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O Sebastianismo - Surge um mito

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As dificuldades pelas quais passa o reino de Portugal em seguida ao desaparecimento de D. Sebastião,  o inesperado domínio espanhol (1580-1640), a perda da independência e suas seqüelas contribuem para fortalecer a convicção entre o povo, pobre e mal informado, de que tais acontecimentos funestos eram um castigo do céu, mas que um dia viria a redenção. Portugal iria se salvar pelas mãos do Encoberto, que não era outro senão o próprio D. Sebastião, ou seja, é fortalecido um mito de que D. Sebastião não morrera, que iria voltar e salvar Portugal.

O sebastianismo - como passou a se chamar essa crença - adquiriu os contornos de um movimento social de caráter messiânico, ou seja, construiu-se um conjunto de crenças em que se procurava, por um lado, justificar "os castigos" que a nação portuguesa sofria, mas ao mesmo tempo um messias iria salvar o país.

D. Sebastião

 

Curiosamente, o sebastianismo incorporou-se na produção literária, tendo como seus veiculadores o padre Antônio Vieira (1608-1697) e, na literatura contemporânea portuguesa, o poeta Fernando Pessoa (1888-1935). De Portugal, o sebastianismo também repercutiu no Brasil. O movimento que teve como líder Antônio Conselheiro, ocorrido no sertão baiano, cujo conflito, a Guerra de Canudos (1895-1897), foi descrito em Os Sertões, de Euclides da Cunha, também teve traços do sebastianismo. Num dos sermões de Antônio Conselheiro, recolhido por Euclides da Cunha, fica bem clara a presença do sebastianismo:

"Em verdade, em verdade vos digo, quando as nações brigam com as nações, o Brasil com o Brasil, a Inglaterra com a Inglaterra, a Prússia com a Prússia, das ondas do mar D. Sebastião sairá com todo o seu exército. (...)

Desde o princípio do mundo que encantou com todo seu exército e o restitui em guerra.

E quando encantou-se afincou a espada na pedra, ela foi até os copos e ele disse: 'Adeus mundo! Até mil e tantos anos a dois mil não chegarás! Neste dia quando sair com seu exército tira a todos no fio da espada deste papel da república.

O fim desta guerra se acabará na Santa Casa de Roma e o sangue há de ir até a junta grossa..."

  Ou senão, nos versos que circulavam:

"D. Sebastião já chegou

E traz muito regimento

Acabando com o civil

E fazendo o casamento.

Visita nos vem fazer

Nosso rei D. Sebastião

Coitado daquele pobre

Que estiver na lei do cão."

Nesse caso específico, a República recém-implantada era o Anticristo - separa a Igreja do Estado, estabelecendo o casamento civil e não mais na Igreja. D. Sebastião viria então salvar o Brasil da "lei do cão", ou seja, da República.

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