A Alemanha dividida era o símbolo da polarização política mundial e da Guerra Fria. O caminho que conduziu ao fim do confronto militar, político e ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética, com a conseqüente derrocada do socialismo no leste Europeu, fatalmente desembocaria na unificação alemã.
Eric Hoenecker, o líder comunista da Alemanha Oriental, permitiu o livre trânsito de dissidentes que quisessem emigrar para a Alemanha Ocidental. Mas, tentando impedir que os movimentos de contestação se tornassem incontroláveis, deu ordens de dispersar a tiros uma manifestação de 120 mil pessoas em Leipizig. Como a ordem não foi cumprida, Hoenecker ficou desmoralizado. Algo estava mudando atrás da chamada cortina de ferro.
No dia 18 de outubro do fatídico ano de 1989, Hoenecker, oficialmente por motivos de saúde, foi substituído por Egon Krenz, adepto da política de abertura de Gorbachev. As manifestações populares, que cresciam a cada dia em Berlim e em outras cidades da Alemanha Oriental, e a fuga de milhares de pessoas para a Alemanha Ocidental sinalizava, o ocaso (declínio, fim) do sistema.
Em novembro de 1989, o Muro de Berlim, construído 27 anos antes de separar os alemães, foi golpeado com picareta pelo povo, numa cena carregada de simbolismo. Até recentemente, compravam-se, em qualquer capital do mundo, pedacinhos do muro, como na Idade Média se compravam pedaços da Cruz de Cristo.
As liberdades e as fantasias do Ocidente capitalista, assim como suas mazelas, já não tinham uma barreira a sua frente: o muro caíra.
Em outubro de 1990, oficializou-se a unificação das duas Alemanhas, sob a direção de um só governante. Helmut Kohl, o líder da União Democrática Cristã. O país tinha agora 78 milhões de habitantes. Os alemães orientais (ossis, pejorativamente) não conseguiram, como imaginaram, desfrutar do mundo fantástico do consumo prometido pelos discursos de Helmut Kohl e pelas imagens da TV. Eles perceberam que eram cidadãos de segunda categoria e, pior, estavam desempregados. Não é de se estranhar que o neonazismo mostre tanto vigor na ex-Alemanha Oriental, onde são freqüentes as manifestações racistas contra os imigrantes asiáticos.
Aumento do desemprego, neonazismo e inflação foram os problemas enfrentados pelo governo de Helmut Kohl. Confiava-se nos mecanismos do sistema democrático e na economia de mercado para a solução desses problemas. Um programa de cortes nas áreas sociais feito pelo governo de Kohl provocou a diminuição do apoio que vinha recebendo. Nas eleições de 1998, o Partido Social-Democrata (SPD) venceu, Gerhard Schröder, em aliança com o Partido Verde, se tornou o novo primeiro-ministro da Alemanha.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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