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A primeira fase de formação dos reinos bárbaros

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Esta fase teve como marco importante a noite de ano novo de 406, quando uma confederação de povos germânicos (vândalos, suevos e alanos) iniciou a penetração no Império Romano. Nesse momento, o império já estava desmantelado e não houve resistência concreta aos guerreiros bárbaros.

A presença dos bárbaros causou profundo temor aos romanos São Jerônimo, que se encontrava em Bizâncio, escreveu uma carta demonstrando seu espanto: "Chega-nos do Ocidente um rumor terrível: Roma atacada... A minha voz estrangula-se e os soluços interrompem-se enquanto digo estas palavras, foi conquistada, essa cidade que conquistara o universo..."

Os bárbaros, tinham uma noção rudimentar ( pouco desenvolvido) do que era o Estado e ignoravam a escrita. Por essas razões, tiveram de se inspirar nas instituições romanas para formar seus primeiros Estados.

A aristocracia guerreira germânica, de certa forma, associava-se à decadente aristocracia, pois um terço das terras ficou com os germanos, juntamente com os escravos e trabalhadores; o restante ficou com a antiga nobreza provincial romana. Os pequenos proprietários e camponeses livres que ainda existissem tornavam-se dependentes dos aristocratas bárbaros ou romanos. Por  esse processo, as diferenças sociais aumentavam ainda mais.

A autoridade da aristocracia bárbara foi crescendo com o aumento de seus domínios territoriais e de seus trabalhadores. Surgiram realezas rudimentares, onde os reis eram apoiados por bandos de nobres armados e fiéis à liderança real. Esses reinos bárbaros preservaram o escravismo e o colonato, formas de trabalho herdadas do Império Romano.

No nível religioso, houve a conversão gradativa dos bárbaros ao cristianismo, o que fazia desaparecer as velhas religiões comunitárias.

Vários reinos bárbaros se destacaram nesta primeira fase:

    • Reino Vândalo. Após atravessarem a fronteira do Império, no ano 406, os vândalos avançaram pela Gália e pela península Ibérica até se estabelecerem no norte da África, em 429.
    • Reino dos Ostrogodos. Eles fixaram-se na península Itálica em 488, sob a liderança de Teodorico. Utilizaram-se das instituições romanas para a administração.
    • Reino dos visigodos e dos borgúndios. Os visigodos ocuparam a Gália em 519 e depois dominaram grande parte da península Ibérica. Os borgúndios organizaram seu reino ao sul da Gália, entre os anos 443 e 534. Como os outros reinos bárbaros, adaptaram-se às instituições romanas. Com a invasão dos francos este reino desapareceu.

Os reinos germânicos dessa época tiveram uma breve duração. No entanto, essa fase de invasões abriu caminho para outra onda de bárbaros, que se fixou na Europa e que marcou mais nitidamente o mapa desse continente.

São Jerônimo: Nascido em 350 na Dalmácia, foi um dos autores cristãos mais importantes do período final do Império Romano. Traduziu a bíblia do grego para o latin, criando a vulgata (versão latina), o cânon da Escritura cristã. Escreveu muitas obras e epístolas (cartas) nas quais registrou sua visão sobre os terrores de seu tempo: as invasões bárbaras a algumas regiões do Império Romano foram consideradas por ele como prenúncio do apocalipse (fim dos tempos).

 

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

 

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