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Império romano – A força das instituições republicanas

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 Ruínas do Fórum romano, onde ficava exposta a Lei da Doze Tábuas

Júlio César, foi assassinado em 44 a.C, por um grupo de senadores. Seguiram-se anos de conflitos e guerras civis, ao fim das quais Otávio Augusto subiu ao poder.

As razões que levaram os senadores a assassinar César em pleno Senado tinham por base a suspeita de que ele pretendia se tornar rei. Assim, em vez de restaurar a monarquia, ao chegar ao poder Otávio preferiu se eleger cônsul sucessivas vezes. Mais tarde, renunciou ao consulado e se fez eleger tribuno vitalício e pontifex maximus, ou seja sumo sacerdote. Ao acumular todos esses títulos e cargos, ele se tornou senhor absoluto de  Roma sob uma aparência republicana. O Senado e os cargos de cônsul e de tribuno, continuaram a existir.

Dessa forma, muitos romanos acreditavam estar vivendo ainda numa República, mesmo quando já era evidente que o poder se achava concentrado nas mãos do imperador. Para alguns, o domínio dos generais sobre a política de enfraquecimento do Senado eram passageiros. A República (imaginavam eles) superaria esses problemas. Além disso, a vida cotidiana não sofreu grandes alterações. As pessoas continuavam a ir aos circos apreciar combates de gladiadores;o antigo Fórum, onde se erguia o Senado e se concentravam os templos e as cortes de justiça, se manteve como centro da vida política, jurídica e religiosa da grande cidade.

O governo de Augusto durou quarenta e quatro anos e deu início a um longo período de paz, que se estendeu por mais de dois séculos e ficou conhecido como Paz Romana. (14 a 235 d.C. ).

Ao longo da história do Império, houve momentos em que os imperadores concentraram maior ou menor poder. Os próprios imperadores relutaram em criar um único título que expressasse todo o seu poder. Em vez disso, acumulavam títulos republicanos, como o de cônsul. Junto a eles, utilizavam novos títulos, como Augusto e Cesar – este último em homenagem ao general Caio Júlio Cesar. A República, contudo nunca mais ressurgiu.

Entre 14 e 235 d.C., o Império foi governado por 4 dinastias de imperadores.

Dinastia Júlio Claudiana (14-68) – Imperadores:  Tibério, Calígula, Claudio e Nero

  • Pertencentes à nobreza romana, esses imperadores consolidaram a estrutura política do regime inaugurado por Augusto. Apesar dos constantes conflitos familiares e com o Senado, Claudio organizou o serviço administrativo, servindo-se de escravos e libertos. Nero realizou uma importante reforma monetária.

Dinastia Flaviana (69-96) – Imperadores:  Vespasiano, Tito e Domiciano

  • Essa dinastia subiu ao poder após guerras civis que se seguiram à morte de Nero, em 68. Com esses imperadores, o exército se firmou como um dos principais agentes políticos do Império. Sob Tito, em 70, Jerusalém  foi invadida e seu templo destruído.

Dinastia Antonina (96-192) – Imperadores: Nerva,     Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Cômodo

  • Todos, exceto Cômodo, foram administradores eficientes, além de incentivar as artes e as ciências. Foi considerada a “Idade de Ouro” do Império Romano”.

Dinastia Severa (193-235) – Imperadores: Sétimo Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo, e Severo Alexandre.

  • Com esses imperadores, acentuou-se a militarização do Império, com a nomeação de militares para todos os governos das províncias e altos postos administrativos.

Augusto e seus sucessores

Durante o governo do primeiro imperador romano, Caio Otávio Turino, que passou à Historia com o nome de Augusto, as fronteiras do Império se alargaram. Na África, com a vitória sobre Marco Antônio, Augusto considerou a nova anexação do Egito, que já havia sido conquistado antes por Júlio César, como uma façanha sua. Na Europa, as fronteiras do Império foram fixadas nos rio Reno, na Alemanha atual, e Danúbio, na atual Hungria. Também foram dominadas as regiões montanhosas dos Alpes e da península Ibérica e a Mauritânia, no norte da África.

Com a morte de Augusto, surgiu o problema da sucessão imperial. Como não se tratava de uma monarquia, o poder não era hereditário. Apesar disso, durante algum tempo alguns membros da família de Otávio foram imperadores. Seu enteado Tibério governou de 14 d.C a 37 d.C., e depois seu bisneto Calígula, de 37 d.C a 41 d.C. Os imperadores seguintes foram Cláudio 41 d.C a 54 d.C, sobrinho de Tibério, e Nero 54 d.C a 68 d.C, enteado de Cláudio.

Três desses imperadores tiveram morte violenta. Calígula foi assassinado por militares da guarda pretoriana (força de elite do exército romano) ; Cláudio morreu envenenado pela própria mulher, Agripina; e Nero suicidou-se depois de incendiar Roma e pôr a culpa nos cristãos.

Com a morte de Nero, a sucessão imperial tornou-se ainda mais complicada. O senador Sérvio Sulpício Galba, nomeado imperador pelo Senado em 68 d.C., foi assassinado em janeiro de 69 d.C. No mesmo ano, Marco Sálvio Otho e Aulo Vitélio  se declararam imperadores, mas foram vencidos por Vespasiano, que governou o Império até 79 d.C. Sucederam Vespasiano seus filhos Tito 79 d.C a 81 d.C e Domiciano 81 d.C a 96 d.C. assassinado durante uma conspiração.

Depois da morte de Domiciano, o Senado nomeou Marco Coceio Nerva como imperador. Nerva abandonou o critério familiar e introduziu uma nova forma de sucessão: adotou Trajano, que assumiu o poder após a sua morte. Foi durante o governo de Trajano 98 d.C a 117 d.C, que o Império romano atingiu sua máxima extensão territorial. Trajano e seus sucessores, Adriano e Antonino Pio, seguiram a mesma política de adotar o sucessor, independentemente de sua origem familiar.

  Coliseu

O Coliseu

Desde a época da República, a existência de uma grande massa de plebeus em Roma era vista como um problema pelos patrícios. Depois da expansão territorial romana, com o aumento do trabalho escravo nas grandes propriedades rurais, ocorreu um intenso afluxo de camponeses sem terra a grande cidade. Muitos deles passaram a viver de pequenos serviços, enquanto outros permaneciam sem trabalho. Para os Senadores, essa massa pobre e numerosa representava um perigo em potencial. Vítima de injustiças, ela podia ser atraída pela pregação  de reformadores sociais que condenavam os privilégios dos patrícios, o que poderia levar a desordem e arruaças.

Assim, para mante-la entretida e acomodada, os líderes de Roma passaram a promover uma política que ficou conhecida como “pão e circo”. Essa política consistia em distribuir trigo à população pobre e oferecer a ela espetáculos de circo como corridas de carros puxados por cavalos e combate entre gladiadores. Sob o Império, quando a cidade de Roma chegou a abrigar cerca de 1 milhão de pessoas. os governantes ordenaram a construção, em todo território romano, de inúmeros anfiteatros para exibição desses espetáculos.

No Coliseu eram apresentados combates entre gladiadores, entre homens e feras ( panteras e leões) e até combates navais. Ele funcionava como um instrumento de propaganda da cultura romana para os povos dominados e para distrair a população mais pobre, evitando um número maior de revoltas. Embora o Coliseu tenha funcionado até o século VI desde 404 foram proibidos jogos com mortes humanas.

 

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