Após a derrubada de Luís Filipe, foi instaurada a Segunda República na França. As várias correntes políticas da época organizaram um governo provisório, com a função de convocar uma Assembléia Constituinte: na presidência o liberal Lamartine, auxiliado pelo jornalista moderado Ledru-Rollin, o escritor socialista Louis Blanc e o operário Albert.
O novo governo proclamou o fim da pena de morte e o estabelecimento do sufrágio universal nas eleições. Os conflitos entre as lideranças trabalhistas e burguesas, entretanto, afloravam. Os socialistas, tendo como meta a criação de uma república social, reivindicavam medidas governamentais que garantissem empregos, direito de greve e limitação das horas de trabalho.
Obtiveram a criação das oficinas nacionais, que garantiam trabalho para os numerosos desempregados em aterros, fábricas e construções do governo. Os liberais moderados, representantes dos grandes proprietários, ao contrário, buscavam barrar as medidas de cunho popular, temendo a volta de um governo radical, como o montanhês, que dominou a França entre 1793-1794.
Em abril de 1848, nas eleições da Assembléia Constituinte, os moderados saíram vitoriosos, obtendo a maioria das cadeiras, graças, principalmente, à atuação dos proprietários rurais. Com a polarização política entre socialistas e burgueses, os populares multiplicaram suas manifestações de rua, tumultuando Paris. Sob o comando do general Cavaignac, conhecido como “o carniceiro”, o governo massacrou os revoltosos, suspendeu os direitos individuais e fechou as oficinas nacionais, transformando a revolução em guerra civil: mais de 3 mil pessoas foram fuziladas e 15 mil foram deportadas para as colônias.
Em seguida foi aprovada a nova constituição republicana, em que o poder legislativo caberia a uma assembléia eleita por sufrágio universal por três anos e o poder executivo ficaria a cargo de um presidente eleito por quatro anos.
Luís Bonaparte – sobrinho do imperador Napoleão I e, portanto, figura carismática para os franceses, que viam nele a possibilidade de restauração da glória vivida pelo país na época de Napoleão – foi eleito presidente em 10 de dezembro de 1848, com 73% dos votos.
Em seu governo, buscou unir e pacificar o país, enfatizando o ideal de progresso e de poderio nacional. Em 1851, quase ao fim de seu mandato e com ambição continuísta, Bonaparte fechou a Assembléia Nacional, uma vez que a Constituição proibia a reeleição presidencial, e estabeleceu uma ditadura.
O golpe foi chamado pelo pensador Karl Marx, ironicamente de “o 18 brumário de Luís Bonaparte”, numa referência às suas tentativas cada vez mais claras de repetir os grandes feitos do ilustre tio. Em seguida, por meio de um plebiscito, Bonaparte ganhou poderes para elaborar uma nova constituição, que o transformou num cônsul, como seu tio, dando-lhe poder ditatorial por dez anos.
Repetindo as atitudes de Napoleão, em 1852, conclamou outro plebiscito, que, com 95% de votos favoráveis, transformou a França novamente em império. Luís Bonaparte, coroado imperador, recebeu o título de Napoleão III.
VICENTINO, Cláudio. DORIGO, Gianpaolo. História Para o Ensino Médio. História Geral e do Brasil.
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