Enquanto a crise se alastrava pelo mundo, nos Estados Unidos, em 1932, o líder do Partido Democrata, Franklin Delano Roosevelt, foi eleito presidente da república. Ele iria governar o país por doze longos anos. A equipe econômica de Roosevelt era admiradora das idéias do economista britânico John Maynard Keynes, que tinha previsto a crise e propunha soluções para enfrentá-la.
Keynes defendia a continuação do capitalismo, mas com uma diferença: o Estado deveria intervir na economia, fazendo investimentos maciços e planejando-a de modo a garantir o emprego. Assim, no início do seu governo. Roosevelt lançou o New Deal ("Novo Acordo") uma nova forma de gerenciar a economia. Entre as principais medidas do New Deal cabe destacar.
- a realização de obras públicas: o governo destinou 4 bilhões de dólares à construção de usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos etc. Tais obras geraram milhões de novos empregos;
- a concessão de empréstimos aos agricultores com o compromisso de que reduzisse a produção. O governo interveio também destruindo milhões de fardos de algodão e de sacas de trigo e milho, a fim de conter a queda dos preços desses gêneros agrícolas;
- o controle sobre os preços e a produção, tanto de produtos industriais quanto de gêneros agrícolas;
- a diminuição da jornada de trabalho, fixação do salário mínimo, criação do seguro-desemprego e do seguro velhice (para os maiores de 65 anos).
Com essas medidas o desemprego diminuiu, a indústria e a agricultura recuperaram-se parcialmente, os salários pararam de cair e, a partir de 1934, a renda nacional voltou a crescer.
A Era do jazz
Os anos 20 ficaram conhecidos também como a Era do Jazz. Assim como o rap e o hip-hop, o jazz é um gênero musical surgido entre a comunidade negra e pobre dos Estados Unidos. Muitas das letras do jazz eram inspiradas nas experiências sociais dos seus compositores e intérpretes: negros pobres que buscavam na música canais de expressão de sua condição humana, nem sempre reconhecida.
No final dos anos 20, o jazz ainda dividia opiniões. Os grupos mais conservadores da sociedade norte-americana o consideravam uma música indecente, ligada a marginais, alcoólatras e prostitutas. Pouco a pouco, o jazz encantou muitos ouvintes com seu ritmo, suas melodias, e fez a fama de seus intérpretes, dentro e fora dos Estados Unidos, sobretudo na Europa. Assim, logo o jazz começaria a fazer sucesso também entre platéias brancas e ricas. Durante a Grande Depressão, as vendas de discos de jazz nos Estados Unidos caíram 94%, mais uma prova de que a crise atingiu com mais força os mais pobres. Apesar disso, muitas bandas norte-americanas conseguiram manter-se, tocando em clubes elegantes de Chicago e em salões de bailes do Harlem ou com a venda de discos na Europa.
A Lei seca e o crime organizado
Em janeiro de 1920 como resultado da pressão de grupos religiosos e políticos puritanos, entrou em vigor nos Estados Unidos uma lei federal que proibia a fabricação, a venda e o consumo de bebidas alcoólicas apelidada de "Lei Seca".
O crime organizado aproveitou-se disso para produzir, contrabandear e vender bebidas alcoólicas, um negócio milionário graças a Lei Seca. A maior parte dessas bebidas era produzida em destilarias clandestinas e em condições inadequadas, o que as tonava ainda mais prejudiciais à saúde.
Al Capone, na capa da revista Time, em 1930, considerado maior criminoso de todos os tempos, montou um império com o comércio de bebidas alcoólicas no período da Lei Seca.
A crise de 1929 e a Grande Depressão levaram à falência grande parte dos chefes do crime organizado. Na campanha presidencial de 1932, o candidato vitorioso Franklin Delano Roosevelt prometia "bebida para todos". Em cinco de dezembro de 1933, a Lei Seca foi anulada. Muitos cidadãos norte-americanos aproveitaram para comemorar em bares.
BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção: História Sociedade e Cidadania. ensino fundamental.
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