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O trabalho infantil no século XIX

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Entre os trabalhadores europeus do século XIX havia muitas crianças. Para os patrões era vantajoso empregar crianças:elas costumavam ser mais submissas do que os adultos, recebiam salários ainda mais baixos e podiam se movimentar por espaços estreitos. As crianças se arrastavam por debaixo do tear para recolher os restos de lã que caíam da máquina. Os retalhos eram catados e retornavam às máquinas de fiar para que não houvesse desperdício de matéria-prima.  As crianças que faziam isso corriam o risco de serem esmagadas pelas máquinas.

Muitas vezes as crianças ficavam cansadas, sonolentas, e não conseguiam manter a velocidade exigida pelas máquinas. Quando isso ocorria, em geral apanhavam para trabalhar mais rápido ou tinham a cabeça mergulhada na água fria para ficarem acordadas. Também eram punidas quando chegavam atrasadas ao trabalho ou quando conversavam com outras crianças, sendo acorrentadas e enviadas à prisão, como ocorreu com Thomas Savage.

Veja a foto.

 

  Thomas Savage, enviado à prisão de Wandsworth, Londres.

Revolta dos operários

Será que os operários do século XIX não se revoltavam contra essa situação? Provavelmente, desde o início do processo de industrialização houve revoltas individuais que não levaram a conseqüências imediatas. Apesar de sua revolta, para ter o que comer os operários eram obrigados a aceitar as condições de trabalho oferecidas pelos donos das fábricas. Ainda por cima, desde o fim do século XV os cidadãos ingleses estavam sujeitos a duras leis contra a recusa ao trabalho.

Segundo essas leis, as pessoas que não tinham licença do Estado para mendigar eram definidas como vagabundos. Eram açoitados, tinham metade da orelha cortada - para serem facilmente identificados - e podiam ser até mesmo condenados à morte, como traidores do Estado.

Os destruidores de máquinas

Diante dessas péssimas condições de vida, os operários não demoraram a se revoltar. A primeira forma de revolta coletiva aconteceu na Inglaterra no início do século XIX. Tudo começou na noite de 12 de abril de 1811, quando cerca de 350 homens, mulheres e crianças atacaram a fábrica de tecidos de William Cartwright, próxima ao povoado  de Arnold no condado de Nottingham. Os revoltosos destruíram os teares e incendiaram as instalações. Dezenas de teares foram destruídos naquela noite em outros povoados das redondezas. Nos dias subseqüentes, os condados vizinhos de Derby. Leicester e York também foram atacados e a agitação se expandiu pela Inglaterra por dois anos.

Esses destruidores de máquinas eram chamados de luditas ou ludistas, em referência a Ned Ludd, ou King Ludd, o suposto líder do movimento. Alguns autores acreditam que Ludd realmente existiu, mas ele pode ter sido apenas uma invenção dos operários para confundir a polícia. Vários dos ludistas enforcados na década de 1810 se diziam o próprio Ned Ludd. O movimento ludista foi desarticulado com a mobilização de 10 mil soldados ingleses e desapareceu depois do enforcamento de seu último condenado em 1816.

Além de organizar grupos para destruir máquinas à noite, os ludistas enviavam cartas ameaçadoras aos proprietários de máquinas.

CARDOSO, Oldimar. coleção; Tudo é História. ensino fundamental.

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