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As Fases de 1ª Guerra Mundial

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Os quatro longos anos da Primeira Guerra Mundial podem ser divididos em três fases:

  • 1ª Fase  - A guerra de movimento

Havia duas frentes principais de batalha. A frente ocidental - onde os alemães combatiam os franceses, os ingleses e os belgas´- e a frente oriental - onde os alemães combatiam os russos.

A primeira fase durou de agosto a novembro de 1914 e foi marcada por um intenso movimento de tropas. Inicialmente, os alemães marcharam contra a Bélgica e, apesar da resistência belga, chegaram às vizinhanças de Paris, na França. Os franceses, porém, com a ajuda dos ingleses, conseguiram contra-atacar e deter o avanço alemão na batalha do Marne. Como nenhum dos lados conseguiu vitórias decisivas nessa batalha, a guerra na frente ocidental estacionou.

  • 2ª Fase - A guerra das trincheiras

Com a estabilização das forças em luta, passou-se a uma nova fase da guerra, a chamada guerra das trincheiras. Nesta fase, os exércitos adversários procuravam firmar suas posições com o objetivo de vencer o adversário por meio do desgaste progressivo de suas tropas. Os exércitos da Inglaterra e da França, de um lado, e o da Alemanha, de outro, tomaram posições em trincheiras desde o mar do Norte até a fronteira da Suíça.

Trincheiras construídas para abrigar soldados da 1ª Guerra Mundial.

Enquanto isso, na frente oriental, o exército alemão vencia sucessivas batalhas contra o maltreinado e mal-armado exército russo. Na Ásia, porém, os japoneses venciam e se apoderavam das colônias alemãs no Oriente: Tsingtão, na China, e as Ilhas Marianas, Carolinas e Marshall, situadas no oceano Pacífico.

Conforme o conflito foi se alastrando, novas armas, como a metralhadora, os gases venenosos, o lança-chamas, o tanque, o avião e o submarino, fizeram sua estréia na Primeira Grande Guerra. Com o uso dessas novas armas, os soldados passaram a ficar cada vez mais tempo abrigados em trincheiras, e os combates corpo a corpo tornaram-se cada vez mais raros.

Em 1915, a Itália rompe com a Alemanha e alia-se à Entente. E, enquanto milhares de jovens morriam nas trincheiras, outros países entravam na guerra, ampliando as dimensões do conflito que atingia mais duramente a Europa.

No início de 1917, a Alemanha decidiu adotar a guerra submarina: qualquer navio encontrado em águas territoriais inimigas seria afundado. Um dos atingidos pelos alemães foi o navio norte-americano Lusitânia, o que foi um dos motivos da entrada dos Estados Unidos na guerra, naquele mesmo ano.

Seguindo os Estados Unidos, outros países americanos, inclusive o Brasil , engajaram-se no conflito ao lado da Entente. (o Brasil também teve seu navio Paraná afundado pelos alemães)

No final de 1917, a Rússia, esgotada por derrotas consecutivas diante dos alemães, assinou com a Alemanha um tratado de paz em separado. No início do ano seguinte, a Rússia saia da guerra.

  • 3ª Fase - Uma nova guerra de movimento

Em virtude da paz selada com os russos, os alemães deslocaram suas tropas para a frente ocidental e lançaram uma poderosa ofensiva apoiada pela aviação e pela artilharia pesada no início de 1918. Recomeçava a "guerra de movimento". Mas os países da Entente conseguiram reagir e venceram as forças alemãs na segunda batalha de Marne, forçando o seu recuo. O passo seguinte seria invadir o território alemão.

Com a capitulação (rendição) da Bulgária e da Turquia e o esfacelamento do Império Austro-Húngaro, a vitória da Entente se tornava cada vez mais iminente. Nesse meio tempo, uma rebelião popular sacudiu a Alemanha, forçando o imperador Guilherme II a renunciar, em novembro de 1918. O novo governo proclamou a República e assumiu a rendição que, finalmente, pôs fim a guerra.

Fim da 1ª Guerra Mundial

Ao fim da Grande Guerra, a aviação militar, os canhões, os tanques e os gases venenosos tinham provado sua eficiência. O saldo trágico da Primeira Grande Guerra Mundial foi de  cerca de 8 milhões de mortos e 20 milhões de mutilados.

Diante dessa enorme tragédia, boa parte da humanidade e alguns líderes políticos quiseram acreditar que aquela seria a última de todas as guerras. Entretanto, enganaram-se os que assim pensavam.

Os vencedores foram implacáveis nos tratados de paz impostos aos vencidos. Vários acordos foram assinados entre os dois lados, que, em seu conjunto, receberam a designação de Tratado de Versalhes. Em 28 de junho de 1919, os líderes da França, da Inglaterra e dos Estados Unidos impuseram as condições de paz à Alemanha.

Veja alguns trechos do Tratado de Versalhes:

  • Artigo 45 - A Alemanha cede à França a propriedade absoluta (...) com direito total de exploração das minas de carvão situadas na bacia do rio Sarre. (...)
  • Artigo 56 - [A Alemanha devolve a Alsácia-Lorena à França]. Os bens e propriedades dos Estados alemães na região também deviam ser transferidos para a França, sem que nenhuma indenização fosse paga aos alemães. (...)
  • Artigo 119- (...) A Alemanha renuncia, em favor das potências aliadas a todos os seus direitos sobre as colônias ultramarinas.

(Janotti, Maria de Lourdes. A Primeira Grande Guerra. p. 62-3)

Além disso, a Alemanha ficou  proibida de possuir aviação militar, submarinos e artilharia pesada, teve de entregar aos vencedores parte de seus navios mercantes, seu exército foi reduzido a um contingente máximo de 100 mil homens e contraiu uma enorme dívida de guerra.

Considerando humilhante a paz que lhes foi imposta em Versalhes, os alemães passaram a alimentar um grande ódio e um desejo de vingança em relação aos vencedores, sobretudo no que dizia respeito à França. Tudo isso favoreceu o ressurgimento de movimentos ultranacionalistas na Alemanha e lançou a semente de um outro conflito ainda mais cruel, a Segunda Grande Guerra Mundial.

Participando ao lado dos vencedores, o Japão conquistou várias colônias alemãs na Ásia e se impôs como uma das grandes potências regionais do planeta.

Os vencedores também impuseram acordos de paz aos aliados da Alemanha. Esses tratados redefiniram o mapa europeu com o surgimento de novos Estados, como a Tchecoslováquia, a Áustria, a Hungria e a Iugoslávia.

BOULOS JUNIOR, Alfredo. História Sociedade & Cidadania. ensino fundamental.

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