A civilização grega antiga foi uma civilização brilhante sob vários pontos de vista: politicamente, permitiu a participação do cidadão no poder pela democracia; culturalmente, forneceu as bases para o pensamento filosófico ocidental, para o teatro e vários outros ramos das manifestações artísticas. Toda essa pujança se conseguiu graças ao sistema escravista, que liberava o cidadão do trabalho direto e manual.
O helenismo pode ser definido como a penetração do caráter urbano na tradicional sociedade oriental. Entretanto, o escravismo, uma das principais características da civilização clássica grega, não penetrou no interior do mundo helenístico oriental. O sistema básico de produção se assentava em trabalhadores que estavam submetidos a um rei, a quem pagavam tributos.
A relação entre o escravismo e a cultura.
A forma mais importante de produzir a riqueza para toda a sociedade grega era por meio do trabalho escravo. O escravo era empregado em praticamente todas as atividades produtivas. O cidadão grego podia, dessa forma, ter um tempo livre para dedicar-se às atividades culturais e físicas. Essas atividades eram exercidas por proprietários rurais nos centros urbanos, nos quais havia os recursos necessários para o exercício de todos os ramos da cultura.
Em outras palavras: graças à não-liberdade dos escravos, os cidadãos podiam gozar da mais absoluta liberdade. Foi essa liberdade que possibilitou a uma minoria produzir formas elaboradas de religião e mitologia, expressões artísticas e pensamento político bastante avançados.
Mitologia e religião
A cultura grega elaborou uma série de mitos para explicar o surgimento da Terra, dos mares, do céu, dos deuses e dos homens. Assim, do Caos, princípio do Universo, teria nascido Eros (o Amor), Gaia ou Géia ( a Terra) e Urano (o Céu). Estes se uniram várias vezes, gerando outras entidades, os titãs. Das várias uniões e sínteses entre esses seres resultaram novas divindades. A mitologia grega entende o universo como constituído pela sucessão de várias gerações divinas, que sintetizam uma evolução anterior e rompem as ordens que cada geração institui e representa. É esse princípio geral que nos permite entender como Cronos (divindade do tempo) destrona seu pai Urano e, posteriormente, é destronado por seu filho Zeus, o maior deus do Olimpo.
Zeus, a mais importante divindade da mitologia grega
A religião dos gregos era politeísta e antropomórfica, isto é, possuía vários deuses com forma humana. Esses deuses tinham, além das qualidades divinas, os defeitos e as limitações dos humanos: alguns desses deuses amavam simples mortais, outros se embriagavam, dançavam ou ficavam furiosos e se vingavam. Por essa razão a religião dos gregos difere do cristianismo e do judaísmo, que marcaram a civilização ocidental.
Para os gregos antigos, havia uma íntima relação entre a religião e o Estado. Os deuses regiam tanto a vida privada como a vida pública. Havia, a crença absoluta de que foram os deuses que deram a vitória aos gregos nas guerras contra os persas.
Os jogos gregos realizavam-se em santuários, como o de Olímpia, pois eram uma homenagem aos deuses. Os jogos realizados nesse santuário deram origem aos Jogos Olímpicos, que se realizam até hoje e que em 2016 serão realizados no Brasil.
pujança: grande força, poderio, superioridade, robustez, grandeza.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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