A guerra constituía uma parte importante da vida de gregos e persas. Tanto os primeiros quanto os segundos se preparavam para ela ainda jovens e dedicavam muito de seu pensamento à estratégia militar.
A idéia popular de que os gregos e romanos antigos detestavam o trabalho manual está sofrendo um grande golpe.
Uma pesquisadora do Imperial College de Londres, Serafina Cuomo, está mostrando agora que teoria e prática, arte e ciência, matemática e engenharia já se harmonizavam perfeitamente no trabalho dos engenheiros militares que projetavam e operavam armas então sofisticadas como as catapultas.
“Os engenheiros de catapultas, combinaram aptidões matemáticas e de engenharia para criar as armas mais poderosas de sua época”, afirmou Cuomo em um artigo na revista científica norte-americana Science.
As catapultas eram a arma ideal para atacar cidades e muralhas. As primeiras catapultas foram criadas no Oriente Médio, onde hoje fica o Iraque, no século IV a.C. Mas foram os gregos que realmente as desenvolveram, usando experimentos e cálculos matemáticos para produzir a artilharia mais letal da Antiguidade. Dionísio, tirano de Siracusa, é o sujeito apontado pelos textos existentes como o grande divulgador das catapultas e dos engenheiros que as construíam. Ele teria até feito um concurso público em 399 a.C. para conseguir os melhores artesãos e engenheiros militares.
BONALUME NETO, Ricardo. Folha de São Paulo, 22/02/2004.
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