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Guerreiros de Cristo (parte II)

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Padre templário

Os membros combatentes da ordem, apesar de sua formação de monge, eram quase sempre analfabetos e com pouco conhecimento de teologia ou das escrituras. Por isso, as missas, confissões e outras cerimônias religiosas eram presididas por padres que viviam nos estabelecimentos templários.

Cavaleiro templário

Quase sempre de origem nobre, era o membro da ordem por excelência: tanto um guerreiro experiente, treinado para combater a cavalo com armadura pesada, quanto um monge ordenado, com votos de pobreza, obediência e castidade. Usava um manto branco com a cruz vermelha. Dificilmente correspondiam a mais de 10% dos membros.

Cavaleiro Templário 

Soldado templário

Os templários também recrutavam soldados leigos, que não eram monges e, na Terra Santa, podiam ser até cristãos de origem síria. Usavam mantos e seus oficiais eram chamados de sargentos. Nenhum deles era obrigado a seguir os votos dos cavaleiros e alguns eram até casados. Havia também irmãos leigos que realizavam tarefas domésticas.

Cavaleiro hospitalário

Os membros da outra ordem militar-religiosa da Palestina levavam vida dupla, ao contrário dos templários: dedicavam-se tanto a alojar doentes e peregrinos no Hospital de São João de Jerusalém (daí o nome) quanto a combater os infiéis como cavaleiros. A ordem mudou sua sede para Rodes e depois para Malta, durando até o começo do século XIX.

Cavaleiro Hospitaleiro

Grandes centros

A França foi o berço dos primeiros templários e o lugar que mais ofereceu recrutas e propriedades à ordem. Mas o centro comercial e financeiro deles na Europa era a Inglaterra, onde se envolviam fortemente até na agricultura local.

Área de ataque

Não era preciso ir à Terra Santa para combater os infiéis: bem ali na Europa, os cristãos da península Ibérica lutavam contra islâmicos. Essas regiões passaram a contar com castelos dos templários já na segunda década de existência da ordem.

Terra Santa

De uma modesta base em Jerusalém, os templários dominaram uma rede de castelos na Palestina graças ao sucesso na guerra. Além de importantes militarmente, esses pontos garantiam o domínio sobre rotas de comércio, rebanhos e plantações – caso em que a ordem se tornava a senhora feudal local.

"Todo louco mais cedo ou mais tarde acaba vindo com essa dos templários. Há também loucos sem templários, mas os de templários são mais traiçoeiros", diz um dos personagens do romance O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco. Tantas besteiras foram escritas sobre esses cavaleiros nos últimos 250 anos que quase se tem a impressão de que toda conspiração precisa de alguma forma envolver a ordem. A maçonaria, por exemplo, teria se originado de mestres pedreiros que aprenderam com os templários as técnicas secretas que guiaram a construção do Templo de Salomão. (Parece que ninguém prestou atenção no fato de que o templo estava destruído fazia mais de 1 000 anos quando o primeiro templário pôs os pés na Terra Santa.) Os supostos rituais heréticos em torno de Baphomet seriam, na verdade, a adoração da cabeça embalsamada de Jesus Cristo. A lista não tem fim, mas até onde os historiadores puderam pesquisar, não há um só fiapo de evidência confiável nessas teorias.

Mas por que justamente os templários foram despertar tantas lendas? "Um dos fatores que deve ter estimulado é a paixão dos escritores românticos do século XIX por coisas medievais, pois os mitos, na verdade, se originaram nessa época. Outro é a falta de fontes sobre os anos iniciais dos templários. Isso dá aos criadores de lendas muito espaço para trabalhar", afirma Knox. O fim da ordem também não ajudou: várias das acusações falsas feitas a eles por Filipe, o Belo, acabaram reforçando a idéia de que os cavaleiros seguiam algum tipo de culto místico pré-cristão. E a lenda permanece até hoje.

O sinete

Um dos símbolos da ordem é o emblema dos dois homens no mesmo cavalo, para mostrar que a pobreza não permitia uma montaria para cada um. Foi usado depois para acusar a ordem de homossexualismo.

A moradia

A planta baixa da Cúpula da Rocha, parte da sede da Ordem, lembrava o sinal da cruz e inspirou várias igrejas templárias no Ocidente. Os cavaleiros acreditavam que ela refletia as linhas do templo de Salomão.

A perseguição não atingiu da mesma maneira os templários de toda a Europa. Fora da França, a tortura foi menos usada para extrair confissões dos cavaleiros. Por isso, pode-se supor que foi com a honra intacta que alguns deles ingressaram na nova ordem criada por dom Dinis, rei de Portugal, em 1318: a Ordem de Cristo.

Na verdade, não há consenso entre os historiadores sobre a composição da nova confraria: para alguns, os templários portugueses (presentes no país desde os tempos de Hugo de Payns) teriam trocado de nome. De qualquer maneira, a Ordem de Cristo herdou todas as propriedades e fortalezas de sua antecessora, assim como os votos de pobreza, castidade e obediência (ao rei de Portugal, que claramente não era bobo).

Ao longo do século seguinte, os consideráveis recursos militares e econômicos da ordem, que passou a ser comandada pelo infante (príncipe) dom Henrique, foram direcionados para a expansão marítima portuguesa, que estava ganhando impulso. A Ordem de Cristo ganharia soberania sobre os territórios que conquistasse na África, bem como direito a 5% do valor das mercadorias vindas da região.

Novas mudanças liberaram os cavaleiros de seu voto de castidade e pobreza, permitindo que navegadores como Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama se tornassem membros da Ordem de Cristo. Os navios que aportaram no Brasil pela primeira vez traziam em suas velas o emblema da confraria, aparentemente uma versão modificada da antiga cruz templária.

Leia Também: Guerreiros de Cristo (parte I)

fonte: Texto: Reinaldo Lopes - Revista Super Interessante. ed. 223. fev. 2007

Os Templários - Piers Paul Read, Imago, 2000

Templários – Os Cavaleiros de Deus - Edward Burman, Nova Era, 1997

Os Cavaleiros de Cristo - Alain Demurger, Jorge Zahar, 2002

História Ilustrada das Cruzadas - W.B. Bartlett, Ediouro, 2003

Carta de São Bernardo ao Fundador dos Templários - faculty.smu.edu/bwheeler/chivalry/bernard.html

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Aos Leitores que me desculpem pelo texto imenso!

1 Comentário:

Érico disse...

Oi. Gosto muito da parte de história que fala sobre a idade media,a forma como a religião e o feudalismo dominavam as pessoas, é um assunto muito interessante, mas mudando de assunto, como vc está?

 

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