão de abertura, no palácio de Versalhes, o rei frisou que a discussão deveria se ater a questões financeiras e não a problemas políticos. Os deputados do terceiro estado, apoiados por elementos das outras ordens e principalmente por populares que tomavam conta das ruas de Paris, forçavam o debate de temas políticos. Em 16 de junho, declararam-se em Assembléia Nacional Constituinte, exigindo uma constituição para a França.

Sessão de abertura da Assembléia dos Estados Gerais em 05 de maio de 1789. Óleo sobre tela de 1839, de Louis Charles Auguste Couder (1789-1873)

 

Como o rei e a nobreza tentaram impedir o prosseguimento da rebeldia do terceiro estado, eles juraram não se separar até que "se tenha redigido e estabelecido uma constituição na França". Esse juramento ficou conhecido como Juramento do Jogo da Péla.

A notícia de que o rei reunia tropas para reprimir as manifestações de liberdade chegou à capital. Em Paris, no dia 14 de Julho de 1789, a população pobre (artesãos, operários, pequenos comerciantes, lavadeiras e costureiras) tomou de assalto a Bastilha, antiga prisão do Estado e símbolo do poder absoluto do rei. As armas encontradas foram destruídas entre os populares, que passaram a participar ativamente das lutas políticas. O exército real foi dissolvido e formaram-se milícias de cidadãos burgueses, que tentavam controlar o movimento popular das cidades.

Os camponeses, por seu lado, invadiam propriedades e queimavam documentos de servidão, rebelando-se contra séculos de opressão e miséria. Reivindicavam a distribuição das terras entre aqueles que nelas trabalhavam.

Os proprietários se atemorizaram, com medo de pagar com a própria vida a exploração que sempre exerceram sobre os camponeses.

Em 4 de agosto de 1789, a Assembléia Constituinte aprovou a lei que abolia os direitos feudais na França. Os ânimos se arrefeceram entre a população.

O centro da revolução voltou então para a Assembléia Constituinte, que, em 26 de agosto, aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, um dos documentos mais importantes da Revolução Francesa. Essa Declaração era a síntese da concepção burguesa da sociedade: instituía-se a igualdade jurídica entre os homens, em oposição à concepção  feudal de sociedade, e privada, contrapondo-se à concepção comunitária da propriedade, que persistia entre os camponeses.

As notícias de que o rei hesitava em assinar os decretos de agosto, o agravamento da inflação e a escassez de pão levaram o povo a novas rebeliões, conhecidas como "jornadas de outubro". Sob pressão popular, o rei assinou os decretos.

Em julho de 1790, a Assembléia divulgou a Constituição Civil do Clero, que transformava os membros do clero em funcionários do governo e confiscava os bens das ordens religiosas. As novas leis assustaram a aristocracia, que emigrou para os países vizinhos, principalmente Holanda e Sacro Império (Alemanha). Nesses países, as forças conservadoras preparavam a contra-revolução.

Na Assembléia, as diferenças de posições políticas deram origem a vários grupos: à direita da sala ficavam os aristocratas, que pretendiam a volta do Antigo Regime; no centro, os deputados, que defendiam uma monarquia parlamentar e tinham como líderes La Fayette, Sièyes e Talleyrand; à esquerda os grupos republicanos de tendência democrática, que defendiam inclusive o voto universal e tinham como expoentes Danton, Marat, Hébert, Robespierre e Desmoulins. É dessa época as denominações direita, centro e esquerda para definir as posições políticas de grupos, partidos ou pessoas.

Os deputados de cada tendência reuniam-se após as sessões para discutir e deliberar as formas de se posicionar. Os deputados mais radicais organizavam reuniões públicas, que deram origem aos clubes políticos. Esses clubes organizavam a massa de pequenos burgueses e faziam propaganda dos ideais revolucionários, além de levar aos deputados as reivindicações da população. Os dois clubes mais importantes para a história da Revolução Francesa foram: Sociedade dos Amigos dos Direitos do Homem, liderada por Danton, Marat e Hébert, que originou o Clube dos Cordelliers e defendia o voto universal; Clube dos Jacobinos, ligado aos interesses da pequena burguesia, defendendo a ideia republicana e liderado por Robespierre.

Os trabalhos da Assembléia Constituinte estavam quase terminados, quando o rei tentou fugir para a Prússia (Alemanha) para se reunir ao exército de emigrados e comandar a invasão da França. O rei foi preso na cidade de Varennes e enviado de volta a Paris. Ainda assim, a alta burguesia, temendo novo período de agitação popular, manteve a monarquia parlamentar.

PEDRO, Antonio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

 

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