Durante a presidência de Washington (1789-1797), consolidou-se o desenvolvimento comercial, industrial e financeiro do país, atraindo, por isso, um grande número de imigrantes europeus. A população nacional, que na época da independência era de 3,5 milhões de habitantes, em 1810 chegava a mais de 7 milhões. O progressismo e o crescimento demográfico estimularam a conquista de territórios na América do Norte (expansão interior) e a ampliação da atuação econômica em todo o continente americano (expansão exterior). Na expansão para o interior, a grande vítima foi a população indígena (sioux, cheyennes, comanches etc.) estimada em algo próximo a 10 milhões de pessoas no início do século XVII. No avanço dos colonos norte-americanos pra o sul e oeste, os “pioneiros” dizimaram manadas de bisões das planícies e populações inteiras de nativos foram mortas em confrontos.
O crescente comércio norte-americano foi indiretamente afetado pelas guerras napoleônicas e pelo bloqueio continental europeu, devido a pressões da Inglaterra, maior inimiga do Império Francês e sua rival na conquista de novos mercados, que desejava barrar as relações comerciais dos Estados Unidos com os países europeus e mesmo com as nações latino-americanas.
O expansionismo norte-americano, que ambicionava adquirir a região do Canadá, somado aos atritos comerciais, levou à segunda guerra de independência (1812-1814). A assinatura da Paz Eterna de Gand, ao final da guerra, confirmava a região dos Grandes Lagos como zona neutra e fixava a fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá inglês.
A guerra despertou o sentimento nacionalista norte-americano com relação à unidade territorial e à ameaça das potências que compunham a Santa Aliança ao crescente comércio entre os Estados Unidos e a América Latina independente. Esse nacionalismo foi expresso na Doutrina Monroe (1823), por meio de uma mensagem do presidente James Monroe ao Congresso, que foi assim resumida: “A América para os americanos”.
A Doutrina Monroe corporificou politicamente a expansão econômica internacional dos Estados Unidos, fundamental para o desenvolvimento capitalista do país. A expansão interior, por meio da conquista de territórios na América do Norte, iniciou-se com a corrida para o oeste. A partir da faixa atlântica, correspondente às antigas 13 colônias, os pioneiros avançaram para o interior até chegar à costa ocidental, alcançando o Oceano Pacífico.
As dimensões continentais do país, em meados do século XIX, haviam sido atingidas pela expropriação de nativos e povos vizinhos ou da compra de áreas coloniais pertencentes a potências europeias, com a compra da Louisiana à França (1803), da Flórida à Espanha (1819) e do Alasca à Rússia (1867) e a anexação dos territórios mexicanos do Texas, Califórnia, Novo México, Arizona, Utha e Nevada, após a guerra contra o México (1848). Esse ideal de “dilatação das fronteiras” construindo um destino glorioso que, diziam alguns, fora reservado por Deus aos norte-americanos, ficou conhecido como doutrina do Destino Manifesto.
O avanço territorial norte-americano, justificado pelo papel que os Estados Unidos se impunham de dominar as áreas entre o Atlântico e o Pacífico – doutrina do Destino Manifesto –, processou-se devido à expansão capitalista internacional. A conquista da costa oeste até o oceano Pacífico deu aos Estados Unidos acesso direto ao Oriente e lhes proporcionou os cobiçados mercados da China e do Japão. A anexação da Flórida, por sua vez, abriu caminho para o Golfo do México e o Mar das Antilhas, pontos importantes para alcançar toda a América Latina.
Cláudio Vicentino. Gianpaolo Dorigo. História Para o Ensino Médio. História Geral e do Brasil
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