Os deuses são imortais
Os gregos, originalmente, adoravam deuses que eram concebidos como tendo poderes sobre o céu, o mar, o mundo subterrâneo; sobre fenômenos da natureza, como o vento, o trovão, a chuva; sobre questões de Estado, como a guerra ou a paz; e ainda sobre qualidades como a sabedoria, a beleza, a força.
O número convencional de deuses era doze e moravam no Monte Olimpo, a montanha mais alta da Grécia, governados por um deus maior, Zeus, e sua esposa, Hera. Periodicamente, os deuses abandonavam os cuidados com suas funções originais e interferiam nos assuntos humanos.
As divindades gregas eram concebidas como motivadas pelos mesmos interesses, paixões e desejos que moviam também os homens e viviam uma espécie de versão superior da vida humana. Havia entretanto uma importante diferença: enquanto os homens eram mortais, os deuses eram imortais. Como os deuses não tinham de enfrentar a morte, realizavam suas ações com uma ousadia que um mortal jamais teria.
Antropomórficos.
A religião era antropomórfica, ou seja, os deuses possuíam forma de homem, e também humanística, pois a vida de um deus era semelhante à de um homem, só que dispondo de um poder maior.
O poder dos deuses não era, porém, ilimitado. Embora fossem imortais, não eram eternos. Foram criados a partir de uma determinada época e eram limitados pelo fato de que os acontecimentos que lhes deram origem eram imutáveis, os processos básicos da natureza não podiam ser mudados, nem mesmo pelos deuses.
A narrativa do nascimento e das aventuras em que os deuses estão envolvidos é costumeiramente chamada de mitologia. Um dos primeiros relatos de que se tem registro sobre os deuses da Grécia Antiga deve-se a um autor que teria sido contemporâneo da literatura homérica. Hesíodo. Atribui-se a ele uma obra sobre os homens, chamada Os Trabalhos e os Dias e outra sobre a origem dos deuses, chamada Teogonia.
Uma religião sem dogmas
As histórias sobre os deuses e heróis gregos são variáveis e muitas vezes contraditórias. Eram transmitidas pela tradição oral. Um poeta, acompanhado de um instrumento musical de cordas chamado lira, declamava para um público interessado nas histórias dos deuses. Esse tipo de poeta, na Grécia Antiga, chamava-se aedo. Segundo se afirma, Homero teria sido um aedo
Essas histórias eram contadas de região em região, de pais para filhos, e continuamente alteradas pela imaginação popular e pela fantasia dos aedos. Esta era outra diferença importante da religião grega. As religiões judaica, cristã e islâmica estão baseadas em textos escritos e regras definidas pela tradição e pelos seus sacerdotes. Tais regras são chamadas dogmas.
A religião grega nunca possuiu dogmas ou uma narrativa oficial que se impusesse a todos. Cada um podia imaginar os deuses à sua maneira. Um homem do povo aceitava ao pé da letra as aventuras que lhe contavam sobre os deuses, mas um pensador podia lhes dar outros significados.
Os deuses e o destino
Essas características levaram à crença de que os deuses eram basicamente uma espécie de departamento executivo de um sistema de governo cósmico, maior do que os próprios deuses. O princípio básico desse governo cósmico era chamado moira, que significa destino.
O destino comandava a ordem do mundo e nem mesmo os deuses podiam desafiar o destino impunemente. Cada deus administrava uma parte desse universo. Um deus em particular, como o deus do mar, Poseidon, podia mexer com as marés ou causar um maremoto, mas não podia fazer o que quisesse com a água e a terra, pois havia limites às suas ações. Um deus poderia até interferir numa guerra, adiar seu resultado por algum tempo, mas estava determinado que uma cidade como Tróia deveria ser destruída pelos gregos, não importando que mesmo alguns deuses desejassem o contrário.
Quando um Deus transgredia os limites de sua autoridade, era punido de acordo com as regras da justiça, a que tanto os deuses como os homens estavam sujeitos.
continua no próximo post…
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