A crise do Império era irreversível. Manifestações populares de repúdio ao aumento do custo de vida vinham ocorrendo desde o fim da década de 1870 e começo de 1880. A mais importante foi a Revolução do Vintém, contra o aumento das passagens de bonde no Rio de Janeiro.
A oposição à monarquia era cada vez maior. Revelava-se tanto pelas críticas dos jornais como pelas manifestações militares e republicanas. Criticava-se principalmente o autoritarismo de D. Pedro II, exercido por meio do Poder Moderador. Também era de conhecimento geral que a saúde de D. Pedro o incapacitava de seguir governando o país. Todos os achavam senil (velho).
Foi nesse clima de agitações que se instituiu o novo gabinete de ministros do Império, chefiado por Afonso Celso, visconde de Ouro Preto.
Afonso Celso era membro do Partido Liberal, com fortes convicções conservadoras, e iniciou, em junho de 1889, um programa de reformas que promovia a liberdade de culto, propunha maior autonomia para as províncias e diminuía as funções do poderoso Conselho de Estado. As propostas de reforma foram rejeitadas pela Câmara, que se mostrou temerosa diante delas.
A câmara foi dissolvida, sendo convocada outra que, deveria se reunir em sessão extraordinária no dia 30 de novembro daquele ano. Essa Câmara jamais se reuniu.
Entre junho e começo de novembro de 1889, vários novos atrito entre os militares e o ministério aumentaram a tensão política.
Nos dias 8 e 9 de Novembro, o Clube Militar, reunido sob a chefia de Benjamin Constant, articulou um movimento armado para a derrubada da monarquia. Vários civis, tais como Quintino Bocaiúva e Rui Barbosa, representantes dos republicanos moderados foram convidados a participar da conspiração. A chefia foi dada a Deodoro da Fonseca.
Deodoro nunca tinha abraçado com entusiasmo a causa republicana, mas se voltava contra o Império porque este não reconhecia o novo papel do Exército na política brasileira. No mês anterior, havia sido espalhado o rumor de que o Império planejava afastar as tropas de Rio de Janeiro substituindo-as pela Guarda Nacional com o objetivo de garantir a transição para o terceiro reinado. Isso irritou ainda mais o velho militar.
Silva Jardim, líder do setor mais popular do movimento republicano, entrou em choque com Quintino Bocaiúva que pretendia manter as forças populares afastadas das ações contra o Império.
Boatos afirmando que o marechal Floriano Peixoto havia prendido Deodoro da Fonseca precipitaram os acontecimentos. Na tarde de 15 de novembro de 1889, as tropas cercaram o edifício do Ministério e depuseram o ministro Afonso Celso. O Império esboçou ainda uma resistência, mas os seguidores, como Silva Jardim, mantinham a população atenta, realizando comícios. A população ocupou a Câmara Municipal, e José do Patrocínio proclamou o fim da monarquia e o estabelecimento da República. O marechal Deodoro da Fonseca foi reconhecido como líder do novo governo e, na manhã do dia seguinte assinou o primeiro decreto, proclamando oficialmente a República. O Império chegava ao fim.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.
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