A guerra havia criado condições para a expansão das ferrovias nos Estados Unidos. Era a forma mais rápida de transportar homens, munições e alimentos. A necessidade de armamentos e munições, somada ao surto das ferrovias, gerou um mercado que estimulou os investimentos nas indústrias siderúrgica e metalúrgica americanas.
Logo após a guerra civil, gigantescas fortunas se formaram à custa de negociatas, que envolviam elementos do governo e poderosas famílias de industriais do Leste. Os casos mais escandalosos de corrupção estão relacionados com a construção ferroviária. As tarifas dos serviços ferroviários eram altíssimas e os serviços, de baixa qualidade, o que permitia grandes ganhos com esse investimento. Essas negociatas favoreceram a concentração de capitais, dando origem a grandes grupos econômicos monopolistas, como o grupo Rockefeller e o grupo Morgan. Para se ter uma ideia, em 1913, esses dois grandes grupos detinham cerca de 20% do patrimônio nacional dos Estados Unidos.
A conquista do Oeste oferecia grandes oportunidades para a iniciativa individual e desviava grande parcela da mão-de-obra necessária à indústria do Norte. Essa era uma das razões que levavam os salários dos operários americanos a serem mais altos que os dos europeus. Por esses problemas, os industriais norte-americanos buscavam soluções técnicas para aumentar a produção. Ao mesmo tempo, atraídos pela perspectiva de melhores salários, verdadeiras massas de europeus buscavam o país. A população americana crescia rapidamente. Entre 1843 e 1876, ela passou de 23 milhões de habitantes para 50 milhões e meio. As cidades perdiam seu ar provinciano, ganhando características de grandes metrópoles.
Com o crescimento das cidades, a porcentagem de americanos ocupados na agricultura diminuía.
Apesar disso, a produção agrícola não parou de crescer. Entre 1840 e 1890, ela quadruplicou. Esses resultados ocorreram graças a maciça introdução de modernas técnicas agrícolas, como a ceifadeira de MacCorning e Whitney. Assim, a história da expansão agrícola nos Estados Unidos foi, concomitantemente, a história da sua urbanização.
A expansão da fronteira agrícola para o Oeste acentuou o processo de extermínio dos índios. Suas reservas eram constantemente invadidas por agricultores e criadores de gado. Quando reagiam, eram massacrados pelas milícias civis e pelo Exército norte-americano. Os que sobreviviam eram recambiados para novas reservas, criadas em territórios desérticos.
Se a agricultura demonstrava um avanço nunca visto antes na história, o mesmo acontecia com o processo de industrialização. A américa passava por uma revolução industrial muito mais radical que a européia.
O melhor exemplo dessa revolução foi a linha de montagem instalada por Henry Ford na sua fábrica de automóveis. Esse sistema de produção, já em 1908, permitia a fabricação de um automóvel em menos de 1 hora e 30 minutos. Era a "América sobre rodas", como se costumava dizer. O mundo inteiro começava a se espantar com o crescimento da jovem nação.
A situação no Sul e no Oeste
Depois da guerra, foi estabelecido um sistema altamente segregacionista, que buscava retirar os direitos que os negros haviam conquistado ao final da guerra civil. A violência das autoridades e o surgimento de sociedades secretas altamente racistas, como a Ku Klux Klan, mantiveram a população negra intimidada e marginalizada até a metade do século XX.
A agricultura policultora e de sobrevivência do Oeste mudou com as facilidades de comércio. O lavrador especializou sua produção, dedicando-se à monocultura. Assim, precisava vender toda a produção para sustentar a família. Mas, para isso, era preciso se modernizar. Os novos equipamentos eram caros, e a solução era recorrer aos bancos. Em troca do dinheiro, empenhava sua terra. Porém, um ano de más colheitas era suficiente para arruiná-lo.
As lutas sociais
A revolução industrial americana multiplicou e concentrou o operariado nas grandes cidades industriais. Na década de 1870, várias greves foram deflagradas. Na década seguinte 1880, as reivindicações convergiram para a questão das oito horas de trabalho diário. No dia 1º de Maio de 1886, foi organizada uma greve geral em Chicago pela diminuição da jornada de trabalho. Na repressão a essa greve, a justiça americana condenou quatro dirigentes grevistas à forca. A partir desse fato, a organização socialista chamada II Internacional dos Trabalhadores declarou essa data como o Dia Internacional do Trabalho, que se mantém até hoje.
As lutas operárias da década de 1870 abriram caminho para que, em 1881, surgisse nos Estados Unidos a primeira grande central sindical: a American Federation of Labour (AFL).
Depois da Guerra de Secessão, os Estados Unidos tornaram-se uma nação cuja presença na política internacional iria se impor. Mas não era só essa nação que despontava como potência. Também na Europa o panorama estava mudando.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único
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