A constituição de um poder central na Inglaterra foi relativamente precoce, pois a invasão e o domínio do país pelos normandos, em 1605, gerou uma nobreza relativamente submissa ao poder central. Entretanto, essa nobreza ainda mantinha algumas prerrogativas diante do rei. Um exemplo foi o que ocorreu em 1264, quando os barões impuseram ao rei Henrique III o reconhecimento de um órgão limitador do poder real, o Parlamento, que representava os interesses dos barões feudais.
Depois da Guerra dos Cem anos (1337-1453), o Parlamento inglês se fortaleceu. Isso estava ligado a significativas transformações socioeconômicas. A criação de ovelhas para a produção de lã mostrou uma atividade lucrativa para os nobres, que participavam, assim, do comércio europeu continental. Para aumentar suas rendas eles iniciaram a expulsão dos camponeses dos senhorios, transformados em extensas pastagens, prática conhecida com o nome de cercamentos. Nascia, dessa forma, uma nobreza aburguesada, voltada para o comércio. Outra conseqüência disso foi o recrudescimento (crescimento, aumento) da servidão e a ampliação da mão-de-obra assalariada. Os camponeses que ficavam nas terras - fossem suas antigas pequenas propriedades, fossem terras dos senhores feudais - mantinham-se na condição de servos, e os que eram expulsos iam trabalhar nas manufaturas.
Essas tensões sociais geraram disputas políticas entre os aristocratas. Os barões, descendentes da aristocracia feudal tradicional, e os novos nobres, que se dedicavam à criação de ovelhas e à comercialização de lã, enfrentaram-se numa guerra pela sucessão do trono inglês. A guerra (1455-1485) envolveu duas famílias inglesas que reivindicavam o trono, os Lancaster e os York, e ficou conhecida como Guerra das Duas Rosas: a família Lancaster tinha no seu brasão uma rosa vermelha, e o brasão dos York ostentava uma rosa branca. Esse conflito trazia altos prejuízos para a economia inglesa, provocando um grande descontentamento. Isso fez com que a burguesia e a nova nobreza apoiassem um nobre da família Tudor para ser o novo rei. Tudor subiu ao trono em 1485. A partir daí, a monarquia inglesa se fortaleceu.
A preocupação dominante no período inicial do reinado da dinastia Tudor foi o fortalecimento da autoridade do rei, o que foi facilitado pelo fato de a nobreza ter se enfraquecido na longa guerra civil e pelo apoio popular recebido pela Coroa.
Entretanto a autoridade real sempre esbarrava no Parlamento, que devia ser convocado para aprovar as propostas de impostos feitas pelo rei.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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