A ditadura, a modernização e o desenvolvimento econômico caracterizaram o Segundo Império, que marginalizou o legislativo e as forças de oposição. Durante o período, a capital do Império, Paris, foi dotada pelo prefeito Haussmann de magníficos parques, bulevares e grandes construções elegantes; sediou exposições mundiais, para onde convergia a divulgação do progresso cultural e industrial de todo mundo.
As pressões liberais cresceram a partir de 1860, obrigando o imperador a conceder liberdade de imprensa, além de ampliar os poderes da Assembléia Nacional.
Com relação à política externa, Napoleão III conseguiu a aprovação da Inglaterra, Áustria e Prússia para a restauração do império. Também a Rússia deu seu apoio apesar da clara hostilidade do czar Nicolau I ao novo monarca. Essa animosidade estava calcada na lembrança da invasão napoleônica à Rússia e culminara na Guerra da Criméia (1854-1856), na qual ingleses aliaram-se a franceses para conter o avanço russo nos Balcãs, defendendo a sobrevivência do Império Turco-Otomano.
Nos anos 1860, o imperador francês passou a desenvolver uma política externa ambígua e desastrosa para a França. Com a efervescência dos nacionalismos, das lutas pela independência de povos dominados desde antes do Congresso de Viena, Napoleao III passou a defender a política das nacionalidades.
Entretanto, em alguns momentos, Napoleão III fez a própria França tornar-se dominadora de outros Estados. posicionou-se a favor da independência dos Estados romenos da Moldávia e da Valáquia, contra o Império Turco-Otomano, e apoiou os piemonteses em sua luta pela unificação italiana, voltando-se contra os austríacos que reinavam sobre a região desde 1815. Pressionado, entretanto, pelos católicos franceses, que consideravam as ambições piemontesas uma ameaça aos domínios da Igreja, Napoleão III retirou seu apoio aos italianos e passou a defender Roma contra os unificadores.
A intervenção de Bonaparte no México, entre 1862 e 1867, derrubando o presidente Benito Juarez, a fim de garantir o comércio francês na América e conter a hegemonia norte-americana, arruinou as finanças francesas.
A França envolveu-se, ainda numa guerra contra a Prússia, em processo de unificação dirigido por Bismarck. Tentava evitar a formação de uma nação forte – a Alemanha – nas suas fronteiras. Os prussianos venceram a França e aprisionaram Napoleão III na batalha de Sedan, em 1870.
Teve fim, então, o Segundo Império, que deu lugar, em setembro de 1870, à Terceira República, concretizando-se a unificação alemã. À França coube, pelo tratado de Frankfurt, entregar à Alemanha a Alsácia-Lorena, região rica em minérios, pagar uma pesada indenização, além de aceitar que a festa oficial de criação do novo Estado alemão fosse realizada no palácio de Versalhes, próximo de Paris.
As condições humilhantes desse tratado alimentariam, na França, a mentalidade revanchista que se transformaria no início do século XX, numa das principais causas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
VICENTINO, Cláudio. GIANPAOLO, Dorigo. História para o ensino médio. História Geral e do Brasil.
1 Comentário:
Boa Noite Susi,
Como sempre postando artigos muito interessantes e esclarecedores, vale os prêmios ganhos.
Parabéns!
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