Os trajes de banho estão entre os vestuários que mais causaram polêmica no século XX. Tudo por causa das mudanças drásticas no tamanho das peças: Em 1800 ele era tão grande que mais parecia uma roupa do dia a dia. No fim da década de 1990, no entanto ficou tão pequeno que alguns se confundiam com calcinhas e sutiãs. De acordo com João Braga, professor do Instituto Brasileiro de Moda, as roupas de banho variavam de tamanho ao longo dos tempos porque seguiram a história do pudor na sociedade.
300 a. C - Mosaicos da Villa Romana del Casale, na Sicília, mostram jovens mulheres de biquini se exercitando ao lado de piscinas. Quando o cristianismo foi declarado por Constantino, religião do império, o traje foi proibido e só voltaria a ser visto na década de 1940.
Na antiguidade, as romanas usavam trajes semelhantes aos biquinis modernos enquanto se exercitavam. À época, mostrar o corpo não era pecado. Mas, com a chegada do cristianismo, a mulher passou a esconder suas curvas, usando figurinos longos e deixando as pequenas roupas de banho no fundo da gaveta.
1812 - As roupas de banho voltam à cena. Antes, as mulheres não precisavam de trajes específicos porque não se banhavam em público. As peças deveriam tampar todo o corpo, por isso eram tão grandes quanto as roupas do dia a dia. Por volta de 1890, as calças foram encurtando e as mangas sumindo.
O biquini apenas assumiu a forma que conhecemos hoje no fim do século passado. O catalisador para a mudança do figurino foi, em grande parte, a Primeira Guerra Mundial. “Com o marido no campo de batalha, a mulher teve de trabalhar. Isso fez com que ela percebesse que podia tomar as próprias decisões”, afirma Braga. O aumento da auto-confiança originou, assim, que começaram a mostrar o corpo, usando minissaias e tops.
1935 – A década de 20 traz conceitos revolucionários. Foi nessa época que surgiu o maiô de uma só peça de tricô, justo e com pernas descobertas. Na década seguinte aparece o primeiro traje duas peças. com “culote” (parecido com um short) e “southien”
Mas a criação das pequenas peças de banho em 1946, também foi sinônimo de incômodo para as famílias mais tradicionais: algumas mulheres se recusavam até mesmo a usa-las. O figurino arrojado seria aceito apenas na década de 1960. “Quando os bebês do pós-guerra chegaram a juventude, promoveram uma grande mudança de comportamento. Isso levou à revolução sexual e fez com que o jovem criasse uma relação diferente com o corpo, exibindo-o mais”, diz o professor João Braga.
1946 – O estilista francês Louis Réard cria o biquini. A peça recebe esse nome devido ao atol de bikini, onde eram realizadas explosões atômicas experimentais. A intenção era comparar os efeitos dos novos contornos femininos à mostra aos de uma bomba nuclear. No Brasil, só vedetes como Elvira Pagã usavam o modelito.
No entanto, houve quem tentasse impedir os jovens de usar o modelo diminuto. Em 1961, no Brasil, o então presidente Jânio Quadros proibiu por lei o uso do traje na década de 1970, o Brasil ganharia um lugar de destaque no mundo da moda praia, criando peças que seriam usadas por diversas culturas até os dias atuais.
por: Lorena Verli
- 1959 – Com a invenção da lycra, os trajes de banho grossos são substituídos por artigos de secagem rápida. A maleabilidade e a resistência fizeram com que as peças diminuíssem mais de tamanho, distanciando parte de baixo e de cima.
- 1964 – O designer austríaco Rudi Gernreich dispensa a parte de cima dos tajes de banho e cria o monoquini. A inovação não fez nenhum sucesso entre as mulheres, mas contribuiu para a instiruição do topless. A mania fez muito sucesso nas praias europeias.
- 1974 – A tanga é inventada no Rio de janeiro. Foi criada por David Azulay, dono da primeira marca de biquinis do país, a Blue Man, e conquistou o mundo.
- 1980 – O Brasil lança o asa-delta, um modelo bem cavado. Em seguida, veio o fio dental. O responsável pelo invento foi o estilista Cidinho Pereira, dono da marca Bumbum Ipanema.
2010 – Tecidos especiais levantam o bumbum e protegem de raios ultravioleta. O biquini deve ser combinado a cangas, saídas de praia e óculos de sol.
fonte: revista Aventuras na História. Edição Especial n. 80
2 :
A principal característica dessa evolução foi a diminuição do tamanho. Se essa característica permanecer, em 100 anos...
Eu diria que em menos tempo, talvez uns 20 anos, 30 no máximo.
Obrigado por comentar.
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