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Os Estados Unidos a partir dos anos 1960 (Parte II)

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Denunciado pelo jornal Washington Post, que não poupou sequer a alta cúpula governamental, o escândalo atingiu Nixon e mobilizou toda a imprensa e a opinião pública norte-americana. Comprovado seu envolvimento, o presidente foi obrigado a renunciar. Caso não fizesse isso, seria impedido, pelo Congresso, de governar (impeachement). A presidência foi então ocupada pelo vice-presidente. Gerald Ford. (1974-1976), que, em 1975, concedeu “perdão pleno e absoluto” a Nixon por  todos os delitos que pudesse ter cometido enquanto ocupava a presidência.

Marcado pelas derrotas norte-americanas na Indochina (Vietnã, Laos e Camboja), o governo Ford viveu a plena desmoralização de seu partido e da administração republicana, o que impossibilitou sua tentativa de reeleição. A situação econômica norte-americana enfrentou dificuldades, com a elevação do preço do petróleo determinada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), dominada pelos países árabes. Os efeitos dessa alta foram sentidos em todo o mundo capitalista, espalhando a recessão e dificuldades, o que minou a liderança norte-americana e o governo Ford.

Gerald Ford Gerald Ford

 

Jimmy Carter

Eleito presidente pelo Partido Democrata, Jimmy Carter (1977-1980)  destacou-se pela intensificação dos acordos de distensão com os soviéticos, com a assinatura do Salt-2 (1979), e pela política de defesa dos direitos humanos. Essa política internacional motivou a redemocratização de países capitalistas sob ditaduras e intensificou as críticas às limitadas liberdades públicas nos países comunistas. Diante das denúncias de violações dos direitos humanos, como tortura, prisões e cerceamento da oposição, Carter chegou a negar créditos para a compra de armamentos  a vários países da América Latina, na época sem liberdades democráticas estabelecidas, como Brasil, Argentina, El Salvador e Guatemala.

Carter também mediou a Conferência de Camp David, em 1978, que deu origem a um tratado de paz entre Egito, governado na época por Anuar Sadat e Israel, dirigido por Menahin Begin. Com esse tratado, estabeleceram-se relações diplomáticas entre esses países, que havia anos estavam em guerra. Era o ponto de partida para a pacificação do Oriente Médio, a qual só avançou limitada e paulatinamente na década de 1990.

No final do governo Carter, emergiram diversas crises internacionais que arruinaram o prestígio da administração democrata. No Irã, em 1979, o xá Reza Pahlevi, tradicional aliado dos EUA, foi derrubado, e o chefe religioso muçulmano, o aiatolá Khomeini, proclamou a República Islâmica do Irã.

Jimmy Carter Jimmy Carter (1977-1980)

Pregando um nacionalismo religioso com posições radicalmente antinorte-americanas, militantes  islâmicos respaldados pelo governo iraniano ocuparam a embaixada norte-americana em Teerã, fazendo vários reféns. Em resposta, Carter tentou uma operação militar para resgata-los, que, entretanto, fracassou, desmoralizando seu governo.

Na Nicarágua, também em 1979, a Revolução Sandinista, de inspiração marxista, acabou com o longo período de dominação da família Somoza, aliada histórica dos Estados Unidos. A derrubada do ditador  Anastácio Somoza pelos guerrilheiros da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) envolveu o governo Carter em novas dificuldades para sua política externa.

Diante da intervenção soviética no Afeganistão, em 1979, o governo norte-americano  suspendeu acordos comerciais com a União Soviética e decidiu não participar das Olimpíadas de Moscou, de 1980, abalando os esforços internacionais para a aproximação entre os dois países.

Candidato à reeleição nas eleições presidenciais de 1980. Carter foi derrotado por Ronald Reagan, iniciando um novo período de predomínio do Partido Republicano. Reagan assumiu em 1981 e foi reeleito em 1984, permanecendo no poder por oito anos.

Cláudio Vicentino. Gianpaolo Dórigo. História para o ensino médio. História Geral e do Brasil.

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