Seguindo as regras da política do café-com-leite, o presidente Washington Luís que era paulista, deveria indicar para sua sucessão, o mineiro Antônio Carlos de Andrada. Mas as preferências do presidente caíram sobre Júlio Prestes, o político chefe do governo estadual de São Paulo. Esse fato foi a gota-d'água na já tensa situação política. A oligarquia gaúcha foi a primeira a protestar contra a quebra de compromisso por parte do governo federal, aproveitando para articular uma oposição à candidatura de Júlio Prestes. Desde 1926, uma dissidência mais liberal do próprio Partido Republicano Paulista havia formado uma nova agremiação política de oposição : O Partido Democrático. Até na pequena Paraíba se manifestou uma forte oposição. Uma parte da oligarquia dissidente namorava a idéia de um levante armado, já preconizado pelos tenentes. No entanto, a maioria dos membros da oposição oligárquica não pensava em radicalizar a luta contra o governo federal. Preferia uma organização política forte que concorresse, no plano político, com o candidato oficial à presidência da República. Foi pensando assim que o político mineiro Antônio Carlos organizou uma frente das oposições, conhecida como Aliança Liberal.
A Aliança Liberal precisava achar um candidato que fosse consensual, isto é, que agradasse a todos os que estavam querendo derrubar o monopólio dos paulistas. Todos sabiam que precisavam do apoio do Rio Grande do Sul, uma das principais forças políticas da oposição. Com isso a escolha recaiu sobre um político gaúcho que começava a despontar na época: Getúlio Vargas.
Quem era Getúlio Vargas?
Getúlio Vargas, nascido em São Borja, região fronteiriça dos caudilhos acostumados às lutas regionais, era um típico político do estilo gaúcho. Grande proprietário ligado ao velho líder Júlio de Castilhos, Getúlio Vargas freqüentou a Academia Militar, fez o curso de Direito e naturalmente trilhou o caminho da política, como era costume nas famílias ricas de grandes proprietários. Foi promotor público no governo de Borges de Medeiros e deputado estadual em 1909.
Com a eleição de Washington Luís, foi convidado a ser ministro da Fazenda, posto que exerceu por pouco tempo, pois foi indicado para presidente do estado do Rio Grande do Sul, com apoio de Borges de Medeiros. Sua fama de negociador político crescia rapidamente, pois conseguiu que alguns inimigos políticos de Borges de Medeiros fizessem parte do seu secretariado. Por ser líder de um estado politicamente forte e por ser hábil negociador político, Vargas foi o candidato escolhido pela Aliança Liberal.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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