É instalada a República em Roma: o poder está nas mãos dos patrícios. Somente eles podiam ocupar altos cargos na República.
Com a instalação da República foram criadas várias magistraturas. Observe abaixo:
- CONSUL – Havia dois cônsules: um comandava o exército e o outro administrava a cidade.
- PRETOR – Aplicava a justiça
- CENSOR – Fazia o recenseamento, classificando os cidadãos de acordo com as posses.
- QUESTOR – Cuidava da arrecadação dos impostos.
- EDIL - Era o responsável pelo policiamento, pelo abastecimento, pela conservação das ruas e pela organização dos espetáculos públicos.
- TRIBUNO DA PLEBE – Devia defender os plebeus.
O Senado continuou a ser um órgão de grande importância em Roma. Era formado por trezentos membros vitalícios, todos patrícios. Suas principais funções eram controlar os gastos públicos e propor leis.
Votar leis, declarar guerra, firmar a paz e eleger os cônsules eram tarefas da Assembléia Centuriata. Esta Assembléia era uma reunião dos cidadãos agrupados em 19 centúrias (grupos de cem). A distribuição dos cidadãos em centúrias seguia um critério censitário, isto é, de acordo com a riqueza de cada um. Cada centúria, fosse ela plebéia ou patrícia, tinha direito a um só voto. Mas, como o número de centúrias patrícias era maior que o de centúrias plebéias, o poder de decisão cabia sempre aos patrícios.
As lutas sociais: Os plebeus eram maioria em Roma. Como cidadãos, pagavam impostos e serviam ao exército. Mas, apesar disso, não podiam exercer nenhum cargo importante no governo, controlado pelos patrícios. O casamento entre plebeus e patrícios também era proibido. Essa situação descontentava os plebeus mais ricos e influentes. Os plebeus pobres reclamavam da escravidão por suas dívidas.
A fim de lutar por seus direitos, os plebeus retiraram-se de Roma em 494 a.C, ameaçaram não participar do exército. Os patrícios viram-se sem saída, pois, afinal, a maioria dos trabalhadores e dos soldados de Roma eram plebeus. Na primeira vez em que os plebeus saíram da cidade, o patrício Menênio Agripa fez o seguinte discurso para convence-los a voltar:
No tempo em que reinava a desarmonia no corpo humano (…) todas as partes do corpo revoltaram-se contra o estômago, pois a ele cabia apenas o prazer de receber o que lhe davam.
Prepararam uma conspiração: as mãos combinaram não levar mais os alimentos à boca; a boca não mais recebe-los; os dentes não mais tritura-los. Ora, a conseqüência dessa revolta foi que o corpo inteiro chegou a enfraquecer completamente. Os membros viram então que o estômago exercia funções úteis e que alimentava tanto quanto era alimentado.
Para voltar a Roma, os plebeus exigiram a criação do cargo de tribuno da plebe. Os patrícios cederam: o tribuno podia vetar (anular) as leis que considerassem contrárias aos interesses dos plebeus. Nos anos seguintes, aluta por igualdade de direitos continuou, e aos poucos, os plebeus foram obtendo novas conquistas.
Entre elas estão:
- Lei das Doze Tábuas 450 a.C.: As primeiras leis escritas da história de Roma. Com leis escritas, ficava mais difícil para os patrícios interpreta-las conforme seus interesses.
- Lei Canuléia 445 a.C: Permitia o casamento entre patrícios e plebeus.
- Lei Lecínia: 367 a.C: Proibia a escravização por dívidas.
Os plebeus conseguiram também o direito de ser magistrados. Mas só alguns plebeus ricos conseguiram chegar ao poder, pois era necessário ter riqueza para fazer carreira política.
Roma conquista a Itália e o mundo
Desde muito cedo, os romanos entraram em conflito com os seus vizinhos por terras e bens. Com isso organizaram um grande exército e foram à Guerra com cidades vizinhas a Roma, essas cidades depois de vencidas tornavam-se aliadas do exército romano, forneciam soldados em troca da proteção de Roma.
Entre os séculos V e III a.C os romanos conquistaram toda península Itálica. Seu próximo objetivo era a Sicília, em parte dominada por Cartago, colônia fundada pelos fenícios no norte da África.
O controle do Mediterrâneo foi o principal motivo das guerras entre Roma e Cartago. Essas guerras foram chamadas de Guerras Púnicas, porque os romanos chamavam os fenícios de phoenis “púnicos”.
Roma venceu Cartago após três grandes batalhas, Cartago foi completamente arrasada e seus poucos sobreviventes vendidos como escravos.
Depois da conquista de terras a oeste, os romanos se apossaram da Macedônia, da Grécia e vários outros reinos da Ásia Menor.
Já no século I a.C comandados pelo general Júlio César, conquistaram a Gália (onde aproximadamente estão hoje a França e a Bélgica).
Depois de alguns anos, os romanos tomaram as terras em volta do mar Mediterrâneo, invadindo o Egito e o norte da África.
Assim, o Mediterrâneo passou a ser chamado pelos romanos de “Mare Nostrum” (Nosso Mar), isso se deu em fins do século I a.C.
As conquistas trouxeram mudanças profundas na vida dos romanos:
- Aumento das trocas comerciais no Mediterrâneo;
- enriquecimento dos comerciantes e dos cobradores de impostos
- grande aumento do escravismo ( eram prisioneiros de guerra).
- concentração das terras conquistadas nas mãos da aristocracia romana
- as regiões sob domínio romano transformaram-se em províncias, devendo pagar impostos anualmente a Roma, o que enriqueceu o Estado Romano.
(discurso de Menênio Agripa. Citado por J. Isaac. História Universal: Roma fonte: História Sociedade & Cidadania – Alfredo Boulos Junior
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