As invasões que levaram o Império romano do Ocidente ao colapso deixaram profundas marcas na história da Europa. Até hoje essas invasões são lembradas quando se quer fazer alusão a choques entre povos diferentes. Veja texto a seguir.
O Fracasso dos muros
A construção pelos israelenses de um muro separando seu país da Cisjordânia é um claro sinal de que soluções militares para o conflito com os palestinos são impraticáveis. […] O muro da Palestina é um monumento ao desespero que provavelmente entrará para a história como um fracasso semelhante a outros muros famosos que tentavam impedir que os “bárbaros” chegassem à “civilização”.
É o caso do romano muro de Adriano, da grande muralha da China ou das cercas que separam os EUA do México.
Para impedir que os “bárbaros” germânicos chegassem ao Império romano, foram construídos muros fortificados em vários pontos do perímetro.
O mais conhecido é o muro de Adriano, de 117,6 km que separava a “bárbara” Caledônia (atual Escócia) do resto da principal ilha britânica (chamada à época de Bretanha). Já o Limes Germanicus (limites germânicos), na atual Alemanha, era constituído por 280 km de muro – muitos apenas de terra.
Nada disso impediu que os “bárbaros” fossem lentamente se infiltrando até acabarem com o Império. […] Do mesmo modo, a cerca israelense poderá ser um obstáculo ao movimento de populações, atrapalhando a vida dos palestino que trabalham em Israel. Mas dificilmente será um obstáculo sério a um terrorista decidido a cometer um atentado. […] O muro israelense e a sua falsa imagem de segurança prometem na verdade acirrar a crise atual.
fonte: BONALUME NETO, Ricardo. Folha de São Paulo, 22/06/2002.
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