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A Revolta dos Malês

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Dentre as diversas rebeliões lideradas por africanos, destaca-se a Revolta dos Malês, ocorrida em Salvador, Bahia, em 1835. O termo malês era usado para designar escravos e forros muçulmanos, isto é,  seguidores do islamismo. Muitos desses rebeldes eram negros de ganho, com maior liberdade de circular pela cidade .

Por serem em número reduzido, os malês se uniram principalmente  a escravos e forros que não eram muçulmanos, principalmente das etnias Ioruba, Hauçá, Jeje e Tapa. A revolta começou no dia 24 de janeiro de 1835, data do encerramento do ramadã, o mês de jejum dos muçulmanos. Os malês acreditavam que naquele dia Alá estaria controlando os espíritos do mal e reorganizando o mundo – momento  ideal para a rebelião.

De acordo com o plano, os revoltosos sairiam da Vitória (atual bairro da Barra, em Salvador) e tomariam de surpresa a cadeia pública, o palácio do governo e alguns quartéis.

Por mais de três horas, cerca de seiscentos negros lutaram contra as forças policiais, mas foram vencidos. Centenas de rebeldes morreram nos confrontos ou acabaram presos; pelo menos cinco dos principais líderes foram condenados à morte.

De acordo com o historiador João José Reis, boatos de revoltas inspiradas no exemplo baiano fizeram o governo brasileiro tomar medidas firmes visando controlar a população escrava.

Uma dessas medidas foi a pena de morte para crimes cometidos por escravos contra senhores e feitores. Outras regiões do Brasil, temendo revoltas semelhantes, proibiram a importação de escravos vindos da Bahia. Em Boston, nos Estados Unidos, o jornal The Liberator notificou o levante como parte de uma campanha abolicionista. No entanto, a abolição dos escravos só se concretiza em 1888.

Mulheres Negras

Uma mulher teve papel importante na Revolta dos Malês. Sua casa tornou-se quartel-general das principais revoltas negras que ocorreram em Salvador em meados do século XIX. Segundo alguns autores, Luiza Mahin veio para o Brasil como escrava; segundo outros era natural da Bahia, tendo nascido livre por volta de 1812.

Em 1830 deu à luz à um filho, Luiz Gama, que mais tarde se tonaria poeta e abolicionista e escreveria as seguintes palavras sobre sua mãe: “Sou filho natural de uma negra africana, livre, da nação nagô, de nome Luiza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã”.

adaptado de CARNEIRO, Sueli. Mulheres negras: lembrando nossas pioneiras. Articulação de mulheres negras brasileiras. www.mulheresnegras.org.br.htm> acesso.20/2/2006.

 

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