Inicialmente conhecidos como "gente de São Paulo", ou, simplesmente, "paulistas", os bandeirantes eram aventureiros que partiam em expedições armadas pelo interior do Brasil entre os séculos XVI e XVIII a fim de capturar indígenas e descobrir minas de ouro e pedras preciosas.
Veja algumas informações sobre os principais bandeirantes:
Domingos Jorge Velho (1614-1703)
Viajou por terras de São Paulo até o Piauí. Foi contratado pelo governador de Pernambuco para destruir o Quilombo dos Palmares (1695). Lutou também contra indígenas na Guerra dos Bárbaros, no Rio Grande do Norte.
Pascoal Moreira Cabral Leme (1654-1724)
Liderou expedições em direção ao sul e sudeste de São Paulo até Curitiba. Em 1718, alcançou o Mato Grosso e descobriu minas de ouro. Fez ainda expedições em direção ao norte e, pelo rio Tapajós, chegou até o rio Amazonas.
Bartolomeu Bueno da Silva, o Velho
Liderou expedições que atingiram Goiás (1682). Segundo consta, tornou-se famoso por ter ludibriado os indígenas da seguinte maneira: como estes não queriam indicar-lhe a localização de certa jazida de ouro, colocou aguardente em um recipiente e ateou fogo; depois disse aos nativos que se não informassem sobre a localização da mina, faria o mesmo com os rios. Assustados, os indígenas indicaram o caminho e apelidaram-no de Anhangüera.
Seu filho (Bartolomeu Bueno da Silva, o Moço), chamado de Segundo Anhangüera, percorreu o mesmo caminho de seu pai e descobriu jazidas de ouro em Goiás (1722). Morreu em 1740.
Manuel Borba Gato (1628-1718)
Era genro do bandeirante Fernão Dias Paes , tendo-o acompanhado na bandeira em busca de esmeraldas (1674-1681). Consta que teria sido o primeiro a descobrir ouro na serra de Sabarabuçu e no rio das Velhas, em Minas Gerais. Estabeleceu-se em Minas Gerais - possuindo terras em sesmaria - e ocupou cargos importantes na administração local.
Fernão Dias Paes (1608-1681)
Iniciou suas atividades capturando indígenas para serem escravizados. Em 1674, organizou uma expedição destinada à descoberta de prata e esmeraldas e chegou a receber do governador-geral do Brasil o título de Governador das Esmeraldas.
Partindo de São Paulo, seguiu pelo Vale do Paraíba e atingiu o norte de Minas Gerais, a bacia do rio Jequitinhonha. Durante sete anos procurou as esmeraldas, tendo também de enfrentar revoltas; após muito sacrifício, descobriu as pedras verdes que julgou serem as tão desejadas esmeraldas.
Morreu atacado por febres. Mais tarde, as pedras que descobriu foram remetidas a Portugal a fim de serem analisadas; descobriu-se que eram pedras comuns, destituídas de qualquer valor.
Manuel Preto (?- 1630)
Bandeirante paulista que tomou de assalto missões jesuíticas (Guaíra, Iguaçu) no sul do Brasil, chegando a trazer grande número de escravos indígenas para São Paulo.
Premiado pelas autoridades portuguesas com o título de Governador das Ilhas de Santana e Santa Catarina, Manuel Preto também fundou um povoado em São Paulo, tendo obtido permissão para construir uma capela dedicada a Nossa Senhora da Esperança (1615), da qual era devoto.
Nas festas religiosas celebradas a partir do dia 17 de dezembro - consagradas à Virgem Maria -, cantavam-se sete peças musicais que começavam todas com o vocativo Ó e, por essa razão, o povoado ficou conhecido como a Vila de Nossa Senhora do Ó, origem de um dos bairros mais antigos de São Paulo, a Freguesia do Ó.
Antônio Raposo Tavares (1598-1659)
Talvez o mais importante dos bandeirantes. Nascido em Portugal e paulista por adoção, veio para o Brasil com seu pai que, em 1622 fora nomeado governador da capitania de São Vicente. Inicialmente, fez explorações ao sul, onde destruiu missões jesuíticas espanholas. Deve-se a ele o fato de os atuais estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e sul de Mato Grosso pertencerem ao Brasil.
Em 1639 liderou uma expedição em direção ao Nordeste para lutar contra os holandeses que ocupavam Pernambuco. Sua última expedição teve início em 1648, partindo de São Paulo, tomou a direção do rio Paraguai no sentido de suas nascentes; atingiu os rios Mamoré, Madeira e, finalmente, o Amazonas. Essa viagem durou mais de três anos e, de alguma maneira, foi importante no sentido de possibilitar a incorporação desse extenso território aos domínios portugueses.
sesmaria: terreno abandonado que era concedido pelos reis de Portugal a sesmeiros para cultivo. |
fonte: apostilas ETAPA
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