As práticas mercantilistas vigoraram até o século XVIII, quando surgiram seus primeiros críticos, chamados fisiocratas e considerados os primeiros economistas. Para os fisiocratas, a terra era a única fonte de riqueza e, em vez do acúmulo de metais preciosos, a riqueza de um país vinha de sua produção agrícola. Eles defendiam o fim do monopólio comercial e a liberdade do comércio entre todos os países.
texto de Jean-Baptiste Colbert, século XVIII CLÉMENT, p.Lettres, instructions et mémories de Colbert. Paris, 1873, T. II, p. CCLXIX e CCLXX. Apud: DEYEON, Pierre. O mercantilismo. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 98-100. |
O proprietário, o rendeiro e o assalariado
Com os lucros propiciados pelo mercantilismo, muitos comerciantes aplicaram dinheiro na compra de terras, que passaram a administrar diferentemente dos senhores feudais. Em lugar de servos, os novos proprietários empregavam trabalhadores assalariados. Também costumavam arrendar parte da propriedade a rendeiros, pessoas que pagavam uma certa quantia para plantar ou criar animais em suas terras. Alguns rendeiros enriqueciam retirando das terras um valor muito superior ao que pagavam pelo arrendamento.
Rendeiro: pessoa que aluga uma propriedade rural para nela plantar ou criar animais. No Brasil atual, muitas terras são cultivadas por rendeiros, que por aqui também são chamados de meeiros. Essa palavra é utilizada para descrever as pessoas que não dão dinheiro em troca do direito de usar a terra, mas dividem a produção ao meio com seu proprietário. Um estudo publicado em 2003 pelo Banco Mundial afirma que o sistema de arrendamento é fundamental para facilitar o acesso à terra em países pobres. |
Protecionismo alfandegário hoje
Ao longo do século XIX, as crenças mercantilistas foram sendo substituídas por outras doutrinas, chamadas liberais. O liberalismo econômico do século XIX defendia o fim do monopólio comercial e do protecionismo alfandegário.
Hoje em dia os governos empregam diferentes artifícios para proteger seus produtos no mercado internacional. Muitas vezes até por meio de práticas consideradas ilegais.
0 PROTECIONISMO ALFANDEGÁRIO
A formação dos trustes e dos cartéis conduziu gradativamente os países industrializados à adoção de políticas protecionistas, com o objetivo de evitar a concorrência, no mercado interno, de grupos semelhantes de outros países, que poderiam oferecer produtos similares a preços mais baixos. Os Estados Unidos, a Alemanha, a França e mais tarde o Japão, que emergiam como potências industriais de primeira ordem estimulando a concorrência no mercado internacional, começaram a erguer barreiras tarifárias aos produtos importados, tornando-os proibitivos em relação aos produzidos localmente.
Os Estados Unidos criaram suas primeiras taxas alfandegárias durante a Guerra Civil (1860-1864); a Rússia, a partir de 1877; a Alemanha, em 1879 e a França, dois anos depois. Apenas a Inglaterra permaneceu defensora do livre comércio, que tão bem servira aos seus interesses de pioneira do processo de industrialização. Mas o crescimento industrial dos demais países, com base no protecionismo, fez com que este fosse discutido dentro da própria Inglaterra.
Com os avanços tecnológicos alcançados, os países industrializados podiam produzir muito mais mercadorias do que conseguiam vender a seus habitantes. Assim, os empresários passaram a buscar novos mercados fora da Europa, onde pudessem vender seus produtos e ampliar seus negócios e seus lucros.
A partir de 1874, sofrendo forte concorrência no mercado internacional, devido ao protecionismo alfandegário adotado pelos demais países industrializados, a Inglaterra enfrentou a primeira crise de superprodução do sistema capitalista, que trouxe consigo estagnação e desemprego, Para enfrentar a concorrência, garantir o fornecimento de matérias primas às suas indústrias e buscar novos investimentos para seus capitais, superando a crise interna, a Inglaterra reiniciou a corrida colonial, conquistando e anexando vastos territórios da Ásia e da África.
fonte:trecho da Apostila:Dos Estados Nacionais à Primeira Guerra Mundial, 1995, CP1-UFMG. Autores: Olga Maria A. Fonseca Coulon e Fábio Costa Pedro
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